Açúcar: Brasil segue como importante fornecedor internacional, de olho no clima durante o inverno
Setor Sucroalcooleiro Açúcar: Brasil segue como importante fornecedor internacional, de olho no clima durante o inverno Os preços do açúcar bruto na semana passada foram influenciados pela especulação e pela expectativa altista quanto ao relatório da Unica. A maior surpresa foi o nível de mix de açúcar Publicado em: 18/06/2024 às 18:40hs Na semana passada, os preços do açúcar bruto foram influenciados pela especulação, especialmente em reação ao relatório da Unica de sexta-feira (14). A Hedgepoint Global Markets aborda os impactos da divulgação no mercado. De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint, “o mercado antecipou uma perspectiva mais altista antes da divulgação do relatório, com os preços subindo de terça a quinta-feira (19,59 c/lb), mas caindo ligeiramente na sexta-feira (19,46 c/lb). A maior surpresa foi o nível do mix de açúcar, abaixo do ano passado, apesar dos investimentos em cristalização sugerirem que deveria ter sido maior. Além disso, o ATR foi pior do que o esperado, devido à moagem de cana bisada (sobra) e imatura”, explica. Considerando os fundamentos, não houve muita mudança. Independentemente de o mix de açúcar ser de 52,7% ou 51%, a produção total do adoçante no Centro-Sul variaria apenas ligeiramente entre 42 e 41,5 Mt. “Isso significa que o Brasil ainda teria seu segundo melhor ano e continuaria sendo um fornecedor importante no curto e médio prazo, apoiando a recente faixa de preço apertada”, diz. Além dessa perspectiva, o mês de maio registrou fortes resultados de exportação, e a região Centro-Sul tem robustas nomeações para junho. A desvalorização do real brasileiro também impulsiona a participação da região nos fluxos de comércio internacional. Apesar de algumas flutuações, os preços permaneceram dentro da faixa estabelecida no início de maio. Conforme mencionado anteriormente, o piso de preço atual é percebido como sendo em torno de 18 c/lb. Esse nível representa um ponto de resistência significativo, pois algumas regiões da China, principalmente as não produtoras, ainda podem estar inclinadas a importar, mesmo com um prêmio. “Sempre que o mercado se aproxima desse nível, surgem rumores de compras chinesas. No entanto, fundamentalmente, a redução da necessidade de importações pelo país, tende a empurrar a arbitragem de importação para mais perto do nível do ZCE sem prêmio, atualmente em 17-17,5 c/lb. Isso também é visto como o ponto máximo de alta para os preços do etanol no Brasil”, considera. À medida que o período de entressafra do Brasil se aproxima, aumenta a dependência do mercado internacional em relação à oferta do Hemisfério Norte. Consequentemente, o mercado deve incentivar as exportações de açúcar dessa região. Com os preços atuais, isso significaria um aumento para cerca de 21 c/lb para estimular as exportações indianas e tornar realidade nossa expectativa de 1,5 Mt exportadas em 24/25. “No entanto, esses preços podem diminuir um pouco à medida que a Índia aumenta seus estoques e os preços domésticos começam a se ajustar. Se o clima for mediano, provavelmente estaríamos falando de um aumento para 20 c/lb durante a entressafra do CS”, observa. Para que os preços permaneçam dentro dessas faixas, o clima precisa ser "médio". Poderemos ver uma alteração dessa faixa caso à medida que as tendências futuras de precipitação se tornarem mais claras. Os principais pontos a serem monitorados incluem: Clima de curto prazo no Brasil: Condições mais secas podem aumentar o teor de sacarose, mas danificar a cana no final da temporada, dificultando a obtenção de um mix de açúcar mais elevado. Evolução do ENSO: Um La Niña ativo durante o verão do Centro-Sul pode afetar a temporada 25/26, especialmente se for muito forte, embora esse evento climático geralmente tenha pouca correlação com a precipitação na região. Para obter mais detalhes, consulte nosso relatório sobre La Niña. Desenvolvimento da safra do Hemisfério Norte: O clima também influencia significativamente esse aspecto, com a atual temporada de monções afetando a produção potencial da Índia. “É importante observar que a maioria dos principais impulsionadores do mercado está relacionada ao clima, o que sugere que, embora bastante monótono no momento, esse é um mercado que carrega grandes incertezas”, acredita. E prossegue: “Portanto, notícias como uma monção pior do que o esperado no centro-norte da Índia tendem a ter um impacto de alta nos preços do açúcar. Entretanto, a menos que haja um efeito tangível ou, pelo menos, uma forte confirmação, esses impactos podem se dissipar no curto prazo, uma vez que não alteram os fundamentos atuais. É provável que uma real tendência mais altista seja observada nos contratos de 2025, já que se espera que o Brasil tenha outro excelente resultado em 2024”. Em resumo, na semana passada, os preços do açúcar bruto foram impulsionados pela especulação, especialmente com relação ao relatório da Unica de sexta-feira (14). Apesar dos investim
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