Aurora prevê alta na receita após investir R$ 1 bilhão em expansão

Cooperativa espera bater recorde de faturamento no ano com nova unidade de aves e melhorias na operação de suínos Após investimentos de ao menos R$ 1 bilhão para ampliar sua capacidade produtiva, a Cooperativa Central Aurora Alimentos (Aurora Coop) espera elevar em 10% a receita bruta em 2024. Se a projeção do presidente, Neivor Canton, for confirmada, o resultado poderá alcançar R$ 23,9 bilhões, o que seria um recorde para a companhia. Saiba-mais taboola Até o momento, a receita bruta máxima registrada pela Aurora Coop — que é a terceira maior indústria de aves e suínos do Brasil — foi de R$ 22 bilhões, obtida em 2022. No ano passado, o faturamento teve queda de 1,36%. “Nós vamos adicionar novos volumes em consequência de uma nova planta e outros crescimentos que acontecem no mercado”, disse Canton em entrevista ao Valor. A nova unidade citada pelo dirigente será inaugurada em Chapecó (SC) em abril, com foco no processamento de aves para fabricação, principalmente, de empanados. A capacidade produtiva será de 6 mil toneladas por mês. “Só temos uma outra unidade nessa linha, que produz um terço disso”. A central de cooperativas investiu mais de R$ 700 milhões na construção da nova planta, durante os dois últimos anos. A expectativa da Aurora é que ela atenda o mercado interno e possa ser gradativamente habilitada para fornecer também ao mercado internacional. “Esta planta tem chance de ser, neste momento, a maior planta do gênero no país”, disse. Além da nova fábrica, a Aurora está fazendo melhorias em sua unidade em São Gabriel do Oeste (MS), com investimentos de R$ 300 milhões. “Ela abate 3,2 mil suínos por dia e vai para 5 mil depois de ampliada”, informou. A operação da Alegra, em Castro (PR), que a Aurora assumiu em outubro do ano passado, também deve contribuir para o avanço este ano. A planta industrial de suínos pertencia à Unium — formada pelas cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal. Canton não revela o valor da negociação, em razão de uma cláusula de confidencialidade presente no acordo de intercooperação que foi firmado. De acordo com o dirigente, após a Aurora assumir o controle da Alegra, foram feitos ajustes para adequação dos produtos aos padrões da Aurora, mas sem grandes investimentos adicionais na operação. “Eles já eram detentores de qualidade e não tivemos dificuldade em dar continuidade”, afirmou. Ao mesmo tempo em que expande sua capacidade produtiva, a Aurora Coop tem promovido reajustes gradativos nos preços de seu portfólio de produtos. A cooperativa enfrentou alta de custos de produção em 2023, num mercado com sobreoferta, principalmente, em aves. Esse cenário impossibilitou reajustes dos preços, afirmou Canton. “Agora, há uma necessidade de reposição de preços na nossa linha de produtos”, argumentou. No segmento de aves, a percepção do presidente da Aurora é de que tem sido possível realizar os reajustes sem grandes danos ao consumo. Já nas áreas de suínos, lácteos e processados em geral, a demanda ainda segue mais lenta, dificultando um pouco os repasses. Por isso, disse, esses movimentos serão feitos à medida em que houver aceitação do mercado. Os reajustes no portfólio podem levar a uma melhoria das margens da Aurora. Isso porque haverá preço mais alto de um lado e custo mais baixo do outro, visto que a produção de milho ainda é considerada robusta e os preços internacionais estão em baixa. Milho e farelo de soja são alguns dos principais insumos usados na alimentação de aves e suínos. Olhando para o mercado externo, a China continua sendo a maior compradora de carnes do Brasil. Mas os chineses também vêm se abastecendo com a produção local, o que fez as exportações ao país asiático recuarem. Com isso, segundo Canton, as empresas brasileiras tiveram de acelerar as buscas por novos mercados. “Acreditamos na expansão de vendas para o Reino Unido em aves, o mercado mexicano tem um potencial que nos interessa em suínos, e o Canadá também, de forma mais recente”, afirmou. Ele acrescentou ver oportunidades para aumentar as exportações em 2024 e para novas habilitações. O presidente da Aurora disse ainda acreditar que há espaço para melhora nos preços de exportação, que foram atingidos em cheio pela queda das vendas à China. “Já vivenciamos momentos bem melhores do que o atual em termos de preço, o que nos leva a crer que, sim, é possível retomarmos patamares ligeiramente melhores do que os praticados atualmente”, afirmou.

Março 12, 2024 - 05:30
Aurora prevê alta na receita após investir R$ 1 bilhão em expansão
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