Com soja em queda, Mato Grosso tem negócios abaixo de R$ 100 a saca

Janeiro tem sido de forte baixa para o grão no mercado internacional, com reflexo doméstico Principal Estado produtor de soja do Brasil, Mato Grosso vem sofrendo com a queda nos preços do grão no mercado brasileiro. Em algumas regiões, a saca do grão já é negociada a valores inferiores a R$ 100 no mercado disponível. Saiba-mais taboola Na sexta-feira (26/1), a média estadual registrada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) foi de R$ 97,03 a saca de 60 quilos, baixa de 2,4% no comparativo diário, refletindo a situação da maior parte das praças do Estado. Em Lucas do Rio Verde, por exemplo, R$ 98,20; Em Sinop, R$ 96,90; Em Campos de Julio, R$ 94,80; E em Canarana, R$ 93,90. Algumas localidades ainda mantiveram negócios acima dos R$ 100 na sexta-feira. Caso de Primavera do Leste, onde a saca do grão foi negociada a R$ 101,60. Em Rondonópolis, a cotação foi de R$ 103,50, segundo o Imea. Janeiro tem sido de forte baixa para o grão no mercado internacional, com reflexo doméstico. Em Chicago, os principais contratos negociados estão próximos dos US$ 12 o bushel. A consultoria Agrifatto ressalta, em boletim, que a “âncora” dos preços têm sido a demanda menor por parte da China e a expectativa de maior oferta do grão. Na América do Sul, a avaliação é a de que a recuperação da oferta da Argentina tende a compensar os efeitos da quebra de safra no Brasil. Na semana passada, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires revisou sua previsão para a colheita do país para 52,5 milhões de toneladas. Também na semana passada, o estrategista sênior para o mercado de commodities do Citi, Aakash Doshi, avaliou que a tendência é de mais queda para os preços de grãos, que devem voltar aos níveis pré-pandemia de Covid-19 até o fim do ano. Para ele, os produtores brasileiros terão que lidar com um ambiente de maior concorrência no mercado global, especialmente com o retorno da Argentina ao mercado. Enquanto o mercado ajusta suas posições, o preço da soja no Brasil indica não encontrar espaço para reagir. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base em Paranaguá (PR) acumula queda de 16,6% em janeiro. Na sexta-feira (26/1), fechou a R$ 118,84 a saca de 60 quilos. Em São Francisco do Sul (SC), o indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) aponta queda de 15,38% no período de 30 dias encerrado na sexta-feira, quando a saca foi cotada em R$ 121. Em Rio Grande (RS), baixa de 10,28% no mesmo intervalo, com a saca valendo R$ 126,50. A queda dos preços do grão vem acompanhada de uma piora nos prêmios de exportação. De acordo com o Sim Consult, março e maio deste ano estão com deságio de US$ 1 sobre o contrato para o mesmo vencimento em Chicago. Para julho de 2024, o prêmio é negativo em US$ 0,80 sobre a bolsa. Levantamento feito pelo Sim Consult, com base no comportamento dos preços de soja nos últimos 16 anos, indicou que os períodos de cotações mais favoráveis ao produtor foram registrados nos meses de maio, junho e julho. Birkhan avalia que o produtor brasileiro deve adotar uma postura mais cautelosa e não “forçar” vendas. “O que temos que fazer é esperar. Estamos deprimindo o mercado. Estamos forçando vendas e deprimindo o mercado. O mercado cai porque tem mais vendedor do que comprador”, afirma João Birkhan, CEO do Sim Consult. “Temos que aprender a comercializar com mais cautela e fazer uma programação melhor”, acrescenta. Birkhan chama a atenção para a posição vendida dos fundos e especuladores em Chicago. Segundo ele, via de regra, a posição desses agentes não costuma exceder 15% dos contratos em aberto. No entanto, a situação está acontecendo neste momento, o que pode sinalizar uma diminuição das vendas de soja em bolsa. “Provavelmente, não continuarão vendendo. E ele não tem produto para entregar. Ele vai ter que comprar esse contrato de volta. O contrato um dia vence. Tudo o que está vendido vai ter que ser negociado no sentido inverso e o que está derrubando agora pode ser mais favorável lá na frente”, avalia.

Janeiro 29, 2024 - 11:15
Com soja em queda, Mato Grosso tem negócios abaixo de R$ 100 a saca
Janeiro tem sido de forte baixa para o grão no mercado internacional, com reflexo doméstico Principal Estado produtor de soja do Brasil, Mato Grosso vem sofrendo com a queda nos preços do grão no mercado brasileiro. Em algumas regiões, a saca do grão >>>

Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET