Produção das 100 maiores fazendas de leite do país teve alta de 7,6% em 2023

Pesquisa do Milkpoint mostra que as Top 100 produziram em média 28.739 litros por dia; segmento foi menos afetado pela queda de preços que os pequenos O cenário do setor leiteiro foi distinto para grandes fazendas e micro e pequenos produtores em 2023. Na base da pirâmide, a queda nos preços do leite — sobretudo no segundo semestre, com o aumento acelerado das importações — afetou a produção e levou parte dos produtores até a desistir da atividade. No topo da pirâmide, as fazendas seguiram crescendo acima da média de mercado e com planos de ampliar a produção. Saiba-mais taboola A nova edição do levantamento anual Top 100 Milkpoint, que integra a consultoria Agripoint, revelou que os cem maiores produtores de leite do país alcançaram em 2023 produção de 1,05 bilhão de litros, crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior. A aquisição de leite cru por laticínios sob inspeção sanitária em todo o país cresceu 2,5% no período, para 24,5 bilhões de litros, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção das cem maiores fazendas teve aumento de 7,55%, para uma média diária de 28.739 litros. Já os dez maiores produtores registraram média diária de 69.161 litros, alta de 7%. “Produtores grandes fazem uma boa gestão financeira e conseguem atravessar melhor esses momentos. Mesmo assim, a maioria reportou que 2023 foi pior do que 2022”, afirma Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da Agripoint. O ranking Top 100 Milkpoint apresentou poucas mudanças em relação à edição anterior entre os primeiros colocados. A Fazenda Colorado, de Araras (SP), dona da marca Xandô, manteve a liderança no ranking pelo 11 ano seguido, com produção média diária de 96.688 litros, alta de 4%. Em segundo aparece a Fazenda Melkstad, de Carambeí (PR), com produção de 84.025 litros por dia, desempenho estável em relação a 2022. Dos dez maiores produtores de leite do país, apenas um nome novo apareceu: na décima posição está Nilva Therezinha Randon, de Vacaria (RS), com aumento na produção de 18%, para 46.660 litros por dia. No ano anterior, a produtora ocupava a 15 colocação. Toda a produção é usada na fabricação de queijo da marca Gran Formaggio, da RAR Alimentos. O Grupo Cabo Verde, de Passos (MG), décimo lugar na edição passada, caiu para a 13 posição, com produção de 44.102 litros por dia. A chegada da fazenda NTR, da família Randon, à lista seleta reflete o crescimento do rebanho, que aumenta em cerca de 200 cabeças por ano, para 1,35 mil em 2023, segundo Sérgio Barbosa, presidente da RAR Alimentos. O trabalho começou em 1996, quando o fundador Raul Randon importou 70 novilhas de Ohio, nos EUA, para garantir a produção de leite de boa qualidade e rico em sólidos para produção do primeiro queijo tipo grana fabricado fora da Itália. Hoje, o rebanho é formado por vacas holandesas de alta produtividade (acima de 30 litros por dia) e jovens, criadas em um sistema “free stall”, onde os animais são alimentados com silagem e dormem separados. “Também somos a primeira fazenda do Sul certificada [pela Integral Certificações] em bem-estar animal”, diz Barbosa. O presidente da RAR afirma que a fazenda pretende continuar avançando no Top 10. A meta é chegar a até 80 mil litros de leite por dia nos próximos cinco anos. O levantamento do Milkpoint revelou também que 64% dos maiores produtores apontaram queda na rentabilidade em 2023. Outros 14% disseram que a rentabilidade ficou estável e 20% apontaram melhora. Na média, os maiores produtores consideram que o retorno ideal seria uma rentabilidade de 20%. “Considerando que os produtores crescem continuamente e pretendem expandir a operação, é lógico pensar que a rentabilidade seja suficientemente atrativa”, acrescenta Carvalho. Ele pondera que as fazendas que produzem acima de 30 mil litros por dia recebem uma bonificação no preço do leite, o que ajuda a garantir melhor rentabilidade em relação aos pequenos. O preço médio recebido pelos produtores no Brasil foi de R$ 2,47 por litro em 2023, segundo o Cepea/Esalq. O custo médio de produção, de acordo com o levantamento do Milkpoint, foi de R$ 2,24 por litro — abaixo do preço médio do leite, indicando rentabilidade na operação. Em relação a 2022, os custos de produção caíram 6,7%, reflexo da queda nos preços do milho e do farelo de soja. Carvalho avalia que a expectativa é positiva para o setor este ano, com preços do milho e da soja ainda retraído e tendência de recuperação nos preços no segundo semestre. No médio prazo, o levantamento mostrou algum otimismo entre os produtores: 42 deles querem aumentar a produção de 20% a 50% nos próximos três anos. Outros 39 pretendem elevar em até 20%, e 5% planejam ampliar em mais de 50%. Entre os maiores produtores, 14 não pretendem expandir. Segundo a pesquisa, o maior comprador de leite dos grandes produtores é o Unium, atendido por 20 dos Top 100. Em seguida está a Cooperativa Central de Produtores Rurais (CCPR), com 12 produtores. Conside

Março 27, 2024 - 05:15
Produção das 100 maiores fazendas de leite do país teve alta de 7,6%  em 2023
Pesquisa do Milkpoint mostra que as Top 100 produziram em média 28.739 litros por dia; segmento foi menos afetado pela queda de preços que os pequenos O cenário do setor leiteiro foi distinto para grandes fazendas e micro e pequenos produtores em 2 >>>

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