Alta do dólar derruba contratos agrícolas na bolsa de Nova York
Cacau, café, açúcar e algodão encerraram a semana em queda; suco de laranja registrou alta O dólar operou em alta, na comparação com uma cesta de moedas, durante toda a sexta-feira e atingiu o maior nível em cinco semanas, em meio a declarações de membros do Federal Reserve sobre como ainda está distante a queda de juros no país, apesar dos dados melhores de inflação. Esse comportamento da moeda americana eleva a rentabilidade de exportadores de commodities em todo o mundo, de forma que a oferta aumenta e faz cair o preço de todos as commodities agrícolas. Saiba-mais taboola Em Nova York, os papéis de cacau de vencimento em julho (os mais negociados) recuaram 4,77% (US$ 516), a US$ 10.294 a tonelada. +Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural Além das questões macro, eles passaram por uma correção dos investidores após três sessões consecutivas de alta. Mas nos fundamentos não houve alterações e o quadro de déficit de oferta continua. Ontem, dia 13 de junho, o Conselho de Cacau da Costa do Marfim – maior produtor mundial - suspendeu o fechamento de novos contratos de exportação até o fim de junho, informou Rafael Borges Machado, analista de inteligência de mercado da StoneX. "Durante o período da colheita intermediária de cacau, o fornecimento costuma ficar mais reservado a indústrias locais. A limitação aos exportadores, principalmente a Europa, vai levar eles a buscarem outras fontes de fornecimento", disse o analista. Café Os contratos de café arábica de vencimento em julho, os mais negociados, caíram 0,84% (190 pontos) em Nova York, a US$ 2,2415 a libra-peso. Como ocorreu em outros mercados, eles responderam ao cenário macro. Os fundamentos do mercado permanecem os mesmos: foco no avanço da colheita da safra brasileira em 2024/25, e oscilações do café robusta na bolsa de Londres. Por enquanto, o clima está favorável para o andamento da safra brasileira. Informações do boletim de Eduardo Carvalhaes, analista especializado no mercado de café, destacaram que uma frente fria deve avançar pela costa do Brasil a partir do dia 20 deste mês, aumentando a probabilidade para ocorrência de chuvas sobre áreas produtoras entre São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. Apesar disso, no momento, não há indicativos para oscilações muito acentuadas de temperatura ou risco de frio extremo para as áreas produtoras do Centro-Sul, destacou Carvalhaes. Com esses elementos no mercado, Borges vê espaço para o preço do cacau voltar a bater recorde na bolsa. Segundo ele, uma queda nos valores deve acontecer, mas apenas a partir de outubro, no início da safra 2024/25. Açúcar Os contratos de açúcar demerara finalizaram a sexta-feira em queda de 0,82% (16 pontos), cotados a 19,43 centavos de dólar a libra-peso. Eles acompanharam o movimento de todas as commodities agrícolas, que responderam ao câmbio. A notícia do dia para o setor veio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que indicou uma queda de 7,7% na produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil na segundo quinzena de maio, para 2,7 milhões de toneladas. No acumulado da safra 2024/25, porém, a fabricação do adoçante cresceu 11,8% ao totalizar 7,74 milhões de toneladas. Na Índia, o governo anunciou que mantém seu planos de aumentar a mistura de etanol com gasolina. "Um aumento na produção de etanol da Índia poderia reduzir a produção de açúcar do país e deixar menos açúcar disponível para exportação, reduzindo assim a oferta global", disse análise do site internacional Barchart. Algodão Assim como as outras commodities, as negociações dos lotes de julho do algodão fecharam em queda de 0,38% nesta sexta-feira, cotados a 71,08 centavos de dólar por libra-peso. O cenário se deve, principalmente, à elevação do dólar, que atingiu seu maior patamar em cinco semanas, após as declarações de membros do Federal Reserve de que, apesar da melhora dos dados de inflação, a queda de juros nos EUA ainda está distante. Assim, a moeda eleva a rentabilidade de exportadores de commodities em todo o mundo, aumentando a oferta e provocando a queda de preços. Suco de laranja Os preços dos contratos para julho do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) fecharam em alta de 2,95% na contramão dos demais produtos. Com esse avanço, as cotações ficaram em US$ 4,2084 por libra-peso.
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