Gripe aviária em vacas leiteiras nos EUA: mais perguntas do que respostas

Gripe aviária em vacas leiteiras nos EUA: mais perguntas do que respostas Publicado em 03/04/2024 14:51 Um homem também foi contaminado no Texas após ter contato com uma vaca que estava doente Desde o final de março deste ano, casos confirmados de contaminação em rebanhos de vacas leiteiras por influenza aviária de alta patogenicidade vêm sendo anunciados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). Desde a confirmação em uma propriedade no Estado do Texas, no dia 25 de março até agora, são 12 propriedades espalhadas pelo país norte americano que registraram casos da doença em bovinos de leite: 7 propriedades no Texas, duas no Kansas, uma em Michigan, uma no Novo México e uma em Idaho.  Segundo informações do USDA, na segunda-feira, 25 de março, amostras clínicas de leite não pasteurizado de gado doente foram coletadas de duas fazendas leiteiras no Kansas e uma no Texas, bem como coleta de amostras com swabs na laringe de vacas de outra fazenda leiteira no Texas, que testaram positivo para influenza aviária altamente patogênica. Testes adicionais foram iniciados anteriormente, ainda na sexta-feira, 22 de março, e no fim de semana porque nestas fazendas também houve relato de terem sido encontradas aves selvagens mortas. Com base nas descobertas do Texas, as detecções parecem ter sido introduzidas por aves selvagens.  Fabio Vanucci, professor associado na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e integrante do laboratório de diagnóstico veterinário (em especial suínos e bovinos), parte da rede que faz colaboração com o trabalho do USDA, destaca que ainda há investigações sendo feitas e dúvidas sendo respondidas sobre estes casos. Na linha do tempo, Vanucci explica que desde o final de 2023 alguns casos clínicos em vacas leiteiras vinham sendo reportados, com sintomas de diminuição da produção de leite, apetite, diarreia, leite com aspecto mais consistente que o normal, e febre. A diarreia, especificamente ocorrendo no período de inverno, gerou a suspeita inicial de “disenteria de inverno”, algo relativamente comum para gado, segundo Vanucci. “As investigações deram negativo para essa enfermidade, e não se sabia ao certo o que estava acontecendo. Em fevereiro/março, foram feitos testes no leite das vacas para a gripe aviária de alta patogenicidade. Chamou a atenção que nestas propriedades onde havia a doença, existia uma grande quantidade de aves que, invariavelmente, acabavam bebendo da água do gado e acabavam defecando por ali. Os casos foram corroborados com aspectos mais gerais, como a presença de aves migratórias contaminadas com o vírus da influenza aviária  nas propriedades”. Para Vanucci, a contaminação em gado de leite, por si só, já é algo surpreendente. Mas mais surpreendente ainda, para ele, é o fato de que a carga viral no leite era muito maior do que nas amostras colhidas com swabs nas narinas ou na laringe dos animais. Ele comparou com casos de gripe aviária na Califórnia, nos quais a carga viral encontrada nos ovos e nos ovidutos das galinhas era maior do que as amostras coletadas com swabs nas laringes.  De acordo com Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, o vírus também pode atingir o tecido epitelial dos animais contaminados, chegando às glândulas (excretoras, no caso das aves e mamárias, no caso das vacas).  PROTOCOLOS Casos de gripe aviária altamente patogênica em granjas comerciais têm um protocolo de biosseguridade a ser seguido, tanto para prevenção da entrada do vírus nas granjas como a erradicação do patógeno, com o abate dos animais, sanitização e vazio sanitário dos galpões. Entretanto, no caso do gado leiteiro, ainda não há um procedimento estabelecido, de acordo com Vanucci. “O que está sendo discutido aqui é que não há um protocolo ainda para como agir quando o vírus acomete os bovinos (abater, fechar a propriedade, por exemplo). Estamos tentando entender a extensão dessas detecções, se existem mais focos ou se os animais contaminados estão sendo movimentados e levando o vírus para outras localidades. O que se tem e que ainda é bem primitivo, é que se for mover os animais de uma região infectada, é colocar os animais em observação, mas não se sabe ainda por quanto tempo”, diz o professor da Universidade de Minnesota. Vanucci destaca que é recomendável que trabalhadores em fazendas tomem medidas de biosseguridade, como óculos de proteção, máscara, luvas, para evitar o contágio. “Uma das primeiras hipóteses foi a transmissão de animal para animal, e aí, sem dúvida, quando se há caso em humano, e é trabalhador, pode ser que o leite cru possa ser uma via de contaminação. O leite pasteurizado é seguro”, finalizou. CASO EM HUMANO Na segunda-feira (1º de abril), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), confirmou que um homem testou positivo para o vírus da gripe aviária altamente patogênica A(H5N1). O paciente, segundo o CDC, teve contato com gado leiteiro no Texas, supostamente infectad

Abril 3, 2024 - 15:10
Gripe aviária em vacas leiteiras nos EUA: mais perguntas do que respostas
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