Portos RS volta a reduzir calado do Porto de Rio Grande

Situação limita a capacidade de carga dos navios e pode elevar custo logístico do agronegócio gaúcho A Portos RS, empresa pública que administra os terminais do Rio Grande do Sul, anunciou mais uma redução do calado do Porto de Rio Grande, o que aumenta a limitação de movimento de cargas no cais. A justificativa é garantir a segurança da navegação, em meio às consequências das enchentes que atingiram o Estado. Leia também TCP aumentou em 17,2% movimento de cargas do agro de janeiro a abril de 2024 Melhorias em acessos ao porto de Paranaguá devem ampliar a exportação Chegada a Paranaguá é gargalo logístico para o agro do Paraná O novo calado provisório é de 11,9 metros, quase 3 abaixo do estabelecido depois da etapa mais recente de dragagem, que é de 14,2 metros. Em nota, a autoridade portuária informou que ainda há uma grande quantidade de detritos e sedimentos carregados pelas águas no curto do lago Guaíba até o mar, provocando um assoreamento do canal externo. “Reiteramos a imprevisibilidade das consequências deste evento, assim como a urgência e alta relevância da retomada das operações a pleno. Estamos empenhados em retomar a normalidade o mais rápido possível, sempre priorizando a segurança da navegação”, informa Portos RS, em nota. Em seu site oficial, a Portos RS informa que Rio Grande está com sete navios atracados. Outros três estão fundeados, aguardando o momento de atracar e mais 74 são esperados no terminal portuário. Das embarcações previstas no lineup, 32 são graneleiras, de acordo com o informe da autoridade portuária. A situação do Porto de Rio Grande e os efeitos sobre o escoamento da safra é acompanhada com atenção por agentes de mercado, especialistas e operadores logísticos. As operações no terminal não chegaram a ser paralisadas em função das enchentes, mas, diante das limitações de carga e descarga, existe a possibilidade de deslocamento de rota para portos em outros Estados. João Birkhan, do Sim Consult, lembra que esse tipo de operação, apesar de viável, representa maior custo logístico, o que pode pressionar os preços internos de grãos no Rio Grande do Sul. Ele avalia que parte da movimentação de carga deve ser deslocada para Santa Catarina. “É uma notícia bem ruim. Ou vai ter que pagar frete morto (quando a reserva na embarcação é paga, mas o espaço não é usado em sua totalidade) para os navios, que aumenta o custo da exportação ou vai aumentar o custo da logística para levar essa soja para Santa Catarina. De qualquer maneira, qualquer uma das opções significa redução de ganhos para o produtor gaúcho”, explica o consultor. Preço da soja De acordo com a Scot Consultoria, uma saca de soja em Rio Grande valia R$ 141 na sexta-feira (14/6); na região das Missões, R$ 134. O indicador da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) apontou média no Estado de R$ 122,05 a saca na quinta-feira (13/6), 0,3% abaixo do valor da semana anterior, de R$ 122,09. A mínima foi de R$ 119 e a máxima, de R$ 128 a saca de 60 quilos. Também na quinta-feira, a Emater informou que a colheita da oleaginosa no Rio Grande do Sul está praticamente concluída. Chegou a 98% da área. Faltam ainda algumas lavouras nas regiões Sul do Estado e na Campanha, que, “dificilmente serão colhidas”. De acordo com os técnicos, a dificuldade dos produtores é de selecionar os grãos comercialmente viáveis. “Mesmo com períodos prolongados de insolação, a umidade excessiva nas manhãs dificultou a secagem dos grãos, que estão quase totalmente deteriorados, e complicou o processo de trilha e transporte nos elevadores com roscas sem fim, causando mais transtornos no final da safra”, informa a Emater/RS.

Junho 16, 2024 - 14:00
Portos RS volta a reduzir calado do Porto de Rio Grande
Situação limita a capacidade de carga dos navios e pode elevar custo logístico do agronegócio gaúcho A Portos RS, empresa pública que administra os terminais do Rio Grande do Sul, anunciou mais uma redução do calado do Porto de Rio Grande, o que aume >>>

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