Expansão de lavouras irrigadas garantiria três safras em MT, diz secretário

Estudo aponta que Estado teria potencial de alcançar 1 milhão de hectares irrigados em dez anos Diante de seca extrema que começou em 2023 e entrou em 2024 em Mato Grosso, a irrigação das lavouras se tornou a aposta para que o Estado chegue à terceira safra, passando de 300 mil hectares para 3 milhões de hectares irrigados em "pouquíssimos anos". Quem confirma a projeção é Celso Miranda, presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) e secretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec). Leia também Depois de perdas, produtor de MT tem expectativa melhor para próxima safra Produtores têm dificuldade de encontrar mão de obra em Mato Grosso Irrigação esbarra em custos altos e falta de energia no oeste da Bahia O ambicioso projeto está suportado por uma pesquisa de irrigação e mapeamento dos aquíferos do Estado, que está em andamento com a participação da Universidade do Nebrasca, nos Estados Unidos, Universidade Federal de Viçosa e institutos matogrossenses. O edital para colaboração de institutos brasileiros foi divulgado em janeiro deste ano, quando a secretaria informou que Mato Grosso tinha potencial de alcançar 1 milhão de hectares irrigados em dez anos. Se esse número se confirmar, o Estado estaria apto a fazer três safras de grãos. “Hoje, temos em torno de 300 mil hectares irrigados e temos condições, acertando os financiamentos corretos e dando autoria da forma correta para preservar o meio ambiente, podemos chegar a 3 milhões a 4 milhões de hectares de área irrigada em um curtíssimo espaço de tempo. Isso vai propiciar falar em terceira safra e, quando tivermos algum problema no regime de chuvas, como tivemos esse ano, poderemos através da irrigação minimizar esses impactos da agricultura”, acrescentou. Celso Miranda, presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) e secretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec) Isadora Camargo/Globo Rural O secretário salientou que não pode garantir o intervalo temporal para o avanço, porque os estudos não estão finalizados, mas citou que o impulso acontecerá em dez anos. Pelos próximos dois anos, a pesquisa vai custar R$ 7,5 milhões para o governo do Estado para mapear as bacias do Rio das Mortes e do Alto Teles Pires nessa primeira fase. Para Miranda, a expansão só é possível com a irrigação do Estado e que, para isso, parcerias com outros países, como a China, a fim de instalar multinacionais e fomentar concorrência na região Centro-Oeste neste segmento. O secretário, que abriu o Fórum das Cadeias Produtivas, evento que faz parte da 56 da Expoagro de Cuiabá, enfatizou que “sem Mato Grosso, teria uma crise mundial”, mencionando a produção de 45 milhões de toneladas de soja e 52,5 milhões de toneladas do milho na safra de 2023/23. Até o momento, não há um cálculo de quanto seria os investimentos do Estado em irrigação. Contudo, Miranda disse que já está sendo feito um trabalho com cooperativas e entidades para criar linhas de crédito específicas para financiar irrigação nos próximos anos. Mesmo com as consequências da estiagem e uma perda de 15 milhões de toneladas de soja e milho nesta safra, ele vê com otimismo e aceleração os projetos de ampliação da produção por entre cerca de 10 milhões de hectares de áreas de pastagem degradadas. “Hoje, temos condições de dobrar nossa produção nos próximos dez anos sem derrubar nenhuma árvore e a irrigação faz parte desse projeto”, falou ao atribuir que o salto em produção dependerá do uso estratégico da água no Estado.

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