Fundo Clima pode agilizar entrada de recursos para pastos

Medida evitaria um aumento da taxa de juros por causa dos custos financeiros da operação O Fundo Clima pode ser usado como uma primeira alternativa para internalizar os recursos que o Ministério da Agricultura está contratando no mercado internacional para financiar o programa de conversão de pastagens degradadas. Leia também Parceiros internacionais demonstram interesse no programa de conversão de pastagens degradadas Yara e MyCarbon, da Minerva, fazem parceria para recuperar pastagens degradadas Café amazônico avança em solos degradados Ao Valor, o assessor especial do ministério Carlos Augustin disse nesta segunda-feira (5/8), nos corredores do Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, que a proposta de uso do Fundo Clima já foi discutida com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, que foi bem recebida. O uso da estrutura do fundo seria uma forma de evitar que a internalização dos recursos signifique um aumento da taxa de juros por causa dos custos financeiros da operação. Augustin espera agora que Capobianco apresente a proposta ao conselho de administração do fundo para discussão e aprovação. Também seria preciso criar um regulamento específico. “A estrutura está pronta, não tem porquê não usar”, defendeu o assessor especial. Até o momento, a Pasta já acertou a captação de US$ 500 milhões com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), em ienes, com custo de 1,5% ao ano. Porém, se esse recurso for internalizado de forma convencional, o custo final ao produtor pode chegar a CDI + 8% ou 9% ou até mais, segundo agentes privados. A alternativa do Fundo Clima, porém, ainda não deve atender toda a demanda de internalização de recursos esperados pelo ministério. “Há também uma forte expectativa com o recurso chinês”, disse Augustin. A esperança do ministério é que mais recursos sejam captados quando o presidente chinês, Xi Jinping, vier ao Brasil em novembro. O secretário afirmou que continua em conversas com o Tesouro Nacional para viabilizar uma solução para a internalização desses recursos e espera ter mais uma reunião com o Tesouro nesta semana. Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sérgio Bortolozzo, um custo “aceitável” para o produtor rural operar esse recurso estaria em torno de CDI + 3%, ou dólar + 6% a 7%. “Seria algo pelo qual o produtor teria apetite”, afirmou ao Valor o dirigente, que também esteve presente no Congresso da Abag. “Mas ainda não está tendo demanda para isso”, acrescentou. Bortolozzo observou que mesmo o acesso do produtor ao crédito do Plano Safra em curso pode encontrar dificuldades. “A análise de risco está muito espremida. Os bancos estão vendo como uma atividade de alto risco”, disse.

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