Usina fotovoltaica cria abelhas e produz mel para mitigar impacto ambiental

Unidade da AXS Energia em São Gonçalo do Sapucai, Minas Gerais, recebeu 50 colmeias no ano passado com produção de 50 quilos de mel cada Foi durante uma campanha interna entre funcionários para estimular ideias que promovessem maior sustentabilidade na empresa que a AXS Energia, que atua no ramo de geração de energia solar, deu início a uma integração aparentemente improvável: a criação de abelhas dentro da usina fotovoltaica que mantém em São Gonçalo do Sapucai, Minas Gerais. Saiba-mais taboola Na borda dos dez hectares de painéis fotovoltaicos, 50 colmeias produziram a sua primeira safra no ano passado com um volume médio de 50 quilos cada uma. Parte da produção fica com dois apicultores parceiros, que trabalham no manejo dos insetos de propriedade da AXS. “O apicultor entra como sócio da produção, recebe 50% sem investir em nada e ainda uma ajuda de custo enquanto as colmeias não estiverem produzindo. Então é um trabalho que se torna social também”, avalia o fundador e diretor de inovação e pesquisa da Integrapis, startup que desenhou o projeto para a empresa, Jean Samel Rocha. Insetos são monitorados por câmeras 24 horas por dia Divulgação Para garantir o bem-estar das abelhas, os módulos fotovoltaicos são anti-reflexo e as colmeias cobertas com papelão laminado, que reflete a luz solar garantindo maior conforto térmico. Também foi plantada braquiária para garantir alimento próximo, além da vegetação ao redor da área onde está localizada a usina. Os insetos são monitorados por câmeras 24 horas por dia e ao menor sinal de problema, a equipe da empresa foi treinada para intervir. “A Integrapis produziu um manual de implantação e manutenção do apiário dentro da usina prevendo ações de emergência e todas as necessidades de mitigação de algum problema que possa ocorrer. É um controle muito grande”, detalha Jean. Saiba-mais taboola A ideia original, contudo, partiu do analista de administração de usinas da AXS, Nikolas dos Santos Barbosa. Neto de apicultores, ele conta que já havia ouvido falar sobre a possibilidade de cultivar hortaliças sob as placas solares e decidiu estender o conceito para a criação de abelhas – dado que os módulos fotovoltaicos da AXS são instalados da forma convencional, rentes ao solo. “Nunca tinha visto a questão da produção apícola dentro da usina fotovoltaica, foi uma ideia que eu tive de aproveitar o espaço que normalmente fica vago e subaproveitado e por saber da importância das abelhas pro meio ambiente e do impacto que uma usina de grande porte tem”, explica Nikolas. Segundo ele, o objetivo é fazer com que a presença das abelhas gere uma espécie de compensação ambiental à atividade da usina na região e seja adotado também em outras unidades da empresa. Saiba-mais taboola Dentre os impactos causados pelas usinas fotovoltaicas, Jean destaca a retirada da vegetação nativa local e as consequentes mudanças na dinâmica de absorção e água da chuva com impacto na fauna e flora local. “Quando você introduz os polinizadores dentro dessa área da usina solar, de alguma forma você está aumentando a produção das espécies que estão do lado de fora da usina, melhorando a manutenção do ecossistema”, observa o fundador da Integrapis. O próximo passo, conta, é substituir a brachiaria por amendoim forrageiro, aumentando a disponibilidade de alimento para os insetos. "Tem menos manutenção que braquiária, e também produz flores que vão ajudar na produção de mel das abelhas", completa Jean.

Janeiro 21, 2024 - 07:00
Usina fotovoltaica cria abelhas e produz mel para mitigar impacto ambiental
Unidade da AXS Energia em São Gonçalo do Sapucai, Minas Gerais, recebeu 50 colmeias no ano passado com produção de 50 quilos de mel cada Foi durante uma campanha interna entre funcionários para estimular ideias que promovessem maior sustentabilidade >>>

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