Produtor de leite terá acesso a soluções de inovação e gestão em feira em Minas Gerais
Espaço Casa do Leite, do Sebrae, será uma das atrações da 19ª edição da Megaleite, que começa nesta terça-feira (11/6) Como o produtor de leite pode melhorar a gestão e se manter na atividade mesmo quando o preço pago pelo litro cai, como adotar novas tecnologias e inovações, como agregar valor à produção com a criação de novos produtos, como acessar canais de comercialização. Essas e outras soluções serão apresentadas pelo Sebrae no espaço “Casa do Leite: Soluções do Campo ao Copo, na 19ª Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite). Saiba-mais taboola O evento, que inicia nesta terça-feira (11/6) e segue até o dia 15/6, em Belo Horizonte, tem a estimativa de receber 70 mil pessoas e movimentar R$ 250 milhões ante os R$ 210 milhões do ano passado. A coordenadora de agronegócios e alimentos e bebidas do Sebrae Nacional, Cláudia Stehling, disse à Globo Rural que a entidade já participou de edições anteriores da exposição com sua unidade regional de Minas, mas este ano estará apresentando uma expansão de portfólio com programas nacionais que podem auxiliar a cadeia do leite, como o Sebraetec e o Juntos pelo Agro. No Sebraetec, o produtor recebe consultoria para implantação de tecnologias e inovações como melhoramento genético, fertilização in vitro, soluções de nutrição, manejo e qualidade do leite e certificação orgânica, entre outros serviços. O Juntos pelo Agro, uma parceria com Senar e CNA, oferece assistência técnica essencial e foca na questão de mercado para auxiliar o produtor e o empresário de seis cadeias produtivas, entre elas o leite, na gestão do seu negócio. “O Sebrae tem expertise em gestão e trabalha muito essa mentalidade de enxergar a atividade rural como um negócio rural. O produtor de leite precisa compreender a importância de investir tempo na gestão e ter tudo contabilizado na ponta do lápis ou em aplicativos.” Leia também Preço do leite UHT subiu 10,9% em maio, aponta CiLeite Embora o mercado físico do leite tenha reagido neste ano, favorecido pela entressafra e pela desaceleração nas importações do produto após a crise de 2023, Stehling ressalta que no leite as margens de lucro são muito pequenas, então não há espaço para erros. Por isso é fundamental ter conhecimento técnico e gerencial e saber fazer adequações nos custos ao longo do ano, de acordo com as oscilações do mercado. Outra dica para os pequenos produtores é a organização em grupos, associações ou cooperativas para barganhar preços nas compras de insumos e nas vendas do leite. Também estarão disponíveis ao produtor e empresário da cadeia do leite na Megaleite informações sobre as oportunidades do programa Do Brasil à Mesa, que mostra produtos diferenciados artesanais como os queijos com origem em uma grande vitrine virtual que já conta com mais de 800 itens. O Sebrae atende produtores e empresas rurais com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Cabras felizes Um produtor de leite que já está no caminho da agregação de valor é o mineiro Ramon Fiúza, dono da Chévremón (junção da palavra cabra em francês mais o final do nome do produtor). Ele produz leite de “cabras felizes” em uma chácara de 6.000 m² em Brumadinho, cidade mineira que foi palco do rompimento trágico da barragem da Vale há cinco anos e que deixou 270 pessoas mortas. Ramon, que já atuou como produtor cultural, culinarista e dono de restaurante, entre outras atividades, começou o negócio como um hobby em homenagem à infância, quando consumia leite de cabra por intolerância à lactose. Hoje tem 106 cabras em sua propriedade, sendo 30 em lactação, todas com nome individual. Produtor Ramon Fiúza Divulgação Camila, Clara, Jana, Amora e suas companheiras de curral produzem de 40 a 50 litros de leite por dia, que se tornam queijos especiais, coalhada, sour cream e mais recentemente, pão de queijo, um tipo leve e mais digerível que o de leite de vaca pelas propriedades do leite do tipo A2A2 das cabras. Os 300 quilos mensais de pão de queijo são comercializados na rede de supermercados Verdemar em Belo Horizonte e Ramon prospecta atender também um empório em São Paulo. A receita do pão de queijo especial de cabra, diz ele, foi desenvolvida em parceria com o Senar. Com a consultoria do Sebraetec, ele também desenvolveu uma receita de iogurte, que ainda não foi lançada devido à aposta no pão de queijo. Outro produto inovador que está em fase de registro é o sabonete de leite de cabra desenvolvido em parceria com uma saboaria de mulheres do Córrego do Feijão que perderam tudo na tragédia da Vale. Como indenização por ter sido obrigado a fechar seu bistrô em Brumadinho, o produtor espera a construção pela Vale a custo zero de uma nova queijaria de 50 metros quadrados e da casa de cabras. Os queijos artesanais e produtos da Chévremón têm venda pulverizada em Belo Horizonte por meio de grupos de WhatsApp e redes sociais, além da venda in loco nas visitações à propriedade.
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