Grãos e Selic em baixa pressionam retorno dos Fiagros

Apesar do risco de inadimplência, a quantidade de fundos com problema de liquidez são poucos A manutenção dos preços dos grãos em patamares baixos e a taxa Selic relativamente baixa — em relação aos últimos anos — estão pressionando o retorno dos investidores que possuem cotas em fundos de investimento em agronegócio (Fiagros). Leia também Fiagro: Entenda esse fundo e veja se é bom para você Quase 90% dos Fiagros amargam desvalorização neste ano Uma análise da corretora Guide Investimentos mostra que o índice de preço dos Fiagros está abaixo do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) desde outubro do ano passado e do Índice de Mercado Anbima geral (IMA-G) desde agosto do ano passado. Segundo Fernando Siqueira, que assina relatório da Guide, os baixos preços da commodities agrícolas elevam o risco de inadimplência no setor, enquanto a Selic em baixa reduz os retornos, já que boa parte das dívidas do agro é indexada ao CDI. Saiba-mais taboola Apesar do risco de inadimplência, a quantidade de Fiagros com problema de liquidez são poucos. Segundo levantamento da Guide, há atualmente três fundos com empresas em recuperação judicial ou reestruturação. É o caso do fundo da Quaest AAZQ11, que possui em sua carteira Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) da Agro North, que está em recuperação judicial, embora a empresa contiune adimplente. Outro é o fundo da Valora VGIA11, que possui CRAs da Languiru, que está com um plano de liquidação de ativos para quitar parte de suas dívidas. O terceiro caso é o fundo da Capitania CTPR11, que tem título da Patense, em recuperação judicial. Também há fundos com exposição a credores do Rio Grande do Sul, que foram severamente afetados pelas enchentes. Porém, a exposição das carteiras é baixa. É o caso dos Fiagros AAZQ11, AGRX11 (Exes Araguaia) e do Itaú RURA11. Apesar disso, o dividend yield da maior parte dos Fiagros segue elevada, acima de 12% ao ano (1% ao mês), seja por causa dos juros elevados dos títulos nas carteiras, seja por causa da queda no valor das cotas.