JBS abre espaço para avançar em dividendos ou novas aquisições em 2024

Trajetória de queda esperada para a alavancagem da companhia deve dar fôlego para movimentações financeiras Uma conjuntura favorável para as margens e para a geração de caixa da JBS levam a companhia a crer que haverá uma redução na alavancagem da empresa até o final de 2024. Caso esta expectativa se confirme, surge a possibilidade de aumento no pagamento de dividendos aos acionistas ou novas aquisições para este ano. Saiba-mais taboola "Quanto mais rápido é esse processo [de queda] da alavancagem, abre espaço para melhores dividendos ou M&A (fusões e aquisições)", disse nesta quarta-feira (15/5) o vice-presidente financeiro da JBS, Guilherme Cavalcanti, em teleconferência com analistas. O CEO global da empresa, Gilberto Tomazoni, acrescentou que o M&A é um processo natural dentro da companhia, que cresceu à base de aquisições. "Na JBS, avaliações de oportunidades (para compra) fazem parte do processo". Os executivos não detalharam quais tipos de ativos estão em avaliação para eventuais compras. Entretanto, Tomazoni já declarou anteriormente que a empresa gostaria de "fazer com o salmão o que fez nos mercados de aves e suínos". Atualmente, o grupo JBS é um dos maiores fornecedores de frango e suínos no mundo, por meio da Seara no Brasil, e da JBS USA Pork e Pilgrim's Pride nos Estados Unidos. Na aquicultura, a companhia entrou em 2021, com a compra da Huon Aquaculture, segunda maior produtora de salmão da Austrália. Sinais financeiros Sobre a questão da alavancagem - relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado - Cavalcanti calcula que neste segundo trimestre já será possível alcançar o patamar de 3 vezes. "Já temos um mês e meio passado de segundo trimestre e temos segurança para dizer que vamos trocar o Ebitda (do segundo trimestre de 2023) por um maior. E a geração de caixa vai fazer com que essa alavancagem reduza no segundo trimestre", explicou o executivo financeiro. No primeiro trimestre deste ano, quando a companhia lucrou R$ 1,646 bilhão e teve Ebitda de R$ 6,4 bilhões, a alavancagem foi de 3,7 vezes. Para o final do ano, a perspectiva é alcançar 2,5 vezes. "Para chegar a essa alavancagem no final de 2024, a margem deveria ser próxima de 7,5%. Considerando que a nossa margem no primeiro trimestre já foi de 7,2%, é razoável pensar que vamos conseguir que a alavancagem vá ficar entre 2 e 3 vezes", acrescentou Cavalcanti. Ele pontuou ainda que a projeção de 2,5 vezes para a alavancagem já leva em consideração o pagamento de dividendos que deve ser feito, caso ocorra a aprovação da dupla listagem da companhia nos Estados Unidos. Conjuntura Alguns dos fatores conjunturais que favorecem a geração de caixa da companhia e as margens são a demanda firme por frango no mercado externo, custos ainda controlados com grãos usados na ração (milho e farelo de soja) e agregação de valor nos produtos suínos da companhia nos Estados Unidos. "O frango no mercado externo, nossa visão para esse negócio é bastante positiva, tem um aumento de demanda globalmente. E a oferta de frango está bastante equilibrada, parte disso vem do gerenciamento de novas linhagens genéticas desenvolvidas", exemplificou Tomazoni. Soma-se a isso o ciclo do gado ainda com alta oferta no Brasil, que diminui as despesas com matéria-prima na unidade de bovinos. Na contramão, o ciclo do gado continua com disponibilidade apertada de animais para abate no mercado americano. O presidente da JBS USA, Wesley Batista Filho, admitiu que "vai ter um segundo tri mais desafiador que do ano passado", mesmo com a recuperação sazonal da demanda com a chegada da primavera e verão. "Ainda assim, grande parte do resultado melhor que tivemos no primeiro trimestre foi por melhorias internas. A gente acha que ainda tem mais dois pontos percentuais (de margens) a serem capturados", estimou. Questionado sobre o avanço da gripe aviária sobre o gado nos Estados Unidos, Wesley Filho disse que, por ora, "não estamos preocupados com a demanda e nem com a oferta", visto que a situação está sendo monitorada e sob controle do Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês). Os resultados da JBS divulgados ontem (14/4), em balanço financeiro, vieram acima das expectativas do mercado e levaram a companhia para o topo do pregão de hoje na B3. As ações ON da empresa subiam cerca de 7,75% às 12h15.

Poderia 15, 2024 - 13:02
JBS abre espaço para avançar em dividendos ou novas aquisições em 2024
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