Recebimento de Cacau Nacional Registra Queda de 37,4% no Primeiro Semestre de 2024

Fruticultura e Horticultura Recebimento de Cacau Nacional Registra Queda de 37,4% no Primeiro Semestre de 2024 Indústria processadora enfrenta desafios, com redução significativa na moagem e importações de amêndoas Publicado em: 16/07/2024 às 11:50hs O primeiro semestre de 2024 apresentou uma diminuição alarmante de 37,4% no volume de amêndoas de cacau recebidas pela indústria brasileira, totalizando 58,3 mil toneladas, em comparação às 93,3 mil toneladas do mesmo período em 2023. Esses dados foram compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Segundo a presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, os recebimentos estão aquém do esperado, especialmente devido ao atraso da safra temporã, que deveria ter começado com maior consistência em abril, mas foi afetada por questões climáticas. "Há a expectativa de que, no próximo semestre, as entradas de cacau melhorem", complementa. Quando analisamos o segundo trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior, observa-se um recuo ainda mais acentuado de 39,9%, caindo de 66.038 para 39.663 toneladas. Anna Paula ressalta que, mesmo que a produção no segundo semestre supere o dobro do primeiro, a comparação com o mesmo período de 2023 revela uma queda significativa, impactando a oferta de amêndoas no mercado nacional. Recebimento por Estado A Bahia liderou o recebimento, respondendo por mais de 59% do total, com 34,5 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, quando foram fornecidas 51 mil toneladas, houve uma queda de aproximadamente 32,3%. O Pará, por sua vez, contribuiu com 21 mil toneladas, representando 36% do volume total, o que equivale a uma diminuição de quase 46% em relação às 38,7 mil toneladas recebidas no mesmo período de 2023. Outros estados, como Espírito Santo (2 mil toneladas) e Rondônia (639 toneladas), somaram apenas 4,7% do total, com uma redução de 19,3% em comparação a 2023. Anna Paula destaca que fatores climáticos e a incidência da vassoura de bruxa, além de outras doenças, afetaram os quatro principais estados produtores. Apesar dos investimentos em novas áreas e na melhoria da produtividade, os resultados ainda não são suficientes para compensar as perdas. Moagem e Produção A moagem de cacau no Brasil também caiu 9,5% no primeiro semestre, com um total de 114,3 mil toneladas processadas, em comparação a 126,4 mil toneladas no mesmo período de 2023. Essa redução está diretamente ligada à escassez de oferta de amêndoas, afetando drasticamente as operações de industrialização. No segundo trimestre de 2024, a moagem caiu 12,8%, passando de 62,4 mil toneladas em 2023 para 54,4 mil toneladas. Anna Paula observa que a indústria nacional e todos os elos da cadeia produtiva estão trabalhando intensamente para reverter essa situação. "Esperamos que, nos próximos anos, esses esforços resultem em melhorias significativas na produção de cacau", afirma. O Brasil possui um potencial enorme para alcançar a meta do Plano Inova Cacau 2030, que visa atingir 400 mil toneladas de cacau até 2030. Importação e Exportação Tanto as importações quanto as exportações de amêndoas de cacau caíram neste semestre, registrando quedas de 47,7% e 34,9%, respectivamente. A importação de amêndoas somou 22,5 mil toneladas, comparadas às 43 mil toneladas do mesmo período em 2023. Anna Paula ressalta que o setor enfrenta uma escassez global de amêndoas, com a International Cocoa Organization (ICCO) prevendo um déficit superior a 400 mil toneladas, o que afeta todos os mercados, incluindo o brasileiro. Análise do Mercado Internacional Caio Santos, do departamento de mercado da StoneX, comenta que, após quatro meses consecutivos de alta, o mercado de futuros de cacau desacelerou em abril, registrando correções expressivas desde então, especialmente em junho. O preço do contrato para setembro de 2024 (CCU24) em Nova York caiu 18,07%, fechando a USD 7.729/ton em 28 de junho, refletindo uma tendência de arrefecimento dos preços. Santos destaca que essa diminuição é a maior desde 13 de maio e que, embora não haja fatores extraordinários relacionados a essa queda, a alta volatilidade continua a ser uma característica do mercado, impulsionada pela baixa liquidez e pela incerteza generalizada. Para a safra 2023/24, um recuo na moagem é esperado devido à alta nos preços, enquanto para 2024/25, a combinação de recuo na demanda e recuperação da produção sugere um cenário de superávit entre oferta e demanda internacional. As condições climáticas no segundo semestre de 2024 serão fundamentais para confirmar essa recuperação da oferta, conforme analisado pela equipe da StoneX. Fonte: Portal do Agronegócio ◄ Leia outras notícias

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Fruticultura e Horticultura Recebimento de Cacau Nacional Registra Queda de 37,4% no Primeiro Semestre de 2024 Indústria processadora enfrenta desafios, com redução significativa na moagem e importações de amêndoas Publicado em: 16/07/2024 às 11:50hs >>>

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