Os 10 alimentos com mais fraudes no mundo — e como identificá-los
Os 10 alimentos com mais fraudes no mundo — e como identificá-losCrédito, Getty ImagesLegenda da foto, As compras do supermercado podem ser 'contaminadas' com produtos que parecem uma coisa — mas são outra completamente diferenteArticle informationAuthor, André BiernathRole, Da BBC News Brasil em LondresHá 1 horaUm vídeo que viralizou nas redes sociais e no WhatsApp nas últimas semanas revela uma suposta fraude na produção da castanha de caju. Nas imagens gravadas na Índia, é possível ver algumas pessoas preparando uma massa que, ao ser frita em óleo quente, fica com um aspecto muito parecido ao fruto seco.Embora esse caso específico não constitua uma fraude — diversos veículos indianos confirmaram que o quitute, conhecido como kaju biscuit, é um salgadinho comum em algumas regiões do país —, há uma crescente preocupação com os impactos gerados pela adulteração de alimentos.A FDA, a agência regulatória dos Estados Unidos, estima que 1% de todos os alimentos produzidos no mundo sofram algum tipo de fraude, o que gera prejuízos na casa dos US$ 40 bilhões (cerca de R$ 216 bilhões) todos os anos.Esses produtos também representam riscos em termos de saúde pública — se, por exemplo, uma pessoa alérgica à soja comer um hambúrguer de carne bovina que ganhou a adição desses grãos sem nenhum aviso na embalagem.Pule Matérias recomendadas e continue lendoMatérias recomendadasFim do Matérias recomendadasMas, afinal, quais são os alimentos mais visados nessas fraudes?Um levantamento publicado em 2024 por especialistas em certificação de cadeias produtivas analisou mais de 15 mil registros públicos sobre o assunto, identificados entre os anos de 1980 e 2022.Os dados revelam que os dez alimentos mais fraudados no mundo foram:Leite de vaca;Azeite de oliva extravirgem;Mel;Carne bovina;Pimenta em pó;Azeite de oliva sem especificação de qualidade;Cúrcuma em pó;Leite em pó;Vodka;Ghee (manteiga clarificada).O levantamento completo compreende 20 alimentos. Completam a lista suco de laranja, leite de cabra, vinho, carne de frango, carne moída, uísque, outras bebidas alcoólicas, açafrão, azeite de oliva virgem e o óleo de gergelim.Os achados, compilados por pesquisadores das empresas americanas FoodChain ID, Henry Chin and Associates e Moore FoodTech e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil, foram publicados no periódico científico Journal of Food Protection em março de 2024.Os dados revelam que 46% dos casos de adulteração representam algum risco potencial à saúde de quem consome esses produtos.Índia, China, Estados Unidos, Itália e Reino Unido foram os países com o maior número de fraudes detectadas. O Brasil aparece em uma posição intermediária desse ranking, ao lado de outros países europeus, asiáticos e africanos.Crédito, Getty ImagesLegenda da foto, Os lácteos estão entre os alimentos mais fraudados do planeta, aponta levantamentoFraudes no BrasilPule WhatsApp e continue lendoAgora você pode receber as notícias da BBC News Brasil no seu celularEntre no canal!Fim do WhatsAppQuestionado pela BBC News Brasil, o Mapa fez um levantamento das adulterações mais encontradas no país em anos recentes.Os técnicos do ministério dividiram a lista em alimentos de origem vegetal e animal.Segundo a nota enviada à reportagem, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa conta com o Pnfraude, que estabelece anualmente metas para a fiscalização de produtos propensos a fraudes. Em 2024, os produtos escolhidos para essa fiscalização foram o café, o azeite de oliva, a farinha de mandioca, o arroz e o feijão.No arroz e no feijão, os fiscais buscam fraudes "de natureza econômica, onde produtos de qualidade inferior são comercializados como produtos de qualidade superior (por exemplo, arroz tipo 3 vendido como tipo 1)".Já no café e no azeite de oliva, é comum a substituição da matéria-prima — como colocar óleo de soja no lugar de azeite de oliva e resíduos vegetais no pó do café.Por fim, a farinha de mandioca é trocada por farinha de arroz.De acordo com o levantamento do Mapa, os alimentos de origem vegetal mais fraudados no Brasil em 2023 foram:Vinho;Café;Azeite de oliva;Suco concentrado;Suco natural; Vinagre e fermentados acéticos;Água de coco;Feijão;Refrescos e preparados;Néctar.Só no ano passado, os fiscais brasileiros apreenderam 131 mil litros de azeite de oliva com indícios de fraude, de acordo com o Mapa. Os números também foram relevantes para a água de coco (66 mil litros), o néctar (59 mil litros), o vinho (57 mil litros) e o café (45 mil quilos).E as carnes e o leite? O Mapa respondeu que, em 2023, foram analisados alguns indicadores de fraude específicos pelo Departamento de Inspeção de Alimentos de Origem Animal (Dipoa).O índice de conformidade do leite pasteurizado foi de 94,04%. Isso significa que cerca de 6% das amostras analisadas estavam fora do padrão estabelecido e foram potencialmente alteradas com a adição de soro de leite, açúcares, sais, conservantes, entre outras substâncias proibidas.E
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