Brasil bate recorde nas exportações de carne suína mesmo com queda de 40% no mercado chinês

Ouça este conteúdoApesar da queda de 40% no volume das exportações de carne suína para a China, o Brasil bateu recorde nas comercializações do produto no mercado externo no primeiro semestre. O indicador dá o tom do que está por vir: o segmento vive um dos melhores momentos da história quando o assunto é tonelagem enviada a outros países, além da valorização do produto no mercado interno. E reivindica: precisa de agilidade na abertura de mais mercados.Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsAppA avaliação vem do diretor-executivo da cooperativa Frimesa, Elias Zydek. A indústria representa o maior player da carne suína do Paraná e o quarto do Brasil. Zydek comemora os resultados que, segundo ele, foram estimulados principalmente pelo mercado filipino. “As Filipinas compram em torno de 400 mil toneladas da carne por ano e parte disso deve ser absorvida pelo Brasil" diz ele.Depois do aquecimento nos negócios no período de janeiro a junho, o setor mantém boas expectativas para o segundo semestre. "Porém, ainda dependemos da abertura de novos mercados, que nos foi assegurada, mas até agora não chegou”, reforça Zydek.Nos seis primeiros meses de 2024, o Brasil exportou pouco mais de 613 mil toneladas e o interesse se volta a consumidores mexicanos, sul-coreanos e, principalmente, japoneses. “O Ministério da Agricultura vinha trabalhando com projeções para abertura do mercado japonês, no caso do Paraná, ainda no primeiro semestre, a exemplo de outros mercados, mas evoluímos pouco. O segmento depende disso para manter o crescimento que projetamos para este e os próximos anos. Temos capacidade produtiva, indústrias, excelentes condições de sanidade, mas precisamos dos compradores”, cobra Zydek.Apesar do bom desempenho na quantidade, o faturamento com as exportações registrou queda no primeiro semestre de 8%, comparado com o mesmo período do ano passado. Parte disso se dá, segundo o diretor-executivo da Frimesa, pela cotação do dólar mais baixa que vinha sendo então observada. “Apesar disso, esperamos vender quase 1,3 milhão de toneladas para outros países até o fim do ano”, destaca ele.Veja Também:Valor nas exportações da carne suína teve quedaAs exportações da cadeia englobam todos os produtos, desde os in natura até os processados. “Foi o melhor primeiro semestre da história, com total de 613,7 mil toneladas embarcadas. O dado supera em 4,1% o total embarcado no mesmo período do ano passado, com 589,8 mil toneladas”, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).As receitas somaram US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre, ante US$ 1,41 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o que se viu foi um redesenho das exportações de carne suína do Brasil.Antes, a China era responsável por mais de 50% das exportações, mas este mercado tem retraído e sido substituído por outros mercados relevantes, como é o caso das Filipinas e do Japão, que assumiram o segundo e terceiro lugares como maiores importadores no mês de junho, respectivamente. “Desta forma, o fluxo se manteve positivo e a tendência é de fechamento com alta em volumes exportados neste ano”, informa Santin.O desempenho do mercado japonês vem de compras efetuadas de Santa Catarina, que segue como principal exportador de carne suína do Brasil. O estado somou 337 mil toneladas embarcadas para o mercado externo em 2024. Segundo a ABPA, o volume é 5,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, seguido pelos estados do Rio Grande do Sul, com 131 mil toneladas (-2,5%); Paraná, com 80,2 mil toneladas (-1,6%); Mato Grosso, com 17,5 mil toneladas (+40,3%); e Mato Grosso do Sul, com 12,6 mil toneladas (-2,8%).“Temos observado boas tendências para o mercado e acreditamos que neste semestre a suinocultura paranaense tenha um desempenho ainda melhor”, projeta Nicolle Wilsek do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep/Senar-PR).Segundo a técnica, ao Paraná o que pesa no cenário internacional ainda são os fatores de sanidade, apesar de o estado ser livre de aftosa sem vacinação e ter o reconhecimento internacional há três anos. “As missões recebidas e esperadas serão importantes para a abertura dos novos mercados, entender que o estado tem condições de sanidade, que somos um exemplo. Também temos um bom consumo interno e, apesar das condições, temos boas expectativas para o restante do ano”, reforça.Veja Também:China mantém liderança, mas está comprando menos carne suínaEntre os que mais compraram a carne suína brasileira de janeiro a junho deste ano está a China, com 127,9 mil toneladas. Apesar do volume expressivo, representa uma queda de 40,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.As Filipinas, destacadas por Zydek como um importante mercado, ficaram em segundo lugar, com 84,2 mil toneladas embarcadas, o que representou elevação de 65,3% sobre o primeiro semestre de 2023. Na lista constam ainda:Hong Kong: 51,9 mil toneladas (-15,1%)Chile: 50,3 mi

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