Terminação Intensiva a Pasto (TIP) cresce mais de 300% no Brasil, conclui relatório da Ponta
Aumento da adoção deste sistema híbrido nos últimos cinco anos pode ser atribuído ao baixo custo de investimento em estruturas para se iniciar a atividade, à facilidade de implantação e ao aproveitamento das áreas de pastagens, reduzindo os custos nutricionais.
São Paulo, julho de 2024 - Os pecuaristas têm apostado no sistema Terminação Intensiva a Pasto (TIP), um sistema híbrido que associa rotinas a pasto e confinamento. Report do Confinamento 2023 da Ponta, empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças por ano em todos os sistemas produtivos, mostra que, de 2019 a 2023, a proporção de animais provenientes desse sistema cresceu 306%.
Para as análises da engorda intensiva nos últimos cinco anos, com ênfase nas proporções entre sexos e sistemas produtivos, foi considerada uma base de 5.297.263 cabeças da Ponta. Esses dados são constituídos por animais que tiveram registro de saída do tipo venda no TGC – software de gestão pecuária mais usado pelos produtores e responsável pela coleta dos dados analisados pela Ponta –, considerando confinamento e TIP.
TIP é uma técnica de produção que consiste em oferecer de 1,00% a 2,00% do peso vivo do animal em dieta concentrada e suplementação na fase de engorda a pasto com o objetivo de aumentar a taxa de lotação, produzir mais arrobas por hectare e obter um melhor acabamento de carcaça. Ela associa rotinas do pasto – com manejo de pastagem, movimentação dos animais, ajustes nas taxas de lotação – e rotinas do confinamento, com planejamento nutricional, gestão de estoque de insumos e fabricação e fornecimento de trato.
De acordo com Marcelo Ribas, diretor estratégico da Ponta, analisar o comportamento dos principais sistemas produtivos de engorda intensiva ao longo do tempo tem como objetivo compreender como as fazendas estão escolhendo suas estratégias de produção e o impacto dessas escolhas no desempenho dos animais e do negócio. "A diversidade de técnicas disponíveis permite aos produtores serem mais criativos na utilização dos seus recursos com o objetivo de reduzir custos e manter uma alta produtividade", afirma Ribas.
O ápice da utilização da TIP ocorreu em 2021, quando registrou a marca de 16,90% das cabeças produzidas. Neste ano, especificamente, houve um cenário de alta expressiva no valor da arroba do boi gordo, que atingiu R$ 318,6 por arroba à época, mantendo-se nesse patamar até meados de 2022, quando alcançou seu pico, batendo a marca de R$ 344,7 por arroba. Os anos de 2020 a 2021 foram marcados por lucros acima do esperado, incentivando os pecuaristas a investirem na engorda intensiva dos animais, aproveitando estratégias como a da TIP, que utiliza o pasto de forma eficiente, para manter o ciclo produtivo mesmo durante a época das águas e ampliar seus ganhos. "Essa tendência também está alinhada à busca por práticas mais sustentáveis na pecuária, uma vez que a TIP utiliza de forma inteligente os recursos naturais, mitigando os impactos ambientais", complementa Ribas.
O executivo da Ponta explica que o crescimento na adoção da TIP pode ser atribuído a três fatores principais: baixo custo de investimento em estruturas para se iniciar a atividade, facilidade de implantação e aproveitamento das áreas de pastagens, reduzindo os custos nutricionais. "Com boas práticas de planejamento nutricional e manejo, a TIP demonstrou ter a capacidade de alcançar ganhos de peso próximos aos do confinamento, tornando-se uma alternativa eficaz para a engorda intensiva, especialmente durante a época das águas", pontua Ribas.
Percentual de confinamento e TIP por região
Fonte: Ponta (2024)
O relatório da Ponta mostra que a região Centro-Oeste tem desempenhado um papel significativo na produção intensiva da pecuária brasileira. Em 2023, representou 48,79% do rebanho em produção intensiva, sendo responsável por 50% do total das cabeças manejadas em sistemas de confinamento e 44% do total das cabeças em TIP. Na sequência, vem a região Sudeste, que representou 32% dos animais em confinamento e 22% em TIP, despontando como a terceira maior do país em cabeças produzidas na terminação intensiva a pasto. Nesse cenário, a região Norte ocupa a segunda posição em participação na adoção de TIP, com 32% das cabeças manejadas nesse sistema em 2023.
"É importante ressaltar o desempenho de Rondônia, que está se aproximando muito do modelo de produção utilizado pelo Centro-Oeste, em especial ao de Mato Grosso, principalmente pelas semelhanças em relação às áreas de produção e insumos utilizados. Os dados evidenciam não somente a importância do Centro-Oeste na produção de carne bovina e o crescimento na região Norte, mas também a evolução e diversificação dos sistemas de engorda intensiva em diferentes regiões do Brasil", sentencia Ribas.
Os dados completos do Report do Confinamento 2023 podem ser acessados e baixados aqui.
Sobre a Ponta
Empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, presente em nove países, com soluções líderes em pesquisas científicas, tecnologia de gestão de confinamento, rastreabilidade e seleção genética para eficiência alimentar. É responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças por ano. Atualmente, a companhia movimenta R$ 25,8 bilhões de ativos gerenciados por ano, levando em consideração a cadeia produtiva. Compõe esse indicador o valor dos animais e dos insumos de nutrição, sanidade e reprodução. Saiba mais aqui.
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Fonte:
Kyvo
Janaína KALSING