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Entenda a onda de protestos de agricultores na Europa
Manifestações ocorrem na França, Alemanha, Espanha, Grécia e em outros países da União Europeia A onda de protestos de agricultores na Europa já atinge mais de sete países. Com manifestações intensas, produtores rurais bloquearam estradas em diferentes localidades e alguns dos principais pontos turísticos da União Europeia, como o Portão de Brandemburgo, na Alemanha, e a Torre Eiffel, na França. Leia mais Entenda as reivindicações dos agricultores que protestam na França Protestos de agricultores na França podem afetar o Brasil? Entenda Protesto de agricultores alemães fecha ponto turístico em Berlim Nesta terça-feira (30/01), os sindicatos de trabalhadores rurais da Espanha decidiram aderir aos protestos dos agricultores franceses, iniciados no dia 16 de janeiro. Igualmente, produtores da Bélgica programam mobilizações. Também foram registradas no último domingo (28/01) paralisações na Itália e na Grécia. Na Alemanha, os protestos começaram no início de janeiro. Embora a mobilização dos agricultores europeus esteja se alastrando rapidamente neste momento, algumas das insatisfações do setor começaram a ser demonstradas em junho de 2022, na Holanda. Na época, 40 mil agricultores dos Países Baixos se manifestaram contra um plano do governo para reduzir a emissão de compostos de nitrogênio. Em 2023, produtores da Romênia e da Polônia também se rebelaram contra as importações de cereais e as manifestações vêm acontecendo, ainda que menores. Na Alemanha, agricultores bloqueiam principal ponto turístico da capital Eliane Silva / Globo Rural As questões que justificam os atos de protesto mudam de um local para outro, mas algumas insatisfações são comuns entre agricultores europeus: os preços não remuneradores e o excesso de regras, sejam elas climáticas, tributárias ou comerciais. As reivindicações podem afetar as relações comerciais com países como o Brasil. Em alguns produtos os preços pagos aos produtores registraram queda na última década, e mesmo nos itens em que houve alta na remuneração, o lucro não teria chegado às mãos dos agricultores, permanecendo na indústria e no comércio. Além disso, as exigências ambientais aumentaram enquanto financiamentos públicos caíram. Saiba-mais taboola Principais pleitos Na França a Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores (Fnsea, sigla em francês), a mais antiga do país, publicou um documento solicitando ao governo mais clareza nas políticas públicas voltadas ao setor. Além disso, pedem a elaboração de um plano de remuneração justa e revisão na proposta do governo de implantar reserva legal na área agricultável do País. Na vizinha Espanha, os produtores prometem solicitar a suspensão do acordo com o Mercosul e das negociações internacionais com diversos outros países. Na Itália, os protestos foram contra novas regulações do setor e os altos impostos. Manifestantes utilizam máquinas agrícolas para bloquear rodovias Getty Images Em síntese, os agricultores clamam pelo apoio dos governos locais à produção agrícola europeia, que respeita uma série de regulamentações internas e buscam vetar as importações de alimentos produzidos sob diferentes normas, segundo eles, menos rigorosas e mais protecionistas. + Argentina vai sair do Mercosul? Especialista diz por que seria má ideia Com os recentes protestos, que já se espalham por mais de sete países, os agricultores europeus conseguem marcar posição contra a conclusão do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul por entenderem que as regras de produção não são simétricas entre os blocos. No momento, lideranças francesas já marcaram agenda na Comissão Europeia e no Parlamento Europeu para esta semana. Especialistas não descartam um recuo do governo da França, porém a agenda de exigências deve continuar e afetar acordos como o do Mercosul e União Europeia, impactando as exportações brasileiras, já que a UE é o segundo maior destino dos produtos do Brasil.
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