Índice de preço de alimentos da FAO tem leve alta de 0,3% em abril

Apesar da alta pelo segundo mês consecutivo, o índice recuou cerca de 7,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês) subiu cerca de 0,3% no mês de abril em comparação ao mês anterior, um aumento de 0,3 ponto, alcançando 119,1 pontos de média. Apesar da alta pelo segundo mês consecutivo, o índice recuou cerca de 7,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, caindo 9,6 pontos. Saiba-mais taboola A organização atribui o crescimento do mês de abril especialmente ao aumento no índice de preços da carne, além de pequenas elevações nos índices de óleo vegetal e cereais, que compensaram ligeiramente o recuo do açúcar e de produtos lácteos. O índice de preços da carne teve média de 116,3 pontos em abril, com alta de 1,6% na comparação com o mês anterior, e o terceiro avanço seguido, embora ainda 0,4% abaixo do registrado em 2023. Os valores da carne bovina tiveram aumento com alta demanda de importação, enquanto a carne de aves teve alta de preços com compras estáveis do Oriente Médio, mesmo com os desafios relacionados a surtos de gripe aviária. Já os preços da carne ovina tiveram apenas um ligeiro pequeno avanço frente à perspectiva de queda de oferta na Oceania. Os preços da carne suína, por outro lado, apresentaram queda em razão da fraca demanda europeia e “persistentemente insatisfatória” dos principais importadores, com destaque para a China. Açúcar O índice de preços do açúcar teve sua segunda queda mensal consecutiva, recuando 4,4% em abril e ficando 14,7% menor na comparação interanual. Segundo a FAO, isso se deve, principalmente, a perspectivas de oferta global melhoradas, com produções maiores do que o previsto anteriormente na Índia e na Tailândia. Além disso, as chuvas melhoradas no Brasil no final de março e início de abril, após um período prolongado de condições de tempo seco, "amenizaram as preocupações com as perspectivas para a safra recém-iniciada e contribuíram para a queda de preços de mês a mês". A organização destaca, ainda, o enfraquecimento do real brasileiro em relação ao dólar, contribuindo para a queda de preços, embora tenha sido parcialmente contida pelos preços mais altos do petróleo internacionalmente e do etanol no Brasil. Leite No setor de laticínios o índice ficou ligeiramente abaixo (0,3% menor) do mês de março, uma queda após seis meses de aumentos contínuos embora ainda 4,3% menor na comparação interanual. Os preços do leite em pó desnatado tiveram a maior queda segundo a FAO, devido à demanda lenta e oferta robusta, e os preços do queijo também registraram uma ligeira redução. De outro lado, os preços do leite em pó integral se recuperaram ligeiramente com um aumento da demanda enquanto a produção de leite na Oceania teve sua redução sazonal. Além disso, a manteiga teve preços continuamente crescentes, com demanda constante e estoques mais apertados. Cereais O subíndice de preços do setor de cereais atingiu uma média de 111,2 pontos em abril, um aumento de 0,3% em relação a março, mas ainda 25 pontos, o equivalente a 18,3%, abaixo de seu valor no mesmo mês em 2023. Os preços médios de exportação de trigo, no entanto, se estabilizaram após três meses de queda, com uma forte concorrência entre os principais exportadores globais compensando as preocupações com condições desfavoráveis de safras na União Europeia, Rússia e EUA. Já os preços de exportação de milho aumentaram principalmente "influenciados pela alta demanda de importação em meio a crescentes perturbações logísticas devido a danos na infraestrutura na Ucrânia e perspectivas de produção reduzida no Brasil antes do início da safra principal", explica a FAO. Os preços do arroz caíram 1,8%, enquanto os da cevada tiveram alta. Óleos O índice de óleos vegetais teve um aumento de 0,3%, registrando uma média de 130,9 pontos, o maior nível em 13 meses. Segundo a FAO, o aumento reflete o efeito de cotações mais altas para o óleo de girassol e colza, com “compras globais firmes contínuas e preocupações com as condições climáticas desfavoráveis para a colza de inverno em partes da Europa”. Tal aumento compensou ligeiramente os preços mais baixos do óleo de soja e de palma, que foram influenciados por safras sazonalmente maiores e uma demanda global ainda fraca. O óleo de soja, por exemplo, teve queda frente a perspectivas de fornecimento abundante na América do Sul.

Índice de preço de alimentos da FAO tem leve alta de 0,3% em abril
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