Cigarrinha frustra recuperação da safra de milho na Argentina

Inseto tem causado perdas de até 70% da produção em lavouras do país A cigarrinha do milho, que também já causou perdas no Brasil, tem frustrado as expectativas de recuperação da produção Argentina do grão em 2023/24. O inseto, vetor de doenças que levam ao quadro de enfezamento do milho, tem preocupado autoridades e produtores, com perdas de até 70% da área plantada em algumas regiões. Leia também Controle da cigarrinha do milho exige investimentos e maior atenção devido ao clima Plantio mais intenso do milho ajuda a espalhar a cigarrinha Nova cigarrinha do milho chega ao Paraná e exige monitoramento da lavoura “Estamos em plena fase de colheita e à medida que os trabalhos avançam a situação se agrava”, afirma, em nota, o presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Nicolás Pino. De acordo com ele, os danos são maiores nas áreas de plantio mais tardio – justamente as que vinham sendo favorecidas por melhores índices de chuva e com perspectiva de recuperação da produção. Nesta quarta-feira (10/4), a Bolsa de Cereais de Rosário (BCR) divulgou boletim de safra reduzindo as previsões para produção do país para 50,5 milhões de toneladas. Em março, a isntituição projetava 57 milhões – o que representaria um recorde para o país. Segundo o documento, a dimensão do dano causado pela cigarrinha é “inédito” no país. “Há um mês, já alertávamos sobre a doença [causada pela cigarrinha], mas o alto nível populacional da cigarrinha é inédito, inclusive nas províncias onde a praga está há anos instalada. O nível de evolução que se observa semana a semana nos cultivos é desconcertante”, afirma o documento. O órgão estima que 65% da área plantada de milho da Argentina tenha sido semeada de forma tardia por conta da falta de chuvas no início da temporada. Cigarrinha do milho atinge sobretudo as áreas de plantio mais tardio da Argentina, o equivalente a 65% do total semeado no país este ano Divulgação/SRA O pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina (INTA), Diego Szwarc, explica que a cigarrinha é endêmica no Norte do país, mas que as condições climáticas desta safra, com um inverno mais quente que o normal e poucas geadas, contribuiu para sua proliferação acima do normal. “Consequentemente, a cigarrinha sobreviveu a estas condições e esteve presente no primeiro milho plantado no Norte, aumentando o seu crescimento populacional”, explica o pesquisador em nota divulgada pelo governo argentino. A cigarrinha do milho é vetor de doenças que levam ao quadro de enfezamento do milho, reduzindo drasticamente a produtividade das lavouras. Na Argentina, o quadro mais grave é registrado na região do Chaco. Em algumas localidades, como Gancedo, as perdas estimadas ficam entre 50% e 70%, segundo a BCR. Também há perdas em Santiago del Estero, Salta, Tucumán, Córdoba e Santa Fé. “O contexto de alta pressão fiscal, somado aos baixos preços internacionais e ao aumento do custo de produção e comercialização coloca o milho em uma situação que necessita de uma resposta urgente”, clama, em nota, o presidente da SRA. Em resposta, o governo argentino informou na quarta-feira que o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar do país (Senasa, na sigla em espanhol) acelerará de forma excepcional os prazos de aprovação de dois novos defensivos para controle da cigarrinha, cujos pedidos já foram protocolados. O órgão também prometeu elaborar uma lista dos princípios ativos já aprovados e com eficácia comprovada contra o inseto.

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