Terras agrícolas: Preço do hectare praticamente dobrou em 3 anos no Brasil e já supera os R$ 55 mil; saiba a tendência para este ano

Terras agrícolas: Preço do hectare praticamente dobrou em 3 anos no Brasil e já supera os R$ 55 mil; saiba a tendência para este ano Publicado em 29/02/2024 07:00 Analistas acreditam em valores sem grandes alterações em 2024 e um cenário de baixa liquidez; empresa do setor vê cenário mais favorável apenas em 2025 O preço das terras agrícolas quase que dobrou em três anos na média de todo o Brasil (valores nominais), fechando 2023 em R$ 55,02 mil por hectare, segundo estudo elaborado pela S&P Global Commodity Insights, acompanhando um 'boom' no preço das commodities agrícolas e aumento de área no país. Em variação real, considerando a inflação, a alta foi de 59,9%. Apenas no ano passado, a valorização real foi de 3,2% ante 2022 e nominal de -0,5%. A tendência para 2024, porém, é de poucas mudanças. "Entre 2022 e 2023, os preços das commodities agrícolas, principal elemento que impacta nas terras, e na pecuária brasileira bateram um teto (após várias altas encorajando investimentos dos produtores) e, depois, caíram, o que obviamente reduziu a renda dos agricultores no país. E, menor renda, reflete diretamente em menor capacidade em comprar terra. Com isso, temos esses ajustes pontuais de preços em regiões do país agora", destaca Anderson Galvão, analista da Céleres Consultoria. "O agricultor resiste a tudo, menos à tentação de comprar mais um hectare" Anderson Galvão, analista da Céleres Consultoria Preço médio das terras agrícolas por estado em 2023 - Fonte: S&P Global Commodity Insights e Scot Consultoria No recorte por tipos de terras, as áreas de reflorestamento no Brasil foram as que mais tiveram valorização nos últimos três anos, segundo os dados da S&P, de 118,3%, seguida pelas agrícolas (grãos e oleaginosas), com 91,5% – apesar de serem as únicas com queda anual nominal em 2023 –, pastagens (70,9%) e vegetação nativa (40,4%). Além disso, a região Sul do país segue com os maiores preços de terra do país, próximo de R$ 60 mil por hectare, com destaque ao Paraná devido a qualidade do solo na região. Apesar desse indicativo de aumento nos preços das terras agrícolas no ano passado no país, o volume de compra e venda foi considerado lento, segundo a S&P Global Commodity Insights. "Foi reportado um mercado enfraquecido, com pouco ou nenhum negócio realizado", explicou a consultoria global em relatório cedido ao Notícias Agrícolas. "Os desafios em relação à queda do preço das commodities e impactos na rentabilidade agrícola foram os principais acontecimentos que contextualizaram 2023", complementa. Variação nos preços das terras agrícolas por área (%) - Fonte: S&P Global Commodity Insights​​​​ A terra agrícola é considerada um ativo real, segundo Galvão, utilizado como uma estratégia interessante contra a inflação em todo o mundo. "Investidores procuram terra como forma de proteção. Então, países como os Estados Unidos, que tem uma terra mais valorizada, tendem a sentir poucas variações de preço mesmo com a queda das commodities agrícolas, como aconteceu nos últimos anos", explica o analista. Atualmente no Brasil, porém, a legislação é bastante restrita para investimentos de estrangeiros em área rural. A recente alta nos preços das terras agrícolas no país também tem sido acompanhada pela Scot Consultoria, mas com preços menores levantados em todo o país do que os registrados pela S&P referentes 2023. O preço médio do hectare no Brasil, segundo a consultoria paulista, ficou em R$ 30,85 mil no ano passado e o de pastagem em R$ 17,39 mil por hectare, mas também viram uma menor liquidez nos negócios no final do ano. O estado do Paraná também tem a área com maior valor do país neste levantamento. Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot Consultoria, explica que apesar de alta nos preços entre 2022 e 2023, a tendência para este ano de 2024 é de preços sem muitas alterações a baixista. "Acreditamos que 2023 tenha sido o último ano de avanços expressivos nos preços, após o boom das commodities a partir de 2019/20", destaca o analista. "Diante do cenário de valorização de commodities até 2022, o agricultor ficou mais capitalizado, aumentando a liquidez neste mercado de terras" Ana Paula Zerbinati, head de relações com investidores e mercado de capitais da BrasilAgro A BrasilAgro, uma das maiores empresas brasileiras em quantidade de terras agricultáveis registrou em 2023 um cenário de liquidez de terras parecido com o ano anterior. "Para se ter uma ideia, em 2022, a BrasilAgro vendeu R$ 316 milhões em propriedades rurais. Já em 2023, portanto, diante de um cenário mais desafiador para o agronegócio, a companhia vendeu R$ 445 milhões. Isso mostra que a liquidez se manteve, prolongando um ciclo de valorização das terras", afirma Ana Paula Zerbinati, head de relações com investidores e mercado de capitais da BrasilAgro. Os valores mais altos no último ano mesmo com cenário mais desafiador têm explicação. "Apesar da queda nos preços de commodities, os ciclos de nego

Fevereiro 29, 2024 - 07:15
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Terras agrícolas: Preço do hectare praticamente dobrou em 3 anos no Brasil e já supera os R$ 55 mil; saiba a tendência para este ano
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