Risco de inadimplência no agronegócio preocupa instituições financeiras

Notícias Risco de inadimplência no agronegócio preocupa instituições financeiras "A recente tragédia no Rio Grande do Sul, também pesa contra uma política de crédito mais robusta" Pedro Costa 01/07/2024 14:20 Legenda: PEDRO COSTA Fonte: TERRAVIVA Notícias Após o adiamento do anúncio do Plano Safra, a pressão para atender os pedidos do setor agropecuário cresce. Nesta quarta-feira (03/07), o governo federal vai a divulgar os números do próximo Plano Agrícola e Pecuário, em cerimônia no Palácio do Planalto. Os recursos destinados à agricultura familiar serão apresentados às 10h, já à agricultura empresarial serão divulgados às 15h. Em meio a este “estica e puxa”, o setor financeiro está receoso em conceder crédito ao agronegócio, especialmente no setor de grãos. A safra 2023/2024 está enfrentando sérios desafios, com fatores climáticos adversos e uma queda significativa nos preços. Wolney Arruda Filho, presidente do Plantae Agrocrédito, que também é produtor rural, tem acompanhado as discussões de agentes financeiros sobre os índices de inadimplência. “Os números são alarmantes! O maior dos últimos cinco a sete anos. A insegurança no setor é palpável, com bancos preferindo conceder crédito apenas aos produtores mais robustos e agroindústrias de maior liquidez, deixando outros players do agronegócio em uma situação delicada”.Outro ponto que tem preocupado o setor financeiro e os produtores rurais é a questão dos juros. Com a taxa de juros se mantendo em alta, próximo ao nível do Plano Safra 2023/2024, e o déficit fiscal do governo aumentando, está difícil fechar a conta e articular com outros Ministérios um Plano Safra que surpreenda o setor.“O cenário fiscal do país, agravado por gastos imprevistos, como a recente tragédia no Rio Grande do Sul, também pesa contra uma política de crédito mais robusta. A demanda anual do setor do agronegócio é próxima de R$ 1 trilhão, com cerca de 35% supridos pelo Plano Safra e o restante por diversas linhas de crédito. No entanto, o ambiente atual impõe uma cautela sem precedentes,” explica o presidente.A inadimplência alta é um reflexo das condições adversas. As características específicas de alguns produtos e a estrutura de contratos fixos ajudaram algumas empresas a sair ilesas, mas a maioria não teve essa sorte. Wolney acredita que o diferencial do Banco Plantae foi conhecer de perto a realidade do produtor rural. “A gente conseguiu um índice de inadimplência muito baixo devido às características do nosso produto. As estratégias de mitigação de riscos e o uso de novas tecnologias foram cruciais para navegar por esses tempos”, completa Wolney.

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