Caminhos da Safra mostra os efeitos das enchentes na logística do RS

Roteiro começa em Não-me-toque, no norte do Estado, com destino ao porto de Rio Grande, o principal ponto de embarque de mercadorias do agronegócio gaúcho O Rio Grande do Sul é o terceiro destino da edição deste ano do Caminhos da Safra. A viagem, que encerra os roteiros do Sul do Brasil, começa nesta segunda-feira (22/7) em Não-Me-Toque, no norte gaúcho, principal região produtora de grãos do Estado, e vai percorrer mais de 600 quilômetros até o porto de Rio Grande. Leia também Valores mínimos do frete rodoviário são atualizados Porto de São Francisco do Sul prepara arrendamento do Terminal Graneleiro Agro de SC defende melhorias na ligação do oeste com os portos No caminho, a reportagem vai mostrar os impactos do clima na agricultura e no transporte de cargas. Se, por um lado, houve a recuperação da safra gaúcha de grãos, as chuvas e enchentes ocorridas em abril e maio afetaram fortemente a agropecuária e a logística do Estado. Antes da tragédia, o clima parecia ter atendido as preces dos agricultores gaúchos, que enfrentaram duas temporadas consecutivas de perdas nas lavouras de verão, devido às estiagens. No boletim de previsão da safra 2023/24 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de maio, que divulgava informações colhidas antes das enchentes, era previsto um crescimento de 42,4% na colheita de grãos no Rio Grande do Sul em relação a 2022/23, com a expectativa de 39,2 milhões de toneladas. No entanto, a destruição causada pelas chuvas mudou o cenário. Os prejuízos na agropecuária gaúcha somaram R$ 4,612 bilhões, segundo relatório da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Danos causados pelas enchentes em Roca Sales, na região do Vale do Taquari Gustavo Mansur/Secom-RS Apesar de a tragédia climática ter ocorrido no final de safra, quando muitas lavouras de soja, milho e arroz já haviam sido colhidas, os estragos nas plantações que ainda restavam fizeram com que a previsão da safra de grãos 2023/24 do Rio Grande do Sul caísse para 37,1 milhões de toneladas, segundo o boletim da Conab de julho. Mesmo assim, o resultado é 34,5% maior do que o da temporada anterior. Apenas na soja, a estimativa de produção é de 19,6 milhões de toneladas, 51% a mais do que os 13 milhões de toneladas registradas em 2022/23. No arroz, o temor de que as chuvas tivessem afetado a produção gaúcha, que representa 70% da colheita nacional, levou o governo federal a organizar um leilão de importação do cereal. A medida, que contrariou o setor produtivo, foi marcada por um resultado polêmico, gerando uma crise política que levou à demissão do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, e do diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos. Depois, a própria Conab acabou reconhecendo que, apesar das enchentes, a produção de arroz não caiu, uma vez que a maior parte das lavouras já havia sido colhida. Segundo o boletim de julho da Companhia, os orizicultores gaúchos produziram 7,159 milhões de toneladas do cereal, volume 3,3% superior à safra 2022/23 (6,934 milhões de toneladas). Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul vem lidando com mais um problema: um foco de doença de Newcastle em um aviário no município de Anta Gorda. O ocorrido levou o governo federal a declarar emergência zoossanitária no Estado e, unilateralmente, suspender exportações de produtos da avicultura para 44 mercados. Logística prejudicada Se os efeitos das enchentes na produção gaúcha de grãos foram menores do que os esperados, na logística do Rio Grande do Sul o impacto foi enorme. Regiões e cidades ficaram isoladas devido aos bloqueios causados por alagamentos, deslizamentos de terra, quedas de pontes e destruição de rodovias que tiveram as pistas levadas pelas águas. No campo, muitas propriedades rurais ficaram inacessíveis, gerando perdas devido à impossibilidade de receber insumos, alimentos para os animais e transporte da produção. Segundo a Emater-RS, empresa pública de assistência técnica e extensão rural do Rio Grande do Sul, 4.548 comunidades do interior gaúcho tiveram problemas em razão de estradas vicinais afetadas. De acordo com relatório do governo gaúcho, mais de 13 mil quilômetros de estradas foram danificados, sendo mais de 8 mil nas estaduais e mais de 5 mil quilômetros nas federais - entre elas, as BR’s 116, 153, 158, 287, 290, 392 e 470, de extrema importância para o transporte de cargas agrícolas. Saiba-mais taboola No auge do problema, foram 403 pontos de rodovias afetados, dos quais cerca de 20% ainda não estão totalmente liberados, segundo o governo gaúcho. Um dos pontos mais importantes ainda bloqueado está no Km 174 da BR 116, onde a ponte sobre o rio Caí, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis foi implodida depois de um dos pilares centrais ter sido danificado pelas águas, fazendo a pista ceder. Dessa forma, uma das principais ligações entre a Serra Gaúcha e a Região Metropolitana de Porto Alegre está interrompida. O Departamento Nacional de Infraestrutura

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