Sicoob já desembolsou 35% a mais de crédito rural na safra 2023/24
De julho de 2023 até o início de fevereiro de 2024, valor ficou próximo de R$ 30 bilhões. Meta é chegar a R$ 50 bilhões até julho deste ano As incertezas climáticas do início da safra, que têm se revertido em frustrações reais em parte das lavouras do país, não prejudicaram os planos do Sicoob para o financiamento rural da temporada. Leia também Financiamento de bancos privados ao campo cresce 77% Sicredi libera R$ 34,5 bilhões do Plano Safra 2023/24 Fávaro discutirá Plano Safra ‘mais eficiente’ com Haddad De julho do ano passado até a primeira semana de fevereiro, a instituição já havia desembolsado R$ 29,8 bilhões em crédito para mais de 150 mil cooperados, 35% mais que no mesmo período do ciclo anterior, quando ficou próximo de R$ 22 bilhões. A expectativa é chegar aos R$ 50 bilhões até o fim de junho com impulso da liberação recente da linha de pré-custeio com R$ 7 bilhões ofertados. O desempenho também deve contribuir para a expansão da carteira de agronegócios da cooperativa de crédito, que superou R$ 60,4 bilhões no fim de 2023, alta de mais de 40% em relação a 2022. Já são mais de 470 mil produtores cooperados. O maior volume de recursos é operado em São Paulo e Minas Gerais, principalmente na pecuária. Quase metade dos recursos contratados até agora na safra 2023/24, cerca de R$ 14 bilhões, foram para operações de investimentos e industrialização, o que surpreendeu a equipe do Sicoob diante de um ano “diferente”, com queda da rentabilidade e problemas climáticos no Centro-Oeste. “O produtor acredita e busca investir para recomeçar seus ciclos. Temos expectativa positiva de atender à demanda, e não faltam recursos até o fim desta safra”, disse Francisco Reposse Junior, diretor Comercial e de Canais do Sicoob. Há escassez pontual em linhas do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores (Pronamp). A maior parte dos recursos foi liberado para pequenos agricultores (R$ 16,3 bilhões). Francisco Reposse Junior, diretor Comercial e de Canais do Sicoob: "Não estamos vendo inadimplência descontrolada e vamos conseguir atender caso a caso. É preciso fazer de tudo para deixar o crédito livre” Divulgação/Sicoob Na visão do Sicoob, uma medida mais ampla de prorrogação de dívidas rurais, como tem sido solicitada por parte do setor ao governo, pode atrapalhar o ambiente ainda positivo para o crédito rural em um ano “não tão bom” para o campo. “Não estamos vendo inadimplência descontrolada e vamos conseguir atender caso a caso. É preciso fazer de tudo para deixar o crédito livre”, defendeu Reposse Junior, mostrando preocupação com as recuperações judiciais. As perdas nas lavouras do Centro-Oeste nesta safra, devido aos impactos do El Niño, devem servir de impulso para uma maior contratação de seguro rural na região, disse o diretor. Hoje, apenas 15% das operações liberadas pelo Sicoob têm o mecanismo de gestão de risco. Saiba-mais taboola O clima segue como ponto de interrogação para a próxima safra. Mesmo assim, o Sicoob não espera crescimento menor do que 20% nos desembolsos no ciclo 2024/25, com liberação de R$ 60 bilhões. A queda esperada nas taxas de juros pode favorecer esse desempenho, bem como a normalização do mercado de insumos. Reposse Junior aposta em uma alta nos investimentos, principalmente com granjas na região Sul. Também existe demanda para multiplicar os financiamentos para construção de novos armazéns, principalmente pelas cooperativas, disse Luciano Ribeiro, superintendente de Agronegócios do Sicoob.
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