Veja histórico do preço do arroz desde 2014 e saiba por que ele ficou tão caro

Expectativa é de queda no valor do alimento a partir de abril deste ano O arroz, alimento básico da mesa do brasileiro, está batendo recordes de preços desde o ano passado. Depois da escalada de preços em 2020, creditada à pandemia, houve um recuo em 2021, novos aumentos em 2022, mas nada se compara aos preços do ano passado. O cenário, claro, preocupa o consumidor, que só deverá ver os valores abaixando a partir da segunda quinzena de abril de 2024. Leia mais Quais são os maiores produtores de arroz do mundo? Preço do arroz está 40% mais alto do que um ano atrás, aponta estudo Os 10 maiores exportadores de arroz do mundo O valor médio da saca de 50 kg do grão em casca em 2023 foi de R$ 95,36. Em 2020, a mesma quantidade era vendida por R$ 73,46, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Agrícola da USP e Instituto Riograndense do Arroz (Cepea/Irga). Em dezembro de 2023, o preço chegou ao maior valor de toda a série histórica, medida desde 2005, custando R$ 127,36 a saca. Na segunda quinzena de janeiro deste ano, os preços já registram pequenas quedas em relação a dezembro, porém, o último dado do Cepea, de 29 de janeiro, apontou saca de R$ 122,73. Para comparar, o valor supera a da saca de soja, cotada em cerca de R$ 114 esta semana. Veja como estava o preço do arroz nos anos anteriores: Globo Rural E o preço do arroz vai na contramão dos outros alimentos. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a dezembro de 2023, o arroz teve uma alta de 24,54% na comparação com o ano anterior, enquanto a média de preços dos alimentos da cesta básica recuou 0,52%. Preço do arroz em 2024 A tendência natural, passado o pico da entressafra que ocorre até 15 de janeiro, é de recuo nos preços, diz o analista, embora o ano comece com os menores estoques de arroz em 15 anos. “O consumidor deve ver alívio mesmo nos preços do arroz a partir da segunda metade de abril, com o pico da colheita e as importações do Paraguai, Uruguai e Argentina, mas no segundo semestre, com a entressafra e as exportações, estamos projetando mais surpresas e até novos recordes nos preços. Por que o preço do arroz subiu tanto? Essa disparada de preços, segundo Evandro Oliveira, consultor de Safras & Mercado especialista nas culturas de arroz e feijão, se deve a um conjunto de fatores que incluem longos períodos de prejuízo ou margens apertadas para o produtor, redução de área plantada, condições climáticas adversas e aumento de exportações. Com os custos de produção passando de R$ 90 a saca na safra 2022/23, o produtor diminuiu suas áreas de arroz, preferindo plantar soja ou milho, afirma o consultor. No Rio Grande do Sul, que produz mais de 70% do arroz brasileiro, a área recuou de cerca de 1 milhão de hectares para até 830 mil hectares, segundo algumas estatísticas — a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou 862 mil hectares. Initial plugin text A incidência do terceiro La Niña consecutivo, que trouxe a seca mais severa em 40 anos para a região da fronteira oeste gaúcha, maior produtora de arroz do país, também reduziu a expectativa de colher de 7,5 milhões a 8 milhões de sacas para menos de 7 milhões. “Esse aperto de oferta já era esperado desde o início de 2023, mas se consolidou no segundo semestre, com a entressafra e com o ritmo acelerado das nossas exportações, impulsionadas por um dólar favorável.” Oliveira explica que, em 2022, o Brasil já tinha batido recorde de embarques com quase 2 milhões de toneladas. o ritmo se manteve em 2023 com à proibição de exportação da Índia e aos problemas climáticos da Tailândia, os dois maiores produtores de arroz do mundo. Tendência natural, passado o pico da entressafra que ocorre até 15 de janeiro, é de recuo nos preços do arroz Divulgação Federarroz “Nem no cenário mais otimista daria para imaginar que a Índia fosse proibir as exportações de arroz para tentar controlar os preços internos. E quando a Índia mexe com o arroz gera um problema em escala global.” Efeitos do clima Segundo o consultor, a “pá de cal” que pode impactar os preços também neste ano veio no final de 2023 com a chegada do El Niño de forte intensidade, que trouxe chuvas e alagamentos no sul do país e não poupou as lavouras de arroz gaúchas. + Probabilidade de La Niña voltar em 2024 cresce; saiba quando e os impactos no clima A umidade muito maior combinada com os longos períodos de pouca incidência solar devem prejudicar a produtividade da cultura que começa a ser colhida em fevereiro, com perdas estimadas entre 12% e 17%. Outra preocupação com o excesso das chuvas é o de a cultura ser impactada por doenças. “Em algumas regiões já há relatos de aumento da brusone, mas ainda é cedo para projetar perdas por isso.”

Janeiro 30, 2024 - 19:00
Veja histórico do preço do arroz desde 2014 e saiba por que ele ficou tão caro
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