Bioenergia Brasil e Unica criticam chinesa BYD após ataques ao governo
Companhia questionou a recomendação de incluir os carros elétricos na lista do Imposto Seletivo (IS) As organizações Bioenergia Brasil (ex-Fórum Nacional Sucroenergético) e União das Indústrias de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) criticaram a fabricante chinesa de carros elétricos BYD. O representante da companhia no Brasil questionou a recomendação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) de incluir os carros elétricos na lista de produtos alvo do Imposto Seletivo (IS), também conhecido como “imposto do pecado”. Saiba-mais taboola O conselheiro especial da BYD, Alexandre Baldy, afirmou nesta semana que “existem vários governos dentro do mesmo governo”, ao afirmar que, enquanto o Mdic recomendava a inclusão dos elétricos na lista do IS, o Ministério da Fazenda havia excluído inicialmente o produto da previsão. “É surpreendente que o Ministério da Fazenda esteja sendo desenvolvimentista, no aspecto da transição energética para uma neoindústria, e o MDIC, o qual deveria ser desenvolvimentista, está sendo retrógrado”, disse o representante da fabricante chinesa. Antes de entrar para a BYD, Baldy foi ministro das Cidades do governo Temer, deputado e chegou a presidir a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético em 2017, quando atuou a favor da aprovação do programa RenovaBio, de incentivo aos biocombustíveis como via de descarbonização dos transportes. Em nota, a Bioenergia Brasil e a Unica afirmaram que “além de ofender a República brasileira, a manifestação [de Baldy] afronta também a ciência na medida em que não admite o fato de que veículos elétricos tenham pegada de carbono considerável”. As entidades ressaltaram que o governo e o Congresso acabam de aprovar o Mover, que prevê em um primeiro momento medir as emissões de carbono “do poço à roda”, ou seja, considerando todo o ciclo da fonte de energia utilizada, e mais para frente medir “do berço ao túmulo”, abrangendo a pegada de carbono de todos os componentes e de todas as etapas de produção, uso e descarte do veículo — metodologia defendida pela indústria de etanol.
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