Setor privado do agronegócio gaúcho pede medidas "extraordinárias” ao governo federal

Foi solicitada atenção especial para a questão logística, como recursos para consertar estradas vicinais Representantes de produtores rurais gaúchos, empresas cerealistas, agroindústrias e revendas de insumos do Rio Grande do Sul pediram ao Ministério da Agricultura medidas “extraordinárias” para reerguer o setor produtivo no Estado. SAIBA MAIS Na lista de propostas apresentadas em reunião virtual com o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, nesta segunda-feira (6/5), estão o perdão de dívidas rurais, a criação de linhas para novos financiamentos com juros baixos e equalizados e a prorrogação imediata de parcelas de custeio e investimentos aos produtores gaúchos. Também foi solicitada uma atenção especial para solucionar a questão logística, com a destinação de recursos para consertar estradas vicinais no Estado, viabilizar o escoamento de insumos e da produção e garantir o abastecimento. A avaliação é que a cadeia produtiva pode colapsar nesta semana sem as vias para possibilitar a entrada e a saída dos produtos das propriedades rurais e empresas. “As medidas convencionais não cabem para o Rio Grande do Sul. Precisamos de algo excepcional”, disse Jerônimo Goergen, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), que coordenou a reunião. As demandas já foram encaminhadas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, por meio de Geller. Uma nova agenda está prevista para amanhã (7/5). “Não é mais um problema de safra, como se tratava antes. Precisa haver perdão de dívida, reorganização desse passivo e oferta de crédito novo com juro equalizado, talvez com uso de fundo de aval. Resolve-se a dívida e o governo pode ser um avalista do produtor para buscar novos recursos”, explicou Goergen à reportagem. As medidas precisam incluir empresas e agroindústria, disse ele, já que muitas foram prejudicadas e são financiadoras dos produtores que não têm acesso a bancos. Pedidos à Fazenda Os representantes do setor produtivo gaúcho também pediram um encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Eles temem que o agronegócio fique de fora do pacote de medidas que o governo federal deve preparar para socorrer o Estado. Algumas propostas podem ser levadas ao voto do Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião deste mês ou extraordinária, como a prorrogação e generalizada, sem análise caso a caso, de parcelas de custeio e investimentos. “São quatro anos de perdas por conta das secas, e agora mais esse desastre. O setor precisa ser contemplado”, disse Goergen. “A vantagem é que o agronegócio é um setor que reage rápido. Se as medidas forem direcionadas, o setor retoma a produção.” Logística Na conversa com o secretário Neri Geller, os gaúchos pediram atenção especial para solucionar as dificuldades logísticas. A preocupação apresentada é que a cadeia produtiva no Estado pode travar até o fim desta semana por conta das dificuldades de locomoção de pessoas e escoamento de produtos. As barreiras nas estradas e pontes destruídas afetam a chegada de insumos e saída de produção, como farelo de soja e milho para as criações de aves e suínos. Será feito um levantamento com o governo do Rio Grande do Sul sobre a necessidade de recursos financeiros para o conserto de estradas vicinais, utilizadas para o escoamento da produção nas propriedades, granjas e frigoríficos. A intenção dos participantes é que o Ministério da Agricultura ajude com a transferência de valores para essa ação. Além da Acebra, participaram da reunião representantes de produtores de sementes, de arroz, de biodiesel, de soja e revendas de insumos. O grupo vai oficializar um documento com as demandas. Governo estadual As entidades também vão pedir ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a suspensão do decreto que aumentou a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre uma lista de alimentos. Vários produtos anteriormente isentos ou com redução de base de cálculo (cuja alíquota efetiva era entre 7% e 8%) tiveram a carga tributária reajustada para 12% desde 1º de maio, com exceção de frutas, verduras, hortaliças e ovos, cujo ajuste de alíquota passará a valer apenas em janeiro de 2025. “Em uma hora terrível dessas, quem está pagando o preço é a população, com tributação dos itens da cesta básica, sobre defensivos, medicamentos veterinários que incidem totalmente na produção e vai direto para o consumidor. Em uma hora tão difícil, o nosso povo é que está pagando a conta mais uma vez ao invés de ser ajudado”, disse Roges Pagnussat, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs).

Setor privado do agronegócio gaúcho pede medidas "extraordinárias” ao governo federal
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