Maioria das empresas de alimentos não comunicam benefícios reais com o bem-estar animal

Estudo analisou 150 produtores mundiais de alimentos, varejistas e empresas de serviços Cerca de 95% das empresas globais do setor de alimentos reconhece a importância do bem-estar animal e está tratando o assunto com políticas de compromissos e governança mais clara. No entanto, de acordo com o relatório da Business Benchmark on Animal Welfare (BBFAW), publicado nesta quinta-feira (25/4), as companhias não costumam comunicam as implementações dos compromissos assumidos nessa área. Saiba-mais taboola Foram classificadas pelo BBFAW um total de 150 produtores de alimentos, varejistas e empresas de serviços alimentares globais, que juntos faturam US$ 4,9 trilhões, incluindo empresas como McDonalds, Tesco e Tyson Foods. Os piores resultados foram no indicador "Impacto de Desempenho", que mede o quanto as corporações demonstram benefícios reais de bem-estar para os animais de criação em sua cadeia de suprimentos global. De acordo com a pesquisa, com 93% das empresas recebeu as classificações mais baixas (“E” ou “F”) - ou seja, os benefícios com a prática não são comunicados pelas companhias. As pontuações mais altas em “Impacto no Desempenho” foram aplicadas para apenas seis empresas (4%), que alcançaram uma classificação “C”: Marks & Spencer (Reino Unido), Groupe Danone (França), Premier Foods (Reino Unido), Waitrose (Reino Unido), Cranswick PLC (Reino Unido) e Migros-Genossenschafts-Bund (Suíça). Criação de galinhas sem gaiolas Entre os pontos positivos do relatório destacam-se, que a grande maioria das empresas avaliadas (95%) agora identifica o bem-estar de animais de criação como uma questão comercial relevante, contra 79% em 2012, e que no geral, há níveis elevados de comprometimento em relação a ovos de galinhas criadas livres, com 73% das 141 empresas que possuem ovos em suas cadeias de suprimentos agora tendo compromissos com ovos de galinhas criadas livres. Também foi constatado que 25% das empresas avaliadas reconhecem a necessidade de redução da dependência de alimentos de origem animal como uma questão comercial relevante, sendo que 21 empresas, incluindo Greggs, Sodexo e Carrefour, publicaram metas com prazos definidos. Confinamentos, transportes e medicamentos O documento mostrou também que um longo caminho ainda precisa ser percorrido pelo setor alimentício. Segundo o BBFAW 19 empresas globais de alimentos, incluindo a Yum China Holdings (proprietária do KFC na China) e a Domino's Pizza Inc (EUA), ainda não publicaram uma política formal de bem-estar de animais de criação. Sobre confinamento restrito, 18% das empresas, incluindo a Tyson Foods e o WH Group (que inclui a produtora americana de carne suína Smithfield), não possuem políticas de compromisso para encerrar o uso do confinamento restrito. Além disso, apenas 9% das empresas com suínos em sua cadeia de suprimentos (13 de 137 empresas) estabeleceram metas viáveis para encerrar o uso de “baias para porcas” ou “gaiolas de gestação” – recintos de metal onde mal cabe um porco adulto e que são proibidos em jurisdições como Reino Unido, Suécia e vários estados norte-americanos. O relatório identificou também que apenas 27% das empresas avaliadas relatam que o transporte de animais de criação vivos é restrito a viagens curtas (ou seja, quatro horas ou menos para aves e coelhos; oito horas para outras espécies, e apenas 40% das empresas possuem compromissos para acabar com o uso profilático e metafilático rotineiro de antibióticos – apesar do risco de aumento da resistência aos antibióticos. “A análise de hoje mostra que há um longo caminho a ser percorrido para que o setor alimentício transforme conscientização e compromisso em benefícios demonstráveis para o bem-estar animal, com um grande número de animais de criação ainda sofrendo com práticas desumanas, como o confinamento restrito ou mutilações de rotina” Nicky Amos, Diretora-Executiva da BBFAW. Nesta quinta-feira também foi lançado também um novo referencial Business Benchmark on Animal Welfare (BBFAW) que introduz critérios mais rigorosos, com maior foco na maneira como as empresas entregam desempenho de bem-estar.

Abril 25, 2024 - 09:31
Maioria das empresas de alimentos não comunicam benefícios reais com o bem-estar animal
Estudo analisou 150 produtores mundiais de alimentos, varejistas e empresas de serviços Cerca de 95% das empresas globais do setor de alimentos reconhece a importância do bem-estar animal e está tratando o assunto com políticas de compromissos e gov >>>

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