Reeleita, presidente da Comissão Europeia promete diálogo sobre lei ambiental
Ursula Von Der Leyen terá novo mandato em meio a tensões geopolíticas, protestos de agricultores locais e a entrada em vigor do Green Deal A alemã Ursula Von Der Leyen foi reeleita para um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia. Ela começa a nova gestão em novembro, em um cenário global marcado por tensões geopolíticas, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, uma possível mudança na presidência dos Estados Unidos, e às vésperas da entrada em vigor da nova lei ambiental europeia (European Green Deal), prevista para janeiro de 2025. Leia também Lei antidesmatamento da UE acende luz amarela no Brasil Green deals: o mercado financeiro em prol da sustentabilidade Lições dos protestos dos agricultores europeus Ao divulgar um documento com as diretrizes para um segundo mandato, ela reafirmou seu compromisso com a legislação, mas indicou a necessidade de respostas a quem pode sofrer seus impactos. “Nós temos e nos manteremos no rumo dos objetivos estabelecidos no Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal)”, disse. O Green Deal impõe regras ambientais mais rigorosas, que refletem na relação comercial do bloco com outras regiões do mundo. Entre as suas principais regras, está a proibição de compra de produtos agropecuários de áreas de desmatamento. A lista inclui, entre outros produtos, soja, carne bovina e café, em que o Brasil está entre os maiores produtores e fornecedores mundiais. As mudanças legislativas são vistas com preocupação por representantes e lideranças de entidades ligadas ao agronegócio brasileiro. Entre os principais pontos de queixa, está a falta de clareza sobre como as regras serão aplicadas em relação aos fornecedores globais e aos importadores locais. Ursula Von Der Leyen se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Itália União Europeia/Site oficial Nas diretrizes para o novo mandato, Ursula Von Der Leyen destacou que a crise climática está se acelerando e que a necessidade de descarbonizar a economia é urgente. Disse também que o bloco pretende ajustar sua visão a respeito do clima antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o tema (COP30), em 2025, no Brasil. A promessa é facilitar o acesso das pessoas a opções mais sustentáveis. E, no plano internacional, ampliar o que chama de “diplomacia verde”. “Precisamos aproveitar a oportunidade de fazer nosso sistema internacional adequado ao mundo de hoje. Também precisamos ouvir e responder melhor às preocupações dos nossos parceiros impactados pela legislação europeia, em especial a ligada ao European Green Deal (Pacto Ecológico Europeu)”, reconheceu Ursula, no documento com suas diretrizes. Saiba-mais taboola No fim de junho, ao participar do Global Agribusiness Fórum, em São Paulo, o Comissário da União Europeia, Janusz Wojciechowski, fez elogios ao Brasil e defendeu que agricultores precisam de incentivos para práticas sustentáveis. Questionado sobre a possibilidade de um adiamento da entrada em vigor do Green Deal, disse que vai depender do Parlamento Europeu, que também passou por eleições. Promessas a agricultores locais Ursula Von Der Leyen venceu a eleição na Comissão Europeia por ampla margem. Precisava de 361 votos. Conseguiu 401. Ex-ministra da Defesa da Alemanha, é filha de um político de centro-direita e a primeira mulher a presidir o órgão executivo da União Europeia. No início deste ano, já na reta final de sua gestão, enfrentou protestos de agricultores de vários países do bloco. Entre os pontos comuns de queixa, o excesso de regras tributárias, comerciais e ambientais. Na tentativa de dar uma resposta, Ursula prometeu o que chamou de “nova visão” para a agricultura europeia, a ser detalhada ainda nos primeiros cem dias de seu segundo mandato. “É vital que agricultores tenham uma renda justa e suficiente. Eles não deveriam ser forçados a vender seus produtos abaixo dos custos de produção”, disse. “Garantirei que o orçamento da União Europeia e nossa política agrícola comum sejam orientados no equilíbrio entre incentivos, investimentos e regulação”, acrescentou. Agricultores protestando na Espanha, no início de 2024. União Europeia viveu uma onda de manifestações contra a política agrícola do bloco Getty Images A política para o setor agrícola europeu nos próximos anos, segundo Ursula, será consequência do Diálogo Estratégico para a Agricultura, que ela convocou como resposta aos protestos. As ações terão como referência um relatório de recomendações, com o objetivo de “garantir a competitividade de longo prazo e a sustentabilidade do setor agrícola europeu dentro dos limites do nosso planeta”. Entre as promessas, estão eliminar a “burocracia excessiva”, apoiar a agricultura familiar e recompensar agricultores que produzam respeitando a biodiversidade e os ecossistemas. Ursula também acena com investimentos em inovação, nas cooperativas, pequenas e médias empresas, pescadores e mulheres que atuam na agricultura. “Dado que os agricultores são, muitas vezes, a
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