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Fragmentação nos negócios de insumos atrapalhou resultados de 2023, avalia Agrogalaxy
Defensivos e fertilizantes enfrentaram reflexo da quebra da soja e queda nos preços das commodities A fragmentação de vendas de insumos em 2023 atrapalhou os negócios da indústria do segmento, em especial no segundo semestre do ano passado. É o que avalia o presidente do Agrogalaxy, Axel Labourt. Para ele, os negócios de defensivos e fertilizantes enfrentaram um reflexo da quebra de safra de soja e queda nos preços das commodities. Saiba-mais taboola "Tudo isso aparelha o atraso na comercialização e a compra da mão para boca, comportamento que o produtor brasileiro tem tido nos últimos anos", acrescentou durante a vídeoconferência com investidores, realizada esta manhã, após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023 e balanço anual, que aconteceu nesta terça-feira (26/3). A companhia registrou um prejuízo de R$ 334,5 milhões em 2023, após lucro de R$ 53,9 milhões no ano anterior. Dados sobre o percentual dos pedidos de produto faturados pela empresa nos anos de 2022 e 2023 evidenciam os atrasos nas compras, mesmo quando a relação de troca estava favorável. Em 2022, de acordo com Agrogalaxy, 54% dos pedidos faturados em dezembro. Isso respingou em um início do ano passado lento com meses de maio, junho e julho nos patamares de 12% a 14%. A curva de compras melhorou nos últimos dois meses do ano. Em dezembro de 2023, o faturamento dos pedidos no mês fechou em 72%, mas em setembro, quando o produtor já se prepara para o plantio da soja, esse valor era de 38%. O diretor financeiro da empresa, Eron Martins, explicou a investidores que a falta de faturamento intensificou a complexidade de 2023, o que fez a empresa renegociar dívidas e aprovar um waiver no dia 1 de março, o que dispensou a companhia de apresentar o índice de alavancagem ao mercado. "Para sobreviver no negócio, a análise de margem tem que ser muito rigoroso. É o que estamos fazendo", afirmou Martins sobre a estratégia do Agrogalaxy em apostar em protfólios de especialidades, sementes e bioinsumos, que, segundo ele, possui margem bruta maior. Mesmo assim, Labourt acredita o quadro desfavorável pode se inverter e melhorar no final do ano, com os efeitos do La Niña, que podem ser benéficos para o ciclo de grãos do 2024/25, apesar de a projeção para a produção de milho ser apertada devido à redução de área de plantio. "O foco de trabalho vai continuar sendo austeridade e produtividade, diante do alto custo de capital, porque 2024 ainda será desafiador. Teremos muita atenção para gestão de risco, proatividade na gestão de recebimentos, trabalhando com time de crédito para tentar antecipar as conversas difíceis com clientes e fornecedores", afirmou, lembrando estratégias para driblar inadimplência. Outro plano de Labourt é controlar os estoques que, acrescenta ele, estão sendo reposicionados neste momento para que se mantenham em níveis saudáveis e favorecam o capital de giro proveniente dos insumos armazenados. A empresa saiu da casa de R$ 1 bilhão em estoque para R$ 655 milhões.
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