Cerrado ultrapassa a Amazônia e é bioma mais desmatado no Brasil

País tem queda de área desmatada pela primeira vez em cinco anos, diz MapBiomas O Brasil apresentou uma queda de 11,6% de área desmatada em 2023, em relação ao ano anterior, totalizando 1.829.597 hectares de vegetação nativa perdida, segundo o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, da MapBiomas. Saiba-mais taboola "Por outro lado, a cara do desmatamento está mudando no Brasil, se concentrando nos biomas onde predominam formações savânicas e campestres e reduzindo nas formações florestais", destaca Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas. Cerrado O Cerrado correspondeu a 61% da área desmatada em todo o país no ano de 2023, ultrapassando a Amazônia e totalizando 1.110.326 hectares desmatados, além de um aumento de 68% em relação ao ano passado. Juntos, quatro estados do Cerrado - Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que formam a região conhecida como Matopiba - ultrapassaram a área desmatada nos estados da Amazônia e responderam por 47% de toda a perda de vegetação nativa no país no ano passado, somando 858.952 hectares. Além disso, 33 dos 50 municípios que mais desmataram no país ficam no Cerrado, sendo que todos os 10 municípios com maior área desmatada no Cerrado em 2023 estão localizados no Matopiba. São Desidério, na Bahia, lidera o ranking dos municípios que mais desmataram, com 40.052 hectares. O relatório destaca que o aumento do desmatamento registrado no Cerrado também se deve à melhora dos sistemas de detecção já existentes e à instalação do sistema de detecção de alertas SAD Cerrado (IPAM). Uma preocupação levantada pelo MapBiomas foi a expansão da degradação de vegetação nativa em áreas indígenas e quilombolas no Cerrado, onde ficam os territórios mais desmatados no país, o indígena de Porquinhos dos Canela-Apãnjekra e o quilombola de Barra do Aroeira. Desmatamento na Amazônia caiu em 2023 Christian Braga / Greenpeace Em queda A Amazônia foi responsável por 25% do desmatamento em todo o Brasil em 2023, somando 454,3 mil hectares. O dado representa uma queda de 62,2% em relação ao ano anterior, com redução em todos os estados, exceto no Amapá. Nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia, região conhecida por Amacro e que já foi considerada a nova frente de desmatamento no país, houve queda de 74% na área desmatada. A Mata Atlântica apresentou 59% de queda em área desmatada em relação a 2022, totalizando 12.904 hectares. A redução foi registrada em todos os estados do bioma, tanto em área desmatada quanto em número de alertas. “A agropecuária ainda é o principal vetor de desmatamento na Mata Atlântica, além da expansão das cidades, em 2023 observamos áreas desmatadas por desastres naturais causados pelas chuvas em São Paulo e por mineração em Minas Gerais”, aponta Natalia Crusco coordenadora técnica da equipe da Mata Atlântica do MapBiomas. Segundo a entidade, quase todo o desmatamento do país, cerca de 97%, teve a expansão agropecuária como vetor. Já o Pampa registrou uma queda de 50% na área desmatada em 2023, que totalizou 1.547 hectares. Pelo terceiro ano consecutivo, o Pantanal apresentou a maior velocidade média de desmatamento Acrimat/Divulgação Em alta Pelo terceiro ano consecutivo, o Pantanal apresentou a maior velocidade média de desmatamento: 2,1 hectares/dia por evento de desmatamento. Além disso, o Pantanal registrou a maior área média dos eventos de desmatamento entre os biomas, e um aumento de 59,2% no desmatamento em relação a 2022. O município de Corumbá (MS) responde por 60% do território do Pantanal e por metade do desmatamento registrado no bioma no ano passado. É também o quinto município que mais desmatou no Brasil em 2023. A Caatinga teve um aumento de 43,3% na área desmatada, somando 201.687 hectares, o equivalente a 11% da área desmatada no Brasil. "O maior desmatamento verificado na Caatinga foi impulsionado pela expansão de atividades agropecuárias, principalmente na fronteira agrícola do Matopiba. Um exemplo é o município de Barra, na Bahia, onde há registro do maior desmatamento e alerta no bioma. Um fenômeno que capturamos é o desmatamento para fins de implantação de parques solares e eólicos crescendo pelo bioma”, explica Washington Rocha, coordenador da equipe da Caatinga do MapBiomas.

Poderia 28, 2024 - 01:00
Cerrado ultrapassa a Amazônia e é bioma mais desmatado no Brasil
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