Região com mais de 12 mil vagas de emprego abertas tem 74 mil com Bolsa Família
Ouça este conteúdoUm estudo que analisou o perfil da empregabilidade na região oeste do Paraná fez o raio-X das colocações formais e os desafios do setor produtivo para contratar mão de obra, nos últimos quatro anos. A região tem mais de 12 mil vagas de emprego.Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsAppEste número corresponde às oportunidades registradas nas agências do trabalhador. Ao se considerar os núcleos em agências privadas de contratação ou sistemas gerenciados pelas próprias empresas e indústrias, o número de oportunidades sem preenchimento se aproxima de 15 mil.O estudo, que operou com base nos dados das agências do trabalhador, foi elaborado pela Câmara Técnica de Empregabilidade do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), com o envolvimento de setores diversos de 54 municípios. Foram ouvidas mais de 2 mil pessoas, com análise dos dados de geração de postos de trabalho e desligamentos e cruzamento com informações de programas assistenciais.Na região onde vive cerca de 1,3 milhão de pessoas existem 74.314 famílias que recebem o Bolsa Família. Os beneficiários atendidos somam 203.752 pessoas, quase 16% da população regional. Elas recebem, em média, R$ 678,43 por mês, totalizando uma injeção mensal na economia local de R$ 50,4 milhões.“Não é um processo de demonização dos programas sociais, muito menos de deslegitimar famílias de baixa renda que realmente precisam dos recursos, mas entendemos que o benefício precisa vir para uma realidade temporária, não permanente. Precisa vir com incentivo à qualificação profissional e de estímulo às pessoas seguirem para um trabalho formal”, defende o coordenador do POD, o industrial Rainer Zielasko.A região próspera, principalmente pelo agro, tem um Produto Interno Bruto (PIB) que em 2023 superou os R$ 100 bilhões. Ano passado cresceu, segundo dados do POD, em torno de 8%. Todo o Paraná tem um PIB de R$ 550 bilhões e cresceu em 2023, segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), 5,8%, enquanto o crescimento no Brasil foi de 2,9%, com base no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Veja Também:Oeste do Paraná concentra cooperativas do agro e tem industrialização crescenteA economia regional do oeste do Paraná está alicerçada nas cooperativas instaladas. Cinco das dez maiores do segmento agro estão naquele entorno e é nelas que se concentra o maior número de vagas abertas. “Temos aumentado o salário-base, os benefícios; buscamos trabalhadores em outras cidades e regiões; temos contratado muitos estrangeiros, mas temos vagas que não conseguimos preencher”, afirma o direotr-executivo da Cooperativa Frimesa, Elias Zydek.Para ele, a limitação de crescimento das indústrias por falta de profissionais pode estagnar a economia regional. A Frimesa representa o maior player de suinocultura do Paraná e é o quarto maior do país. A empresa tem uma nova planta industrial em Assis Chateaubriand (PR) que pretende chegar a 2030 com uma capacidade de 15 mil cabeças de suínos ao dia, com 8 mil funcionários.Com uma produção atual de 5 mil cabeças/dia, a Frimesa estima aumentar para 6 mil até o fim de 2024 e, até dezembro de 2025, a meta é chegar a 7,5 mil cabeças/dia. “Tudo isso depende de fatores como resposta da economia, da política de juros e de profissionais para trabalhar. A falta de profissionais é um dos fatores limitantes para não chegarmos ao nosso planejamento”, pondera Zydek, ao lembrar de uma cadeia inteira impactada, desde a produção dos grãos transformados em ração, os suinocultores e a indústria, até o consumidor final.Veja Também:A planta da Frimesa em Assis Chateaubriand - a maior da América Latrina para abate de suínos - tem 3,6 mil funcionários. Diariamente são ofertadas 300 novas oportunidades. Dentro das limitações impostas pela falta de trabalhadores, o quadro está completo, com ressalvas.O estudo sobre o perfil da empregabilidade no oeste do Paraná revelou que a rotatividade de profissionais na região é de quase 25%. A cada três meses, um a cada quatro contratados pede desligamento. “Também temos muitos casos de profissionais que faltam com frequência, o que nos leva a contratar mais para cobrir possíveis faltas. A produção não pode parar”, explica Zydek.Setores com vagas de emprego na região oeste do Paraná:Indústria da transformação: 45%Setor de serviços: 30%Comércio e afins: 20%Outros segmentos: 5%Veja Também:Alta rotatividade: trabalhadores dizem que salário não é o que mais pesa na hora de pedir demissãoAo contrário do que se observa em muitas regiões do Brasil, o salário não foi um dos fatores que pesou no momento do desligamento de trabalhadores, apontou a pesquisa feita pelo POD. O levantamento mostrou, inclusive, que a maior parte dos ouvidos não estava infeliz com o que recebia.“O primeiro impacto sempre é imaginar que as pessoas saíram por estar descontentes com o salário pago pelas corporações, mas a pesquisa revelou que os trabalhadores, em sua maioria, estão contentes com o salário, o q
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