Medo de problemas logísticos levou produtor do RS a antecipar compra de insumos

Primeiro semestre do ano foi de lentidão no mercado, de acordo com analistas e números do setor As dificuldades de logística entre regiões do Rio Grande do Sul, com as chuvas e inundações de abril e maio, incentivaram o produtor rural Giordano Schiochet, de Não-Me-Toque, a antecipar a compra de insumos para a lavoura. O agricultor, que planta 383 hectares e é especializado na produção de sementes de soja, milho e trigo, já adquiriu 95 toneladas de fertilizantes nitrogenados e fósforo para as plantações. Leia também Após duas secas consecutivas, armazéns voltam a ficar cheios no RS Terminais ampliam capacidade em SC para atender agronegócio Suinocultores ainda buscam saídas após as enchentes no RS Embora, no Brasil, sejam comuns as compras "em cima da hora", Schiochet buscou se precaver neste ano. “Estamos agora com 90% dos insumos já comprados. Fizemos isso, em parte, porque, com os problemas logísticos causados pelas chuvas, pensamos que haveria um impacto nos preços, o que afetou nossa decisão de compra”, explica. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas de fertilizantes no mercado brasileiro sofreram uma queda de 1,8% no acumulado de janeiro a maio, para 14,24 milhões de toneladas na comparação anual. O Rio Grande do Sul recebeu 994 mil toneladas. Chuvas e inundações no Rio Grande do Sul causaram problemas na logística para o agronegócio do Estado Marcelo Curia Analistas consultados pela reportagem ainda no mês de maio já indicavam que a comercialização e a logística seriam os maiores gargalos para as entregas de fertilizantes, primeiro às revendas e depois ao produtor. A queda no preço dos grãos no mercado internacional também ajudou a reduzir os volumes de negócios, já que não favoreceu a relação de troca. A consequência foi um maior atraso na aquisição dos fertilizantes no país. Em julho, a consultoria Argus indicou que o ritmo de aquisições estava lento e, no caso dos fosfatados, o preço aumentou devido à baixa disponibilidade a pronta entrega. Safra desafiadora Segundo Schiochet, a safra de verão 2023/24 foi desafiadora. Apesar de ter um resultado melhor do que as últimas duas temporadas, impactadas pelas secas no Rio Grande do Sul, as lavouras da família sofreram um período crítico de 25 dias sem chuvas no início do ano, o que afetou um pouco o desenvolvimento das plantas. “Além disso, na soja tivemos uma pressão fortíssima de ferrugem asiática, enquanto no milho houve incidência de cigarrinha”, lembra o produtor. Produtor Giordano Schiochet fala sobre os desafios que a logística trouxeram para o planejamento de sua produção na safra 2023/24 No entanto, mesmo com essas dificuldades, ele conseguiu obter uma produtividade de 75 sacas por hectare na soja e de 182 sacas por hectare no milho. Em comparação, na safra 2022/23, impactada pela seca, os rendimentos foram de 43 e 80 sacas por hectare, respectivamente. Para a safra de inverno, Schiochet plantou 55 hectares de trigo entre os dias 11 e 13 de junho. Atualmente, as lavouras vêm apresentando um bom desenvolvimento. “Estamos com boas expectativas. O inverno deve ser mais seco, o que beneficia o trigo, e até agora a área com a cultivar que escolhemos vem se mostrando interessante”, comenta.

Medo de problemas logísticos levou produtor do RS a antecipar compra de insumos
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