Biofábrica no Pará vai ampliar produção de mudas de mandioca

Objetivo é atender um grupo de cerca de 500 produtores da agricultura familiar Dentro da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a reprodução de mudas de mandioca acontece para atender produtores locais de pequeno porte e da agricultura familiar, ideia que nasceu há dez anos, mas que vai ganhar escala a partir de agora. Saiba-mais taboola Para isso, o espaço da instituição se tornará uma biofábrica dedicada à multiplicação de manivas-sementes, até então feita em escala de pesquisa. Com um aporte financeiro de R$ 240 mil, a produção triplicará e sairá de 40 mil para 120 mil mudas entregues no campo. A Alcoa, de mineração, é quem investe no projeto Maniva Tapajós, gerenciado pela Universidade. O dinheiro sai da Alcoa Foundation, braço social da empresa homônima de mineração de bauxita desde 2009 em Juruti (PA), cidade que concentra maior produção de mandioca do Pará. O montante investido será utilizado nos próximos 24 meses para ampliação dos laboratórios. Com isso, a Universidade terá capacidade de produção comercial, mas o objetivo até 2026 é oferecer as mudas de forma gratuita a esse grupo de produtores cadastrados no Projeto. Com sementes mais resistentes à seca e a doenças, o objetivo é também auxiliar no resgate da mandiocultura, despertando interesse de filhos dos produtores mais velhos para a sucessão rural. Muitos desses jovens costumam abandonar a tradição de plantio para se dedicar a outras atividades, como vem acontecendo na região, relata Eliandra Sia, coordenadora do Projeto pela Ufopa. A professora conta que no viveiro da instituição, variedades de mandioca são desenvolvidas para serem adequadas por microrregião do Pará, de acordo com as características geográficas e climáticas. Ela assegura que são espécies aprimoradas, mais resistentes a doenças típicas da cultura. O trabalho é minucioso e os tubetes são os mesmos usados na biomedicina Divulgação Com qualidades genética e fitossanitária em laboratórios, as sementes serão distribuídas a agricultores em Santarém, Óbidos, Mujuí dos Campos, Belterra, além de Juruti. A ideia é que os agricultores sejam capazes de incrementar a produção, com geração de renda e novos empregos. "Do lado da Alcoa, o investimento é com o intuito de melhorar a capacidade de produção do entorno de onde operamos, mas principalmente para ampliar a distribuição de tecnologias no campo. Nosso interesse regional é que um número considerável de famílias melhore a produtividade", destaca o diretor de Sustentabilidade da Alcoa Brasil e presidente do Instituto Alcoa, Marco Fróes. Etapas do projeto A partir deste ano até 2026, a etapa inicial do projeto com o aporte financeiro consiste na transição do Laboratório de Micropropagação de Plantas in Vitro da Ufopa em uma biofábrica. A estimativa é de um ganho de produtividade de até 200% em dois anos, com o alcance do dobro da média nacional, que atualmente é de 15,4 toneladas por hectare. "A demanda agora é expandir o laboratório que sempre funcionou para pesquisa e passará a ter capacidade de biofábricas para ir alcançado mais produtores", descreve Sia. Nesse período de 24 meses, a biofábrica vai funcionar para atender os integrantes do programa Maniva Tapajós e dos municípios cadastrados na iniciativa. Quando questionada se há interesse da universidade oferecer as manivas-sementes para outras indústrias, Sia detalha que, por enquanto, não. Mas, a partir de 2026, com a biofábrica garantindo a capacidade de produção estimada, a universidade pode lançar editais para, então, convocar empresas interessadas. Até lá, não haverá venda de mudas que sejam desenvolvidas na biofábrica. O número de produtores atendidos passará de 112 para 500 no período, um crescimento de 300% de beneficiados. “Estamos integrando instituições de ensino, gestão pública, empresas privadas e produtores para fortalecer a mandiocultura na região, que apresenta uma enorme variedade e grande potencial de uso", acrescenta a professora. Após a entrega de mudas de mandioca tolerantes a doenças e seca aos produtores locais, a etapa desenvolvida no campo é de assistência técnica especializada para melhorar os índices de produtividade das áreas paraenses. Algumas delas incluem análise de solo, tratos culturais, espaçamento, material propagativo e nutrição dos terrenos. Leia também Chuvas no RS: produtores cogitam criar cooperativa de azeite de oliva Doce de leite alcóolico é aposta de empresa da Bahia para conquistar mercado "Com isso, não é preciso expandir área de plantio, nem desmatar", reitera Fróes. “Apoiamos o projeto para triplicar a criação de mudas in vitro, gerando um grande aumento de produtividade, possibilitando maior resiliência para as comunidades e também para a biodiversidade local”, afirma. A mandioca foi classificada pela ONU como o alimento do século XXI por responder a necessidades de países em desenvolvimento, a tendências da economia global e ao desafio das mudanças climáticas, lembra a coordenadora. "O projeto também trabalh

Junho 3, 2024 - 08:00
Biofábrica no Pará vai ampliar produção de mudas de mandioca
Objetivo é atender um grupo de cerca de 500 produtores da agricultura familiar Dentro da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a reprodução de mudas de mandioca acontece para atender produtores locais de pequeno porte e da agricultura famili >>>

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