Pesquisa aponta potencial da grumixama na conservação de carnes

Testes realizados no Laboratório de Carnes da UNESP apontaram que fruta nativa da Mata Atlântica tem desempenho superior ao de conservante químico usado pela indústria A cor intensa da grumixama (eugenia brasiliensis), fruto nativo da Mata Atlântica, foi o que despertou a curiosidade da estudante de mestrado da Unesp, Gabriela Xavier Oioli, para o potencial conservante da espécie, hoje ameaçada de extinção. Leia também “Meu pai gosta muito de frutas nativas e foi ele quem me presentou a grumixama. Depois disso eu fui pesquisar na literatura e vi que ela tinha potencial antioxidante, apresentei para minha orientadora e ela gostou. Acabou que deu muito certo. Ela conseguiu retardar mais a oxidação lipídica do que o eritorbato, que é um conservante artificial muito usado pela indústria”, conta a pesquisadora. Sob orientação da professora Andrea Carla da Silva Barretto, os primeiros testes foram realizados este ano no Laboratório de Carnes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto (SP), e avaliaram os efeitos da polpa da fruta aplicada a hambúrgueres. Os resultados, que serão apresentados no 70º Congresso Internacional de Ciência e Tecnologia da Carne, realizado este ano em Foz do Iguaçú (PR), foram promissores. Além do eritorbato, o potencial conservante da grumixama também ficou acima do registrado em testes com outras frutas já avaliadas no laboratório e que vinham apresentando desempenho equivalente ao conservante artificial. “Isso significa que o produto cárneo consegue ter uma vida de prateleira maior aplicando a grumixama do que o conservante químico”, resume Gabriela. Saiba-mais taboola A partir de agora, os pesquisadores esperam realizar testes com o extrato da grumixama aplicado a outros tipos de produtos cárneos. “Este foi o primeiro passo. É o primeiro estudo aplicando a grumixama na conservação de alimentos”, comenta Gabriela. Ela destaca a importância da descoberta se dar justamente com um fruto nativo da Mata Atlântica e com risco de extinção. “Quando a gente traz um resultado acadêmico como a esse a gente pode despertar um interesse da indústria e também fomentar e ajudar o pequeno produtor”, destaca a pesquisadora. O objetivo, conta, é desenvolver um conservante do tipo “clean label”, expressão usada para ingredientes e aditivos aplicados na indústria de alimentos que sejam de fácil reconhecimento pelo consumidor ao ler o rótulo do produto. “O nosso foco a partir de agora é esse: tentar valorizar o que temos”, completa Gabriela.

Abril 13, 2024 - 08:30
Pesquisa aponta potencial da grumixama na conservação de carnes
Testes realizados no Laboratório de Carnes da UNESP apontaram que fruta nativa da Mata Atlântica tem desempenho superior ao de conservante químico usado pela indústria A cor intensa da grumixama (eugenia brasiliensis), fruto nativo da Mata Atlântica, >>>

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