Aprender com o passado, reinventar o futuro

O mundo atravessa uma reorganização das cadeias de suprimento, convive com tensões econômicas e assiste à quebra de paradigmas com a inteligência artificial Não há mais espaço para atividades econômicas desassociadas do binômio produzir e preservar. Se queremos mitigar a emergência climática, impulsionar o desenvolvimento sustentável e garantir um futuro viável a esta e futuras gerações, há que se transformar a economia global. O mundo atravessa uma reorganização das cadeias de suprimento, convive com tensões econômicas entre grandes potências como Estados Unidos e China e assiste à quebra de paradigmas com o advento da inteligência artificial. Ao mesmo tempo, a humanidade busca alternativas para descarbonizar as atividades produtivas frente à crise do clima. Globo Rural Em cenário complexo e desafiador, o Brasil pode despontar como um dos faróis a iluminar o caminho para um futuro sustentável – se souber transformar suas potencialidades em melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. Nessa caminhada, entretanto, ainda temos dever de casa a ser feito. Não podemos mais tolerar ilegalidades como desmatamento, grilagem e garimpo. A maior floresta tropical do mundo está em nosso território, assim como a maior biodiversidade, e concentramos 12% das reservas de água doce do planeta. Nossa matriz energética já é 47% renovável, índice invejável à maior parte dos países. Temos sol, vento e uma experiência notável com biomassa. Temos imenso potencial como berço de soluções baseadas na natureza, que indicam caminhos sólidos para o desenvolvimento sustentável. Uma dessas promissoras rotas é a da bioeconomia, modelo em que a natureza é fonte e inspiração para desenvolvimento de tecnologias e produtos sustentáveis com alto potencial de rentabilidade. Tais princípios já guiam, há décadas, setores como o de árvores cultivadas. Trata-se de um dos fatores que explica o sucesso dessa indústria. Em 2023, o valor das exportações do agronegócio atingiu o recorde nominal de US$ 167 bilhões, segundo dados do Secex. Representamos o quarto item na balança de exportações do pujante agro brasileiro, enquanto ocupamos cerca de 1% do território do país. Foram 18 milhões de toneladas de celulose exportadas, sendo 49% à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte. Outro número de chamar atenção é o aumento da produtividade. Na Klabin, a produção de madeira por metro cúbico por ano de pinus passou de 24 m³/ha/ano na década de 1970 para 45 m³/ha/ano. Já a produtividade média das áreas de cultivo de eucalipto em todo setor de árvores cultivadas no país foi de 10 m³/ha/ano para 33 m³/ha/ano no mesmo período. Os números são explicados por um investimento de longo prazo em ciência, tecnologia, manejo dos plantios e uma visão profundamente orientada à sustentabilidade. O setor intercala suas áreas de cultivo e conservação, formando mosaicos florestais a partir de manejo sustentável. Essas zonas se conectam criando corredores ecológicos, que favorecem a preservação da biodiversidade e auxiliam na manutenção dos serviços ecossistêmicos. Hoje, contamos com 9,93 milhões de hectares de área de cultivo, além de 6,73 milhões de hectares de mata preservada, uma extensão maior que o estado do Rio de Janeiro. Mais do que diminuir seu impacto sobre o meio ambiente, o setor vem há décadas construindo seus alicerces sobre a economia verde, mesmo antes da crise do clima adquirir a importância que carrega hoje no debate internacional. Os produtos do setor são biodegradáveis, recicláveis e de origem sustentável, entre celulose, papel, painéis, livros, cadernos, tecidos, embalagens, fraldas e muitos outros — portfólio que vem aumentando dia a dia graças a investimentos em P&D. A celulose, por exemplo, já está presente em medicamentos, alimentos e mesmo nas roupas. Com origem nas árvores cultivadas, a viscose já representa 6% do mercado têxtil global, na esteira das fortes tendências por uma moda sustentável Como parte de uma cadeia de reciclagem que envolve catadores, cooperativas, poder público e indústria, o setor trabalha pelo pós-uso responsável de seus produtos. O índice brasileiro de reciclagem de papel está em 69,9%. Quando consideramos apenas o papel para embalagem e papelcartão, 75,8% de todo o material é reciclado no país. Tais índices também refletem a ambição dessa agroindústria rumo à circularidade, em que produtos e resíduos fazem parte de um sistema responsável. Aprofundando-se na rota da circularidade, o setor de árvores cultivadas também vem utilizando a biomassa florestal para produção de energia. Encarando a árvore como uma biorrefinaria, a indústria separa a fibra da lignina. A primeira dá origem à celulose, já a segunda é responsável pela rigidez e sustentação da árvore. A partir da lignina, o setor produz o licor preto, fonte da bioenergia que abastece nossas plantas industriais. Abrindo uma fábrica a cada ano e meio, contamos com uma carteira de investimentos de R$ 67,4 bilhões até 2028, uma das maiores do setor privado brasi

Fevereiro 28, 2024 - 07:15
Aprender com o passado, reinventar o futuro
O mundo atravessa uma reorganização das cadeias de suprimento, convive com tensões econômicas e assiste à quebra de paradigmas com a inteligência artificial Não há mais espaço para atividades econômicas desassociadas do binômio produzir e preservar. >>>

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