Kappaphycus alvarezzi, a alga marinha vermelha com potencial biofertilizante
Kappaphycus alvarezzi, a alga marinha vermelha com potencial biofertilizante Fonte promissora de compostos bioativos Redação Agrolink Publicado em 02/07/2024 às 11:55h. Compartilhe: Indique a um amigo! Estimado usuário. Preencha o formulário abaixo para remeter a página. Foto: Canva Como uma alternativa ao uso indiscriminado de fertilizantes químicos na agricultura, que possuem efeitos adversos conhecidos ao ecossistema, os fitobioestimulantes à base de algas marinhas estão sendo amplamente estudados. A Kappaphycus alvarezii é uma espécie de alga vermelha tropical de crescimento rápido, amplamente cultivada por seu conteúdo hidrocoloide, é uma fonte promissora de compostos bioativos que melhoram o crescimento das plantas, incluindo a tolerância a algumas doenças, crescimento vegetal, tolerância a estressores abióticos e bióticos, além de possuírem propriedades funcionais, como espessamento, gelificação e estabilização. Dessa forma, vários produtos à base de K. alvarezii são usados na agricultura, indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica. (Trivedi, 2023) Um dos polímeros de carboidratos das algas marinhas vermelhas explorados comercialmente são as carragenas, usadas como espessantes e estabilizantes na indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia, sendo essa responsável por 70-80% da produção mundial total, estimada em cerca de 45.000 toneladas métricas por ano e com mercado total de carragenas estimado em US$ 300 milhões/ano (Campo, 2009). Introduzidas no Brasil em 1995, originárias das Filipinas, essas algas produzem 50% do oxigênio atmosférico e do sequestro de gás carbônico (CO2). Estudos mostram que a macroalga cresce de 3,8% a 8,7% ao dia sem utilizar quaisquer nutrientes. Em ambientes poluídos, absorvem metais pesados e nutrientes e devido ao seu potencial comercial geram renda para comunidades litorâneas. O estudo realizado em 2019, do Laboratório de Geoprocessamento da Faculdade de Engenharia Agrícola FEAGRI contribuiu para a implantação de fazendas marinhas e novas possibilidades econômicas para comunidades no litoral norte de São Paulo. Foram identificados 44 locais aptos à implantação da algicultura para a espécie K. alvarezii nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. Além da possibilidade de ter sua aplicação estendida também para litoral sul do Rio de Janeiro e as costas de outros municípios brasileiros (Netto, 2019). A espécie de alga vermelha também está sendo cultivada no Sul do país. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu um sistema de cultivo e comprovou sua viabilidade técnica, econômica e ambiental, e em 2020 o estado obteve a autorização ambiental para o cultivo comercial (Ligado no Sul, 2023). A produção do estado está concentrada 90% em Palhoça, porém já expandiu para as cidades de São Francisco do Sul, Penha, Porto Belo e Governador Celso Ramos. Os produtores podem atingir até 5 ciclos anuais (30 a 45 dias cada), quanto mais quente a temperatura da água, mais rápido o crescimento da alga. O faturamento de um hectare pode atingir R$333 mil por ano, apenas com o comércio da alga viva. A produção da macroalga K. alvarezii no estado de Santa Catarina na safra de 2022/23 foi de 300,35 toneladas, representando um aumento de 193,56% em relação à safra de 2021/22 em que produziu 102,30 toneladas. Os números demonstram o potencial comercial da alga no litoral brasileiro (Santos, A.A. 2023). UFSC e Epagri participam do projeto de fabricação do extrato de macroalga para biofertilizante. Esse produto é rico em fitormônios, que promove o crescimento das plantas, tornando-as mais vigorosas, produtivas, resistentes a pragas, doenças e estresse climático. A cada quilo de alga fresca, 800mL de extrato é produzido, sendo comercializado por aproximadamente R$18/litro. Estudos realizados com extratos líquidos de K. alvarezii relataram um aumento da produtividade nas culturas de arroz, banana, batata, cana-de-açúcar, feijão, milho, quiabo, soja e trigo. Outros efeitos foram observados como acúmulo de Nitrogênio, proteínas e micronutrientes; aumento da atividade fotossintética, qualidade nos grãos e crescimento de raízes (Freitas, 2023; Freitas et al 2022; Trivedi et al 2023; Santos, A.A. 2023). No Brasil, a Instrução Normativa nº 61 de 08 de julho de 2020 estabelece que o registro do produto biofertilizante necessita comprovação do efeito bioativo benéfico através da técnica de bioensaios e dos parâmetros biométricos, metabólicos, químicos, bioquímicos, anti-estresse e ontogenia (Mapa, 2020). No entanto, não há exigência de teores mínimos de compostos hidrocoloides para o registro de produtos. É imprescindível a atualização da norma incluindo parâmetros para o controle de qualidade. Essa análise de concentração de carragenas em biofertilizante está sendo implementada pelo Laboratório de Fitopatologi
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