RS: perda de pelo menos 250 hectares de vinhedos

RS: perda de pelo menos 250 hectares de vinhedos Estimativas das perdas são baseadas em imagens de drones Brasil de Vinhos Publicado em 08/05/2024 às 12:08h. Compartilhe: Indique a um amigo! Estimado usuário. Preencha o formulário abaixo para remeter a página. Foto: Brasil de vinhos Por volta das 8h da manhã do dia 1º de maio o produtor rural Alencar Marchetto, estava na frente de casa com o pai, Luciano, a mãe, Zenaide, a esposa Andréia e a filha, Isabelle, de cinco anos. No feriado chuvoso e com muita cerração os quatro adultos observavam a encosta se movimentar lentamente em Linha Clementina, interior de Pinto Bandeira, enquanto a filha brincava. “A gente ficou olhando. E eu pensei: ela vai parar, ela vai parar e ela não parou, ela veio devagarzinho…Chovia muito nessa hora e tinha cerração, não dava pra ver bem, só as plantinhas de pêssego vindo. Aí eu disse pro pai, ela tá vindo cada vez mais pra baixo, então ela ‘se largou’ e veio arrastando o parreiral, mas bem devagar, isso levou uma meia hora e a gente ficou por ali. Temos um arroio que passa ao lado e ele começou a ficar cada vez maior, maior, daí em um certo momento estourou alguma coisa e ele veio alto, com uma água turva, preta – acho que deve ter descido mais alguma barreira dentro. A Andréia disse pra sairmos, então fomos no vizinho, o Vilson, que fica a uns 200 metros da nossa casa e contamos isso pra ele, pensamos em subir o morro, mas antes o filho dele, o Tadeu, foi olhar a parte de baixo e disse que ‘tava’ tudo despencado, então ficamos ali mesmo. Conversa vai, conversa vem, passou um tempinho, daí já era quase 10h30, 11h, e a Nidia, mulher do Vilson disse pra gente ficar e comer junto já que estávamos ali. Aí a gente estava na mesa, almoçando quando ouvimos o barulho da barreira e fomos pra rua, ficamos olhando até despencar tudo do outro lado do rio, o valo do rio é longe”. Esse depoimento do Alencar Marchetto é surpreendente. E surpreende mais falar com ele, ouvir enquanto ele conta isso calmamente, de uma forma que chega quase a ficar engraçada. Marchetto perdeu os dois hectares de uvas que tinha plantados há mais de 30 anos, latadas que deram guarida a diferentes variedades ao longo dos anos, agora Cora e Margda, que eram comercializadas para a Tecnovin. Na verdade, não foi tudo perdido, corrige Marchetto, foi quase: “da Magda ficou um cantinho, foi muito violento mas não levou tudo, arrebentou mas ficou um pouco”, diz o produtor, que conclui: ”mas é coisa que não tem serventia, tem que fazer tudo novo”. O que aconteceu com Alencar Marchetto no interior de Pinto Bandeira se repete em maior quantidade em Bento Gonçalves, município de onde a Emater traz uma impressionante estimativa: pelo menos 250 hectares de vinhedos foram totalmente perdidos. A informação é de Thompson Didone, chefe do escritório local, com dados que foram levantados na manhã de segunda-feira (06). É importante contextualizar: de acordo com dados da EMBRAPA Uva e Vinho elaborados com base no SIVIBE, na safra 2022/2023 Bento Gonçalves tinha registrada uma área de 4.430,1 hectares de vinhedos, e Pinto Bandeira, 1.545,5 “As estimativas das perdas são baseadas em imagens de drones e no relato dos produtores e técnicos”, explica. “Visitar in loco é praticamente impossível. Vamos aguardar a permissão da Defesa Civil”, diz Didone, que segue: “no geral, entre diversas culturas – outras frutas, pêssego, ameixa, cana-de-açúcar, olerícolas, laranja, bergamota, milho – foram pelo menos 345 hectares destruídos”. As informações sobre Pinto Bandeira, onde foram identificados alguns casos isolados, como o da propriedade de Heleno Facchin, que perdeu vinhedos de Tannat e Merlot de 10 anos, devem ser colhidas nesta terça-feira, se o tempo permitir. “Mas em Pinto Bandeira, pelos dados que me adiantaram, pelo menos 20 famílias foram atingidas – aqui em Bento Goncalves foram mais de 200”. Elson Schneider é presidente do Sindicato Rural da Serra Gaúcha, que tem abrangência de seis municípios: Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Pinto Bandeira e Carlos Barbosa e nos últimos dias tem lidado diariamente com notícias de pessoas desaparecidas e perdas materiais. “Temos ainda vários amigos desaparecidos, soterrados, aqueles que a casa desceu e não conseguiram sair”, lamenta. “Agora estamos ajudando, dando suporte ao transporte de mantimentos, auxiliando como possível”. O presidente do sindicato – que também perdeu um vinhedo nessa catástrofe – diz que as áreas que foram dizimadas têm de ser refeitas, tanto as de uvas viníferas quanto as para suco. “Foram danos desde Pinto Bandeira, toda a costa do Rio das Antas até Roca Sales”. São áreas que estavam em locais muito atingidos: pode ter sido uma barreira (deslizamento de terra) que passou pelo meio do parreiral, por exemplo, e tudo foi destruído. O terreno terá de ser limpo e todo o trabalho, refeito. “Estimamos os danos diretos nos parreirais acima dos 200 hectar

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RS: perda de pelo menos 250 hectares de vinhedos Estimativas das perdas são baseadas em imagens de drones Brasil de Vinhos Publicado em 08/05/2024 às 12:08h. Compartilhe: Indique a um amigo! Estimado usuário. Preencha >>>

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