Agoro e Santander miram descarbonização

Banco ofertará até R$ 1 bilhão para clientes da desenvolvedora de projetos da Yara A Agoro Carbon, empresa de desenvolvimento de projetos de carbono da norueguesa Yara, acertou uma parceria com o Santander no Brasil para garantir a oferta de crédito para produtores rurais investirem em práticas que sequestram carbono no solo. O banco quer ofertar até R$ 1 bilhão aos produtores apoiados pela Agoro. Saiba-mais taboola A empresa foi criada em 2021 pela Yara para oferecer assistência para a adoção de práticas com potencial de captura de carbono e desenvolver projetos para serem registrados junto à Verra, principal certificadora internacional de créditos de carbono do mundo. A empresa também tem uma equipe destacada para a venda de créditos de carbono a empresas globais com metas voluntárias de descarbonização. A Agoro iniciou suas atividades nos Estados Unidos e, no Brasil, começou a atuar mais fortemente no ano passado, onde até o momento apoiou práticas sustentáveis de produtores em 40 mil hectares, concentrados no Centro-Oeste e cercanias. O financiamento do Santander irá para produtores que tenham acordos com a Agoro para investir nas práticas que estão dentro do escopo de apoio da desenvolvedora. Essas práticas também devem se encaixar na metodologia da Verra para a agropecuária. O acesso a crédito é um gargalo para o ganho de escala da agricultura regenerativa, que demanda apostas no longo prazo. Carlos Aguiar Neto, diretor de Agronegócios do Banco Santander Divulgação Apesar disso, Carlos Aguiar, superintendente de agronegócios do banco diz que, no Santander, o entendimento é de que a agricultura que captura carbono no solo é, antes de tudo, mais produtiva e resiliente, e portanto minimiza os riscos para o financiador. “Quem ganha mais dinheiro está menos impactado pela mudança climática, pelo preço de mercado, e quem tem mais produtividade me deixa mais tranquilo para eu dar crédito”, afirma. “Não estou contando com o crédito de carbono para ele me pagar”, acrescenta. Ele estima que os desembolsos individuais no âmbito da parceria serão de no mínimo R$ 500 mil, e alcançarão produtores já com “algum grau” de adoção de práticas sustentáveis nas fazendas. Estão hoje no escopo da Agoro as técnicas de pastagem rotacionada, fertilização de pastos, recuperação de pastagens, incremento da diversidade nos pastos — como plantio conjunto de forrageiras com leguminosas, por exemplo —, integração entre lavoura e pecuária e plantio de cobertura na entressafra de grãos. Mais para frente, novas técnicas poderão ser apoiadas pelos projetos da Agoro, como investimento em biodefensivos, afirma Evelin Krebsky, diretora da empresa no Brasil. Não está incluído nesse “cardápio” a técnica do plantio direto na palha. Para calcular o quanto as práticas selecionadas capturam carbono, a Agoro coleta amostras de solo para medir a concentração de carbono assim que estabelece a parceria com o produtor, e volta a coletar amostras depois de cinco e dez anos. A diferença é o quanto o novo manejo capturar carbono no solo. No quinto ano, quando é feita a primeira aferição de captura de carbono, o produtor torna-se habilitado para gerar o crédito de carbono. Além disso, anualmente uma equipe da Agoro visita as fazendas para verificar a aplicação das técnicas recomendadas. Os financiamentos aos clientes da Agoro deverão ter prazos alongados. O recurso para apoiar os produtores deverá sair basicamente de recursos livres via Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e será constituída por operações de longo prazo. Os recursos livres já representam a maior parte da carteira de empréstimos do Santander para o agronegócio — o banco fechou o ano passado com uma carteira de R$ 54 bilhões ao agronegócio, sendo que mais de R$ 40 bilhões saíram de recursos livres ou títulos do setor. Esse valor da carteira não inclui linhas comerciais para clientes do setor, como adiantamentos de contratos de câmbio e pagamento pré-exportação, e que são comuns no ramo.

Março 11, 2024 - 05:47
Agoro e Santander miram descarbonização
Banco ofertará até R$ 1 bilhão para clientes da desenvolvedora de projetos da Yara A Agoro Carbon, empresa de desenvolvimento de projetos de carbono da norueguesa Yara, acertou uma parceria com o Santander no Brasil para garantir a oferta de crédito >>>

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