Vice-campeão do BBB, Matteus fala da ligação com o campo e da ajuda ao povo gaúcho

Em apenas um mês fora do confinamento, Matteus vive ao mesmo tempo a fama e a vontade de ajudar seu Estado, que vive a tragédia das enchentes “Não me perguntes onde fica o Alegrete, segue o rumo do teu próprio coração”. É assim que começa o 'Canto Alegretense', um dos maiores hinos do cancioneiro gaúcho composto pelo músico Neto Fagundes. Apesar de conhecido e entoado de cor e a plenos pulmões por dez entre cada dez pessoas no Rio Grande do Sul, neste ano, um certo alegretense ficou mais famoso em todo o Brasil do que este “canto gauchesco e brasileiro”: Matteus Amaral, vice-campeão do Big Brother Brasil 24. Saiba-mais taboola Calmo e de fala mansa, ele encanta pelo jeito simples de menino que parece não ter se deslumbrado com a fama que ganhou em sua passagem pelo reality show da TV Globo. Aos 27 anos, ele viveu até os 13 na zona rural de Alegrete, na região do Pampa. Lá, aprendeu com o padrasto, que foi capataz de fazenda, a domar cavalos e criou vínculos afetivos com o campo que seguiram com ele, mesmo quando se mudou para a cidade para concluir os estudos. Na hora de escolher o que cursar na faculdade, a lida mais uma vez falou mais alto. O amor pelos animais o levou a querer estudar medicina veterinária. O curso, porém, só era oferecido na região em uma universidade privada, que não era uma possibilidade para ele. A solução foi escolher engenharia agrícola na Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Leia também: Leilão arrecada R$ 1,24 milhão para vítimas das chuvas no RS Como ajudar o Rio Grande do Sul? Veja as campanhas do agro para auxiliar vítimas Apesar de sua vivência ter sido sempre com a pecuária, a agricultura encantou o rapaz. “As lavouras, toda a logística de armazenagem...eu sou uma pessoa que gosta de mergulhar a fundo nos temas que me interessam”, revela. Matteus cursou sete semestres até partir para a aventura de dividir uma casa com outras 25 pessoas com câmeras por todos os cantos e aos olhos de todo o país. Matteus Amaral aprendeu a domar cavalos Acervo Pessoal Para sua surpresa, no entanto, permaneceu na casa pelos 100 dias de duração do programa, ficando em segundo lugar. Ao longo da atração, compartilhou com os brothers, sisters e com a audiência particularidades do vocabulário gaúcho, da cultura regionalista e dos laços profundos do Rio Grande do Sul com o agronegócio. Matteus, que foi apelidado de Alegrete no BBB, encontrou um mundo diferente quando deixou a casa no fim de abril. “Eu vi pessoas que admirei a vida inteira, que tenho como inspiração, dizerem que torceram por mim e que são minhas fãs”. Parte do público e até da imprensa destacou que ele, com seu jeito, estivesse 'redefinindo' a figura do homem rio-grandense para o resto do Brasil, desfazendo o estereótipo do tradicional gaúcho 'grosso' à qual muitos pensam que se resume a figura masculina no RS. Initial plugin text Mas poucos dias depois de começar a colher os frutos da fama, o céu e o sol do sul viraram de cabeça para baixo. O Estado foi assolado pela maior catástrofe climática da sua história, que causou chuvas extremas, alagamentos generalizados, perdas humanas, de animais, de produção, de moradias e de negócios. Daí para frente, então, o papel de Matteus mudou radicalmente: de embaixador das belezas e culturas gaúchas para alguém que podia, agora, usar a visibilidade que conquistara para ajudar a sua 'querência amada'. E foi o que ele fez. Uniu forças a conterrâneos e outros influenciadores a fim de ajudar com doações e esforços a reerguer o Rio Grande do Sul. Uma vaquinha em que ele esteve engajado na divulgação arrecadou mais de R$ 72 milhões. “Eu nunca imaginei na vida ter nem 10% disso. Mas conseguimos essa quantia pra ajudar os gaúchos”. Ele conta que não foi fácil ver sua terra arrasada. “É uma tristeza. Estive em Porto Alegre e o que se vê é um cenário de guerra, de muita devastação, um cheiro muito forte vindo da lama. É terrível”. Além da capital, ele esteve em propriedades rurais e com produtores que perderam toda sua lavoura. Após as chuvas no RS, Matteus fez campanha para doações aos atingidos pelas enchentes Acervo Pessoal Mas como o Rio Grande do Sul é a terra "onde tudo o que se planta cresce e o que mais floresce é o amor", novas auroras virão para os gaúchos. E Matteus não se enxerga longe do Estado e nem longe do campo. Para o futuro? Ele pensa em concluir o curso de engenharia agrícola e, quem sabe, engatar uma carreira de comunicador do agro. Aproveitar sua abertura com as pessoas, seus conhecimentos, sua vivência, para difundir informações sobre saúde, tecnologia, entre outros temas. “Sempre vi muita gente do campo com doenças de pele devido à exposição frequente ao sol. Me vejo, por exemplo, difundindo a importância do uso do protetor solar pra prevenir problemas como o câncer de pele”. Construir uma vida pessoal em uma grande cidade, como Rio de Janeiro, São Paulo ou Porto Alegre também não está nos planos. “Quero juntar um bom troco, aproveitar esse momento de expo

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