Governo vai prorrogar investimentos e orientar adiamento de custeio de produtores
Medida ainda depende de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nessa segunda-feira (18/3) que o governo vai prorrogar os contratos de investimentos de produtores de soja, milho, gado de corte e de leite com vencimento em 2024. Segundo ele, será criada ainda uma normatização para que as operações de custeio realizadas em instituições públicas, como o Banco do Brasil, também possam ser adiadas. Saiba-mais taboola Fávaro comentou as propostas em estudo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a viabilidade de capital de giro e financiamento de armazéns em dólar com taxas variáveis. "Temos plena consciência das dificuldades de clima, preços e endividamentos dos produtores. Recebi, por determinação do presidente Lula, a incumbência de trazer uma notícia a todos produtores de soja, milho, pecuária bovina e de leite do Brasil. Os investimentos que vencem no ano de 2024 serão prorrogados de acordo com os contratos", disse Fávaro em discurso na abertura da feira agropecuária Show Safra, em Lucas do Rio Verde (MT). Segundo ele, as parcelas que vencem em 2024 poderão ser prorrogadas para pagamento ao fim do contrato ou divididas entre as prestações que restam ser quitadas no contrato. Fávaro não deixou claro se a prorrogação será feita a todos os produtores do país ou se será limitada para Estados mais afetados pelo clima. A medida ainda depende de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN). O colegiado poderá se reunir de forma extraordinária para aprovar essas condições ou votá-las na reunião ordinária agendada para a última quinta-feira do mês (28/3). No discurso, o ministro disse que o governo deve orientar os bancos públicos a cumprirem dispositivos do Manual de Crédito Rural (MCR) e prorrogarem operações de custeio de acordo com a necessidade dos produtores. “Vamos também criar uma normatização para que os custeios dos bancos públicos cumpram as normativas do crédito rural e sejam todos prorrogados de acordo com a necessidade do produtor brasileiro”, afirmou Fávaro. O ministro comentou ainda que o BNDES deve anunciar nos próximos dias uma linha para capital de giro para ajudar produtores e empresas com dificuldades financeiras. "Pedimos e está sendo trabalhada no BNDES também uma linha de CPR Capital de Giro que vai dar tranquilidade àqueles produtores que sofreram intempéries climáticas ou de preços e não conseguiram saldar seus compromissos privados. Estará lá, com taxas bastante competitivas para repassar aos bancos repassadores", pontuou. Recentemente, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, comentou que a linha deverá ter US$ 2 bilhões e juros de até 8,2% ao ano, com até dois anos de carência e três para pagamento do financiamento. Outra iniciativa em estudo no BNDES é o financiamento de investimentos em armazenagem com taxa de juros variável. "Já que a SOFR [índice de referência para empréstimos interbancários em dólar] está na ordem de 5,5% com tendência de queda, fazer investimento de longo prazo já precifica esses juros caros. Talvez seja mais importante ter o juro variável. É muito provável que teremos essa linha de crédito também", contou Fávaro no discurso em Mato Grosso.
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