Genética para criar touros de pulo não existe, diz cientista da Unesp

Professor Tenório, autor de pesquisa que inocentou o sedém, diz que habilidade não é passada aos descendentes “Genética para criar touros de pulo não existe, é pura enganação! Não há gene para passar habilidade para a descendência. Ou seja, não há fundamentação científica alguma nessa ideia que foi importada dos Estados Unidos.” Leia também Genética da vaca mais cara do mundo é vendida por R$ 120 mil. Você compraria? Rodeios em 2024: onde e quando acontecem as principais competições As frases duras são do professor Orivaldo Tenório Vasconcelos, veterinário com mestrado e doutorado na Unesp que dedicou 40 anos ao estudo do bem-estar de animais, como foco em competição. Um de seus trabalhos mais importantes foi coordenar uma equipe de pesquisadores que mostrou que o sedém (corda amarrada na virilha dos animais nas provas de rodeio) não provoca maus-tratos, dor ou desconforto, derrubando o argumento preferido dos ativistas contra o rodeio. Segundo o professor, se houvesse um gene para habilidade, teríamos muitos Pelés e Michael Jordans no mundo. “A habilidade é inerente ao indivíduo, não à família, gênero ou espécie. A genética consegue fazer um ser humano idêntico ao Pelé, mas não com as mesmas habilidades. Se assim fosse, o Edinho (filho de Pelé) teria sido o maior goleiro da história mundial do futebol.” A bronca do cientista foi resposta a um questionamento da Globo Rural sobre esse mercado de melhoramento genético de touros para rodeios que começa a ser explorado no Brasil, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos, berço mundial dos rodeios. “Em 2011, fui convidado para participar de um encontro no Canadá com cinco veterinários e cheguei sem saber o tema. A reunião durou apenas alguns minutos pois assim que o tema genética de pulo foi colocado à mesa minha única frase foi ‘isso não existe’. A reunião definhou naquele momento…” Segundo o professor, a genética de touros de pulo assim como a de cavalos de corrida não passa de uma mentira para algumas pessoas terem lucro. “Taí o exemplo do Touro Bandido (o mais famoso animal dos rodeios brasileiros e que só foi montado 8 segundos uma vez na vida), cujos filhos nunca viraram nada…” Tenório conta que uma vez discutiu com um colega veterinário que era o "rei da inseminação" de cavalos de corrida e disse a ele que, como veterinário, não poderia mentir sobre aquilo para as pessoas. “Ele respondeu: 'mas eu ganho muito dinheiro com isso'.” A Globo Rural tentou ouvir especialistas em melhoramento genético de bovinos, como José Marques Carneiro Júnior, da Embrapa Rondônia, mas ele disse que não poderia falar sobre o assunto porque não faz pesquisa para bovinos de rodeio e desconhece algum colega com trabalhos nessa área. Adriano Moraes, brasileiro pioneiro em montarias e títulos na PBR criou animais para rodeio nos EUA e está fazendo o mesmo no Brasil Divulgação PBR e Austin Gamblers Criadores Não são apenas os donos de boiadas para rodeios, como Tércio Miranda, entrevistado em reportagem da edição da Globo Rural deste mês de abril, que investem na genética de touros de pulo. Adriano Moraes, o brasileiro pioneiro em montarias e títulos na Professional Bull Riders (PBR, a mais importante liga de rodeios em touros do mundo), nos EUA, criou animais para rodeio enquanto morava lá e está fazendo o mesmo no Brasil há dois anos. Ele diz que conhece e respeita a opinião do professor Tenório, reconhece que não há backup científico, que o pulo dos touros é comportamental, mas alega que a ciência nunca se propôs a procurar um gene exclusivo de pulo nos bovinos. “Precisaria estudar muitos bovinos para isolar um gene de pulo, como já se fez com marmoreio, precocidade e habilidade materna. Mas, com ciência ou não, por experiência, nos Estados Unidos, o melhoramento genético para os touros de rodeio e para os equinos existe e funciona há mais de 60 anos. O americano é muito prático: se funciona, ele faz, não fica levantando dúvidas.” Um dos dois tricampeões da PBR (o outro é Silvano Dias, que ainda está montando), Adriano afirma que o registro genealógico dos touros de rodeio já existe no Brasil e não é de raça porque os touros que pulam são mestiços, não têm padrão de peso, desmama ou tempo de vida. Adriano acrescenta que a pecuária moderna criou bovinos muito dóceis e grandes para corte ou leite. Com 4 a 5 anos, esses animais atingem 1.000 kg e não conseguirão pular de jeito nenhum. Por isso, já não existe o “touro de experimenta” e a seleção passa sim pela genética. “Antigamente, você ia numa fazenda, pegava os bois mais atléticos e montava para testar se algum pulava. Hoje, está todo mundo investindo em genética porque não há nenhum artefato ou artimanha que provoque o pulo do touro.” O tricampeão concorda que os descendentes de Bandido não renderam muito nas arenas, mas afirma que algumas filhas do touro famoso que foi até estrela de novela da TV Globo têm produzido animais de pulo. Diz também que muitos criadores brasileiros estão trazendo genética dos touros de ro

Genética para criar touros de pulo não existe, diz cientista da Unesp
Professor Tenório, autor de pesquisa que inocentou o sedém, diz que habilidade não é passada aos descendentes “Genética para criar touros de pulo não existe, é pura enganação! Não há gene para passar habilidade para a descendência. Ou seja, não há fu >>>

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