Oferta e judicialização pressionam preços dos CBios

Preço dos créditos em 28 de junho estava 21% abaixo do valor de um ano antes Os preços dos Créditos de Descarbonização (CBios) estão em queda neste ano com o aquecimento das vendas de etanol hidratado e com a judicialização do cumprimento das metas por parte de diversas distribuidoras de combustíveis de pequeno porte. A análise é do Itaú BBA. Leia mais Produtores e indústrias fecham acordo sobre proposta para repasse de receita de CBios Vendas de etanol hidratado alcançam o maior volume em 42 meses Em 28 de junho, o CBio foi negociado em média por R$ 77,83, 21% abaixo da média de um ano antes. Os preços chegaram a ter uma forte queda em 10 de junho, quando chegaram à mínima de R$ 66,50, que foi o menor valor desde setembro de 2022. Oferta de CBios A oferta vem crescendo de forma expressiva. A emissão de CBios em junho foi 24,8% maior do que no mesmo mês do ano passado, com 3,45 milhões de títulos emitidos. Do início do ano até 28 de junho, as emissões dos créditos superaram as do mesmo período do ano passado em 25,2%, totalizando 20,8 milhões de CBios. Com isso, os estoques de CBios (volume de títulos em circulação no mercado) aumentaram 27,6% em um trimestre, para 23,1 milhões de CBios em 30 de junho — apenas no mês de junho o estoque ampliou-se em 2,5 milhões de CBios. De abril a junho, foram emitidos 10,3 milhões de CBios e aposentados 5,1 milhões. Do estoque de CBios no mercado em 30 de junho, 46% já foram comprados pelas distribuidoras de combustíveis (parte obrigada) e 3% foram adquiridos por partes não obrigadas (que querem usar os CBios para cumprir metas voluntárias de descarbonização, por exemplo). Os outros 51% dos CBios no mercado ainda estavam na mão dos produtores de biocombustíveis (emissores). Metas das distribuidoras Neste momento, as distribuidoras só têm que comprar CBios para o atendimento de suas metas relativas ao ano de 2024. O prazo para o atendimento das metas de 2023 terminou em março deste ano. Em maio, o governo decidiu que as distribuidoras que não atenderam toda sua meta de 2023 poderiam comprar os CBios faltantes durante o período de cumprimento da meta de 2024 (até dezembro deste ano). Dessa forma, a quantidade total de CBios que as distribuidoras têm que comprar neste ano passou de 38,8 milhões de CBios para 46,4 milhões de CBios, um aumento de quase 20%, ou 7,6 milhões de créditos. Saiba-mais taboola O mercado já esperava esse incremento desde abril, quando a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou quanto as distribuidoras ficaram devendo em compra e aposentadoria de CBios referente à meta de 2023. As distribuidoras só cumpriram com 80% de sua meta de 2023 — em 2022, o cumprimento ficou em 90%. A ANP vem aplicando multas às distribuidoras que não estão cumprindo com suas metas, mas os valores estão próximos dos R$57 por CBio, para a meta 2021, abaixo do seu valor mercado. “A judicialização das regras e a morosidade nas punições levantam dúvidas sobre a possibilidade de sucesso do programa no longo prazo. Assim, o equilíbrio de mercado dos créditos de descarbonização, se o programa virar de facto não mandatório, será certamente com preços menores”, avaliou o Itaú BBA, em nota.

Oferta e judicialização pressionam preços dos CBios
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