Para palestinos, agricultura é ‘ato de resistência’ à guerra contra Israel

Para produtores da região, desde o início da guerra, permanecer nas terras cultiváveis é um desafio Na pequena vila de Raffa, na Cisjordânia, há colinas com oliveiras e prados floridos, uma cena saída do paraíso. A poucos metros de distância, no entanto, há um contraste com a imagem idílica: o muro que a separa de Israel. Para os produtores da região, desde o início da guerra entre Israel e Hamas no ano passado, permanecer nas terras, por uma hora sequer para cuidar das plantações, tem sido um desafio. Saiba-mais taboola Mas os produtores palestinos veem na atividade rural uma forma de resistência, relata o jornal emirático “The National News”. Apesar do cenário difícil, os palestinos têm fundado cooperativas agrícolas em toda a Cisjordânia, permitindo que os agricultores cultivem e vendam produtos orgânicos em estufas, longe do muro de separação e das incursões militares. Para os agricultores, insistir em produzir em suas terras e colher a produção, mesmo que em estufas, se torna um ato de resistência. Isso porque metade das terras de Saffa fica além do muro, anexadas por seis assentamentos israelenses. O restante está na Área C, que abrange 60% da Cisjordânia sob domínio direto israelense. Apenas 20% do território da cidade permanece sob controle palestino. "Não nos é permitido construir nada aqui, então tivemos que cavar um poço ilegal com nossas próprias mãos - mas agora, por causa dos soldados, não podemos mais ficar tempo suficiente para irrigar as plantas", disse ao The National News Adham, um jovem agricultor de Saffa. Para ele, a agricultura se tornou uma maneira de enfrentar os desafios impostos pela ocupação israelense. "Cultivamos tudo organicamente e seguimos um método coreano de cultivo agroecológico", disse Samer, outro membro da cooperativa Ard Alyaas, que produz uma variedade de vegetais orgânicos, como couves-flor e pepinos em estufas. Os membros do grupo também produzem seu próprio composto, misturado com água e esterco, e o usam como fertilizante natural. As mudas são provenientes de um viveiro de sementes administrado pela irmã de Samer, Sihem. Isso permite que ela ganhe dinheiro para sua família enquanto seu marido está detido em uma prisão israelense. "Trabalhar na terra está enraizado na resistência à ocupação: se permanecermos firmes, a ocupação achará muito mais difícil tirá-la de nós", agregou Adham em entrevista ao veículo britânico. O movimento está enraizado na tradição, diz Abdelaziz Al Salehi, pesquisador palestino. "Faz parte da economia da resistência, uma maneira das pessoas se reconectarem às suas raízes camponesas, e uma forma alternativa, não capitalista, de produção nacional", disse ele. A agricultura se tornou uma alternativa para os jovens palestinos, em sua maioria desempregados, e que não conseguem encontrar empregos. "Muitos começaram a considerar a agricultura como uma opção depois que a geração de seus pais a abandonou por empregos de escritório", disse Al Salehi. A grande maioria das frutas e legumes na Cisjordânia ainda são importados de Israel, que inunda os mercados palestinos com produtos mais baratos e competitivos. Apesar dos desafios, mais de 700 cooperativas surgiram, empregando mais de 40 mil pessoas.

Poderia 26, 2024 - 19:00
Para palestinos, agricultura é ‘ato de resistência’ à guerra contra Israel
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