Renascer: como a Globo construiu a fazenda de Zé Inocêncio no meio do RJ

O cenógrafo Fábio Rangel, responsável pelo projeto, conta os detalhes, bastidores e desafios de levar o cenário rural de Ilhéus para um estúdio na metrópole carioca Quem assistiu a primeira versão, está assistindo a atual ou acompanhou tanto a “Renascer” de 1993, quanto a de 2024, sem dúvidas é atraído não apenas pela trama de embates e disputas familiares por amor e por terras, mas também pelo cenário rural onde a trama é ambientada. A história se passa no sul da Bahia, o coração da região produtora de cacau no Brasil. Mas, em se tratando de uma novela, com vários meses no ar, é logisticamente inviável eu todas as gravações sejam feitas in loco, a mais de 1000 quilômetros de distância da sede da TV Globo, no Rio de Janeiro. Leia também Renascer: conheça a fazenda cenário das duas versões da novela Pisar no cacau? Entenda a prática retratada na novela Renascer 'Renascer': Xamã revela como foi preparação para viver Damião em novela A solução? Construir, do zero, dentro dos Estúdios Globo, uma estrutura que reproduza os principais elementos que compõem uma fazenda de cacau digna de um coronel como José Inocêncio (Marcos Palmeira). Para entender o processo para tornar o projeto realidade, conversamos com Fábio Rangel, cenógrafo da TV Globo, responsável por colocar de pé essa “fazenda de novela”. A fazenda cenográfica de Renascer Globo Rural: Como foi o processo de idealização da fazenda cenográfica? Fábio Rangel: Por “Renascer” ter uma trama concentrada em poucos personagens e, com isso, ter um elenco pequeno, ficava inviável fazer viagens constantes até a região de Ilhéus. No Rio, a gente sabia que não existia ninguém produzindo cacau para que pudéssemos usar a lavoura como cenário. Então, era preciso reproduzir uma fazenda de cacau dentro dos Estúdios Globo. Antes de começarem as gravações, fizemos uma viagem até o Sul da Bahia. Precisávamos entender como funcionavam, na prática, as instalações para a produção de cacau. No decorrer da viagem, a gente se deu conta de que, pela quantidade de cenas necessárias para atender a Fazenda Jequitibá Rei (a propriedade de José Inocêncio na trama), elas precisavam ser todas feitas nos Estúdios Globo. A partir daí, o processo de idealização da fazenda foi muito em função do que eu vimos em Ilhéus, do estudo de como é a produção do cacau nessa região. Também levamos em conta o entendimento de como é produzido o cacau fino, que seria uma marca dentro da história, por meio do filho João Pedro (Juan Paiva). Saiba-mais taboola GR: A ideia foi reproduzir alguma fazenda visitada ou recriar um ambiente específico, como uma espécie de composição de referências? Rangel: A gente não tinha como ter uma continuidade de uma fazenda específica lá em Ilhéus, porque no nosso desenho de produção, o que ia ser gravado nas externas, era realmente a parte dos trabalho no campo: o cultivo do cacau, como ele é colhido, o tratamento que recebe para ser ensacado e depois vendido. Várias fases desse período foram gravadas lá. Processo de idealização da fazenda ocorreu a partir de visitas em propriedades em Ilhéus, explica Rangel Globo/Leo Rosário Como não havia uma propriedade específica lá para situar dentro da história, tivemos que construir a fachada de uma sede de fazenda aqui no Rio de Janeiro, para a qual não me baseei em nenhum desenho de uma propriedade existente, mas usamos os detalhes, a arquitetura e as características do que vimos na Bahia. Eu pude concluir, por meio das visitas, que as fazendas de cacau são construções mais simples do que as de café, por exemplo. A riqueza existe, mas em um grau um pouco menor. Levando em conta o período histórico, é possível que isso se justifique pelas características de produção do cacau, que são bastante distintas das do café. Os donos das fazendas, os chamados “coronéis”, não necessariamente moravam na propriedade. Normalmente, moravam na cidade, em Ilhéus, onde até hoje é possível encontrar fachadas e construções do período do auge da cacauicultura. A casa da fazenda, em muitos casos, servia como ponto de apoio, para onde os patrões iam para fazer a vistoria na lavoura, mas não para morar. Então, as construções são um pouco mais simples, elas têm um luxo contido. A paleta de cores da novela eu também tentei “sugar” da região. Não há uma riqueza de coloridos. As cores também são mais contidas. A recriação de ambiente mais específica que eu tive que fazer foi as construções que servem de apoio para a produção do cacau. Barcaças, secadores de tubulares, os armazéns onde guardam o cacau. Usamos as imagens que fizemos em fazendas reais da Bahia principalmente para a primeira fase da novela. Com o tempo, na trama, o José Inocêncio faz algumas melhorias na fazenda e usamos essas mudanças para ligar com as filmagens na cidade cenográfica. Nossa estrutura é muito menor do que as fazendas de verdade, mas nos suportam bem para as gravações. Initial plugin text GR: Quais as diferenças e peculiaridades na criação de um cenário rural cenográ

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