O arroz de terras altas vem sendo incorporado a áreas de rotação de culturas irrigadas sob pivô central no Cerrado brasileiro; o grão é uma alternativa ao plantio de soja e milho durante a safra de verão e na safrinha

O sistema de cultivo de arroz em terras altas tem tido bons resultados no Cerrado do Brasil Central, onde o cereal vem sendo incorporado a áreas de rotação de culturas irrigadas sob pivô central - Foto: Sebastião Araújo Lançada em 2020, a cultivar BRS A502 abriu caminho para que o arroz de terras altas pudesse ser inserido em ambientes de cultivo intensivo e integrado com outras culturas. Essa expansão do cereal permite abastecer melhor o mercado nacional, que atualmente é suprido majoritariamente pelas riziculturas da Região Sul, de onde se colhe 80% do arroz nacional. De acordo com o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (GO) e um dos coordenadores do programa de melhoramento de plantas de arroz da empresa, Adriano Castro, a BRS A502 possui características que estão contribuindo para a sua inserção em rotação de culturas. Castro conta que a pesquisa em melhoramento genético de arroz tem investido no sistema de cultivo em terras altas. Os resultados trouxeram perspectivas diferentes para a orizicultura no Cerrado do Brasil Central, nos últimos três anos. O cereal vem sendo incorporado a áreas de rotação de culturas irrigadas sob pivô central em propriedades localizadas em Unaí e Paracatu (MG), Cristalina, Rio Verde, Jataí, Santa Helena e Pires do Rio (GO); e no Distrito Federal (DF). Geralmente, o grão é uma alternativa à soja e ao milho durante a safra de verão e em safrinha, antecedendo as lavouras de inverno, quando, comumente, há o plantio de feijão e trigo. Ele destaca que, via de regra, em ambientes de cultivo integrado com solos corrigidos e de alta fertilidade, o arroz fica mais propenso a acamar (tendência de a planta deitar sobre o solo por causa do peso dos grãos). Contudo, a BRS A502 possui resistência ao acamamento, desde que seja observado o manejo adequado da lavoura, o que propicia sua introdução em áreas irrigadas sob pivô central. “Essa é uma característica fundamental para a obtenção de um produto de boa qualidade comercial e industrial”, comenta. O pesquisador aponta que a orizicultura sob pivô central não deve ser encarada apenas sob o aspecto da produtividade da cultura por hectare. “É notável o que o arroz de terras altas proporciona em relação à manutenção e melhoria do sistema de produção como um todo; e também o lucro por hectare de todo o sistema de uma propriedade”, avalia. Castro conta que agricultores usam a BRS A502 como uma das ferramentas para aprimorar a eficiência da produção e melhorar resultados financeiros. Cuidado com o solo Um dos agricultores que introduziu o cultivo do arroz de terras altas sob pivô central é o engenheiro-agrônomo e produtor rural do Grupo MeC, William Matté. Na Fazenda Taboca, em Cristalina (GO), ele já cultivou a BRS A502 dentro de um modelo de gestão do sistema produtivo. Para ele, o arroz é mais uma opção para a sucessão de cultivos, que incluem soja, milho, feijão, trigo e girassol. Matté realiza ainda rotação com mix de plantas de cobertura nas áreas de lavoura, a fim de favorecer a fertilidade do solo para as culturas agrícolas comerciais. O produtor observa que o arroz de terras altas sob pivô central é mais uma alternativa que vem se juntar à forma de gestão da propriedade, cuja finalidade é obter lucro pela soma total das atividades produtivas desenvolvidas durante o ano e não apenas por um determinado cultivo ou safra. Para isso, ele tem a preocupação de cuidar do solo, considerando-o como base de sua produção. “Se cuidarmos dos pilares químicos, físicos e biológicos do solo, a gente consegue ter mais rentabilidade líquida por hectare e, se me perguntarem se o sistema é viável, eu digo: com certeza! O sistema de plantas de cobertura, com sucessão de culturas, traz remuneração estável. Eu diria que não apenas por permitir produzir mais, mas também por ter estabilidade de produção e participar de tempos diferentes do mercado”, afirma Matté. Os benefícios da sucessão de culturas com a rotação entre mix de plantas de cobertura favorecem o solo, por exemplo, pela infiltração de água, ciclagem de nutrientes e diminuição da infestação de doenças. Perspectiva para indústrias O corretor de come

Março 5, 2024 - 14:31
O arroz de terras altas vem sendo incorporado a áreas de rotação de culturas irrigadas sob pivô central no Cerrado brasileiro; o grão é uma alternativa ao plantio de soja e milho durante a safra de verão e na safrinha
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