Bromélia da Amazônia é alternativa para a produção de plástico
Curauá pode ser usada como substituto da fibra de vidro e outros produtos Uma planta nativa da Amazônia está sendo pesquisada como alternativa para a produção de plástico, substituindo, parcialmente, o polietileno de origem petroquímica. As fibras do curauá (Ananas erectifolius), também conhecido como bromélia da Amazônia podem ser adicionadas em compostos com polipropileno, que podem ser utilizadas para a elaboração de diferentes produtos. Leia mais 'Território do sisal' reutiliza resíduos buscando sustentabilidade Empresas tentam exportar gastronomia da floresta O uso do curauá para esta finalidade foi algo de estudos desenvolvidos no Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Segundo as pesquisas, as fibras também podem servir de base para a elaboração de tecidos, coletes balísticos, vigas para edifícios, entre outros produtos. O projeto foi iniciado em 2009 e contemplou estudos sobre a produção em larga escala de mudas do curauá produzidas em laboratório, já que as folhas da planta proporcionam fibras fortes, macias, leves e recicláveis, que podem ser utilizadas em vários segmentos. Além da fibra para produção de plástico, a mucilagem (resíduo do processo de desfibramento das folhas) e a infrutescência (fruto) também podem ser utilizados. “Ou seja, conseguimos conferir aproveitamento total da planta”, explicou a pesquisadora do CBA, Simone da Silva. Curauá pode ser usado como substituto da fibra de vidro Robervaldo Rocha/CBA Além disso, o curauá também gera interesse na indústria por ser um substituto à fibra de vidro e outras fibras naturais. O projeto já está em fase de implantação por meio de um projeto-piloto desenvolvido com os produtores da agricultura familiar da região. Por meio de um acordo de cooperação, o CBA fornece as mudas e capacita os produtores locais para o plantio e produção da fibra. O Centro também conecta os agricultores às empresas que têm interesse na elaboração de diferentes produtos à base do curauá. A bromélia da Amazônia é nativa da Região Amazônica, de acordo com os pesquisadores, é uma excelente opção para o cultivo em sistemas agroflorestais, por se desenvolver melhor em áreas com sombra e que já têm o plantio de outras espécies. “Vai muito ao encontro da nossa ideia de implantar em sistemas agroflorestais. O produtor não precisa deixar de plantar o que é a vocação natural dele. Se produz açaí, macaxeira, mamão, maracujá, que ele possa produzir em consórcio”, observa a pesquisadora. Além disso, o preparo da área para receber as mudas de curauá não precisa de derrubada e queimada de vegetação e pode ser realizada durante todo o ano. “A nossa Amazônia é riquíssima em biodiversidade. Fomentar as pesquisas dos nossos biomas é uma forma de alavancar a bioeconomia, gerando emprego e renda para a população local”, afirmou o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg. Initial plugin text Beneficiamento do curauá Segundo a pesquisadora, a capacitação para os agricultores tem o objetivo de ensinar todo o processo de plantio e beneficiamento da planta. “A nossa ideia é que o produtor não comercialize a folha, mas que, minimamente, ele forneça a fibra, gerando o maior valor agregado possível para ele”, complementa Simone. O beneficiamento do material é feito pelo próprio produtor, de maneira simples, com um equipamento parecido com o que beneficia o sisal, por meio de uma “raspagem” mecânica.
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