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Sistema fianceiro deve participar mais de iniciativas pela sustentabilidade no agro, diz CEO da JBS
Em live promovida pelo Valor, Gilberto Tomazoni disse ainda que o próximo encontro do G20, será oportunidade de debater e acelerar a redução da pobreza Em um cenário em que a produção sustentável tem se tornado cada vez mais importante para conter os efeitos das mudanças climáticas, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, ressaltou que, além da participação ativa das empresas, é necessário maior atuação do sistema financeiro neste processo. Leia também Brasileiro quer comprar produtos sustentáveis, mas não entende rótulos, revela estudo Esgoto de propriedades rurais se transforma em flores em MG Quanto vai custar para o agro global cortar suas emissões de carbono pela metade? "Temos que produzir mais com menos [área]. Por isso, tem que intensificar o uso de tecnologia, usar assistência técnica, ajudar o pequeno produtor, ter crédito para que ele possa contribuir com a cadeia de valor", disse o executivo durante live promovida nesta quarta-feira (10/4) pelo Valor. "Temos que fazer chegar a esses produtores modelos de financiamento", acrescentou. Segundo ele, é preciso priorizar investimentos em segurança alimentar e ações de fomento como o pagamento por serviços ambientais. "Estamos trazendo investidores internacionais interessados em fazer adiantamento do pagamento por serviço ambiental", citou Tomazoni, referindo-se a um trabalho do Fundo JBS pela Amazônia. + Investiu em uma empresa do agro e quer saber como estão as ações. Acesse as cotações O presidente da maior companhia de proteína animal no mundo acredita que, dando recursos aos produtores rurais, será possível acelerar o processo de redução nas emissões de gases do efeito estufa, por exemplo. Uma estratégia da própria JBS e que, segundo Tomazoni, está trazendo resultados, é o auxílio na regularização dos produtores e fazendas por meio de Escritórios Verdes. "Fizemos a regularização de 9.200 fazendas, que geraram 2.300 hectares de recuperação ambiental. É um exemplo que vimos que funciona, mas que precisa de muito mais porque o tamanho do Brasil é gigante, temos muito trabalho a fazer", disse. G20 e redução da pobreza Tomazoni avaliou também que o próximo encontro da cúpula de líderes do G20 — grupo das 20 maiores economias mundiais mais os blocos União Europeia e União Africana —, marcado para acontecer em novembro deste ano no Brasil, é uma oportunidade de usar a troca de conhecimentos para acelerar os processos de redução da pobreza e desigualdade no mundo. "O G20 e a COP 30 [conferência do clima] colocam o Brasil em condição de protagonismo para propor questões práticas", afirmou o executivo. Apesar de sua posição de liderança internacional na produção de diversos alimentos, o Brasil é o segundo país do G20 com maior parcela da população abaixo da linha de pobreza extrema, conforme levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso ocorre pelas disparidades de renda existentes no país. Saiba-mais taboola Também participando da live, a pesquisadora e gerente de portfólio do Instituto Escolhas, Jaqueline Ferreira, ressaltou que os países do G20 podem coordenar projetos de impacto relevante sobre os sistemas alimentares, no intuito de torná-los mais sustentáveis. Para isso, porém, é preciso que bons projetos de transição na agricultura cheguem a agentes financeiros, como os bancos de desenvolvimento, algo que, na avaliação da pesquisadora, está em falta. Gustavo Guadagnini, presidente do GFI Brasil, comentou que existe ainda uma disparidade nos aportes aplicados em tecnologia, onde a biotecnologia tem saída desfavorecida."No mundo, o setor de carne cultivada recebeu US$ 3 bilhões. Uma única fábrica de baterias elétricas nos Estados Unidos recebe cerca de US$ 9 bilhões. Esse é o nível da disparidade", exemplificou. Para o executivo, as decisões de onde serão alocados os recursos relevantes para combater os efeitos das mudanças climáticas tem que vir de eventos como o G20 e a COP. Além disso, internamente, Guadagnini afirma que falta "o governo também olhar para isso e aumentar drasticamente o investimento para sistemas alimentares e tecnologias disruptivas para estes sistemas".
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