Agroindústrias gaúchas querem permissão para vender fora do RS

Problemas logísticos e cancelamento de feiras devido às chuvas impedem empresas familiares de comercializar produtos dentro do Estado Diante da calamidade pública causada pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, a presidente da Emater-RS, Mara Helena Saalfeld, e a Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) lançaram um apelo para que o governo federal permita que as agroindústrias familiares com inspeção municipal e estadual, em caráter extraordinário, vendam seus produtos para outros Estados. Saiba-mais taboola “As agroindústrias do Rio Grande do Sul estão pedindo socorro. Temos 1.700 agroindústrias com inspeção municipal e estoques abarrotados sem compradores no Rio Grande do Sul porque 437 municípios estão em estado de calamidade”, disse Saalfeld, em vídeo no Instagram direcionado aos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Bruna Bresolin, presidente da AGL e funcionária da Emater, disse à Globo Rural que um ofício da associação pedindo o lançamento de uma portaria nesse sentido foi enviado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na semana passada, mas não houve resposta. Por isso, a AGL decidiu publicar uma carta aberta e, a partir da divulgação nas redes sociais. A entidade informou que obteve a sinalização do Mapa de que haverá a liberação em caráter provisório para o trânsito dos produtos da agroindústria familiar gaúcha. Segundo Bruna, das 1.700 agroindústrias familiares, 637 são empresas de produtos de origem animal, como queijos e doces. Elas não podem vender fora do Estado por não ter inspeção federal. Leia também Como ajudar o Rio Grande do Sul? Veja as campanhas do agro para auxiliar vítimas Com dúvidas sobre safra, preço do arroz sobe Criadores adiam eventos de pecuária e promovem leilões beneficentes no RS “As empresas não estão debaixo d’água, mas todas tiveram sua comercialização prejudicada. Muitas ficaram sem luz, perderam matéria-prima porque não há como estocar, as lavouras que alimentam os animais foram perdidas e as quedas de barreira, de estradas e de pontes dificultam ou impedem o escoamento dos produtos”, afirmou Bruna. Ela acrescenta que muitas agroindústrias vendem seus produtos em feiras gaúchas, que foram canceladas, e as que fornecem alimentação para merenda escolar não sabem se as escolas vão comprar. Além disso, o turismo também acabou em cidades turísticas, como Gramado e Canela. Laticínio Estrelat, de Roberto de Oliveira e Eliana Lenhard de Oliveira, de, Estrela (RS), pede autorização especial para vender fora do RS Divulgação Uma das agroindústrias afetadas pertence ao produtor de leite Roberto de Oliveira. Ele conta que o laticínio Estrelat, fundado em 2007 no município de Estrela, na região central do Estado, não foi atingido pela enchente, mas a propriedade ficou sem energia por sete dias e com pouca ração para alimentar as vacas, que reduziram 20% a produção de leite. Na cidade, bairros inteiros ficaram destruídos. “Estamos pedindo socorro para poder vender o doce de leite que produzimos em outros Estados pelo menos por 90 dias porque, com as estradas interrompidas e com o fim das feiras no Rio Grande do Sul, não temos renda e ficamos com os produtos parados”, declara Oliveira. Suas vacas produzem 3.000 litros de leite por dia, que rendem 15 mil litros de leite tipo A por mês e 12,5 mil quilos de doce de leite. Neste mês, o produtor estima que não vai conseguir vender nem um terço do leite. Para a comercialização do doce, Oliveira diz que já tem convites de feiras em Santa Catarina, mas, como só tem inscrição municipal e estadual, depende de uma autorização especial para vender fora do Estado. “A gente já segue a legislação do Mapa. Não entendo essa burocracia de não poder vender para fora do Estado porque aqui em Estrela a fiscalização municipal é até mais rígida que a federal e os fiscais estão sempre dentro da agroindústria, já que o município tem três fiscais para sete agroindústrias.” Rodrigo Aloisio Staudt, dono do Laticínios Nova Alemanha, em Ivoti (RS), viu serem cancelados pelo menos 60% dos pedidos Divulgação Rodrigo Aloisio Staudt, dono do Laticínios Nova Alemanha, em Ivoti, está na mesma situação. Não sofreu com as enchentes na agroindústria, mas das 15 toneladas de queijo que produz por mês, viu serem cancelados pelo menos 60% dos pedidos. Além disso, clientes que tiveram as lojas alagadas não terão condições de pagar e muitos já pediram a prorrogação dos títulos. “Não estamos conseguindo escoar a produção. Não dá para chegar em Caxias do Sul pela queda de barreiras, assim como há problemas para entregar os queijos em Lajeado e em parte de Porto Alegre. Eu recebo 5 mil litros de leite por dia e já temos 3 toneladas de queijo no estoque. Em três semanas, vou atingir o meu limite de armazenamento e não sei o que vou fazer.” Com uma empresa de 22 funcionários, sendo oito pessoas da sua família, e 18 famílias produtoras de leite como parceiras, Staud diz que o ideal seria voltar

Agroindústrias gaúchas querem permissão para vender fora do RS
Problemas logísticos e cancelamento de feiras devido às chuvas impedem empresas familiares de comercializar produtos dentro do Estado Diante da calamidade pública causada pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, a presidente da Emater-RS, >>>

Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET