Embrapa desenvolve nectarinas com oferta de frutas prolongada para o Sul do Brasil

Novas variedades possuem períodos de maturação que se complementam, o que assegura a produção entre o fim de outubro ao fim de dezembro Três novas cultivares de nectarinas foram criadas para durarem por mais tempo nos pomares. Desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético de Frutas de Caroço, liderado pela Embrapa Clima Temperado (RS), as variedades BRS Cathy, BRS Dani e BRS Janita possuem períodos de maturação que se complementam, o que assegura a produção entre o fim de outubro ao fim de dezembro. Saiba-mais taboola As variedades podem levar, em média, cinco anos para serem adotadas e comercializadas. Entre as principais características estão a doçura, baixa acidez e um ciclo de maturação bem definido, como detalhou em nota técnica divulgada nesta terça-feira (23) a pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira, uma das responsáveis pelo desenvolvimento dos materiais. Atualmente, cinco produtores estão licenciados para multiplicar as cultivares e a partir de 2025 as mudas estarão no mercado, segundo a Embrapa. A pesquisadora esclarece que a nectarina é uma mutação do pêssego e, portanto, pertence à mesma espécie. A principal diferença entre as frutas está na pele, já que a nectarina não tem pelos. As variedades foram lançadas em janeiro, durante o 4º Encontro Estadual de Frutas de Caroço, em Pinto Bandeira (RS), que é o maior município produtor de pêssego de mesa do Rio Grande do Sul. Lá, a produção atingiu as 18,5 mil toneladas em 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A região de Pelotas (RS) foi o principal 'laboratório' para conduzir as avaliações no campo. Os pesquisadores, então, conseguiram identificar a sequência da maturação e concluiram que a colheita é precoce, a partir do final de outubro. O objetivo é distribuir as frutas ao mercado in natura. As cultivares surgem como oportunidade de negócio no país, embora não seja muito popular. No entanto, o cultivo tem aumentado globalmente, enquanto o pêssego segue estável e, em algumas cidades, prejudicado pelo clima, motivo que faz produtores buscarem outras culturas para plantar. No Brasil, dados mais recentes, de 2017, do IBGE mostram uma área colhida de nectarinas de 355 hectares, com produção de 4,2 mil toneladas, em cerca de 280 estabelecimentos. O estado de Santa Catarina era o maior produtor, com 2,1 mil toneladas colhidas, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 605 toneladas à época. Segundo dados mais recentes da Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2023, elaborada pelo Departamento de Governança dos Sistemas Produtivos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, o estado abriga hoje cerca de 60 hectares da fruta, em 74 produtores. Em 2022, o volume de produção estimado foi de 950 toneladas. Os pesquisadores acrescentaram que o potencial para crescimento do cultivo de nectarinas tem relação com o volume de importações, que indicam uma demanda aquecida pela fruta. Nos últimos seis anos, o Brasil importou, em média, 5,2 mil toneladas e gastou anualmente US$ 6,5 milhões em nectarinas, apontam os dados Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

Janeiro 23, 2024 - 16:15
Embrapa desenvolve nectarinas com oferta de frutas prolongada para o Sul do Brasil
Novas variedades possuem períodos de maturação que se complementam, o que assegura a produção entre o fim de outubro ao fim de dezembro Três novas cultivares de nectarinas foram criadas para durarem por mais tempo nos pomares. Desenvolvidas pelo Prog >>>

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